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Marechal

Cai índice de infestação do Aedes aegypti em Marechal Rondon

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O primeiro boletim de setembro da dengue divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), na última quarta-feira (13), mostra que cerca de 30 municípios registraram casos suspeitos da doença na comparação com agosto. No total, já são 117 cidades com notificações – o equivalente a quase 30% do Estado – e dez com casos confirmados.

Foram confirmados 27 casos da dengue no Paraná, 11 a mais que em agosto, quando teve início a temporada epidemiológica 2017/2018. Já as notificações subiram de 504 para 925. Destas, 480 suspeitas foram descartadas.

Na lista dos municípios com o maior número de confirmações estão Maringá (9), Foz do Iguaçu (7) e Tamboara (3). Em relação ao boletim anterior, de 29 de agosto, Maringá foi a cidade que mais teve aumento de casos: foram quatro confirmações em setembro. Foz do Iguaçu não teve casos confirmados neste mês.

Os municípios com maior número de casos suspeitos são Londrina (162), Maringá (116) e Foz do Iguaçu (103). Ainda de acordo com o relatório, a incidência no Estado é de 0,22 caso por 100 mil habitantes, o que, segundo o Ministério da Saúde, classifica-se como baixa.

 

Números baixos

Conforme dados divulgados pela Sesa, Cascavel tem um caso confirmado e 34 notificações de dengue. O caso é autóctone, ou seja, foi contraído no próprio município. De acordo com a 10ª Regional de Saúde, este é o primeiro caso confirmado nos 25 municípios de abrangência daquela regional.

Em se tratando de Marechal Cândido Rondon, segundo dados da 20ª Regional de Saúde, que abrange 18 municípios, neste ano o município já registrou dois casos confirmados de dengue e 192 notificações, no período compreendido entre janeiro e agosto. “Quando alguém apresenta sintomas que podem ser confundidos com os da doença, nós emitidos uma notificação e tratamos o caso como dengue, até que haja confirmação”, afirma o coordenador municipal do Setor de Endemias, Sigmar Sérgio Radke, que complementa: “Diante dessa suspeita, fazemos uma vistoria no endereço e em torno do quarteirão, que chamamos de raio, onde a pessoa reside, verificando todos os possíveis focos e fazemos a aspersão de venenos”.

Por conta da quantidade de imóveis no munícipio, Radke conta que o Setor de Endemias compactuou com a 20ª Regional de Saúde a realização de quatro LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) por ano. No primeiro ciclo, que corresponde aos dois primeiros meses, o município apresentou um índice de infestação predial de 3,5%, quando o desejável é abaixo de 0,1%. No segundo ciclo, por sua vez, houve um leve aumento: 3,7%. Já no terceiro ciclo a porcentagem caiu para 0,6%. “Isso se deu, principalmente, por conta dos fatores atmosféricos e o período muito seco que estamos enfrentando. Tudo isso influencia”, destaca Radke.

O coordenador diz que no começo do ano existiam muitos focos de dengue no município, mas o vírus não estava circulando. “Quando existem muitos focos, existem muitos vetores, ou seja, o mosquito, mas não tinha o vírus circulando”, aponta.

Agora, no entanto, Radke afirma que a quantidade de focos está pequena, mesmo assim, a atenção deve ser redobrada e alguns cuidados mantidos. “Em épocas de chuva, a água acumula nas calhas ou em objetos que as pessoas normalmente esquecem jogados em algum lugar. Já encontramos larvas do mosquito até mesmo em tampinhas de garrafas e cascas de ovos”, comenta, emendando: “Mesmo que o local com as larvas seja seco, os ovos podem permanecer inativos por até um ano, e quando o recipiente voltar a ser molhado, o processo para a formação do mosquito continua”.

 

Tendência é aumentar

Em contrapartida, Radke frisa que o número de focos é baixo porque tem chovido pouco, mas a tendência é que esse número aumente.

Por conta disso, alguns fatores podem impedir que esse quadro se agrave. Um deles, conforme o coordenador do Setor de Endemias, é a recolha de galhos e entulhos. “Isso era um problema sério, pois haviam inúmeros locais com acúmulo de entulhos e galhos e até mesmo lixo”, conta. 

Além disso, ele alerta que variados fatores podem influenciar no número de focos do mosquito, como o cuidado da própria população, questões climáticas e o trabalho dos agentes de endemias. “Estamos intensificando o nosso trabalho, aumentando o número de visitas e a nossa área de abrangência”, enfatiza.

 

Zoneamento

Como forma de intensificar e melhorar os trabalhos dos agentes de endemias, Radke explica que o município foi dividido em áreas, todas com o mesmo número de imóveis, sendo que cada uma fica sob a responsabilidade de um agente. Desta forma, segundo ele, os trabalhos em todas as áreas podem ser feitos de forma igualitária. “Mais do que isso, também estamos fazendo horários de visitação diferenciados, justamente porque tendo um controle maior de uma determinada área, percebemos os imóveis que não são visitados por conta de que em horário comercial não há pessoas nas residências. Com esse método, conseguimos recuperar em média cerca de 2,5 mil casas por ciclo”, enaltece.

 

Multas

De janeiro até agosto deste ano 192 imóveis foram notificados como possíveis criadores do mosquito, sendo que destes nove foram multados. Em Marechal Rondon, a Unidade de Referência (UR) equivale a R$ 156,77, de acordo com o estipulado pela lei nº 4.888, de 28 de outubro de 2016. O munícipe que não adotar medidas necessárias à manutenção da limpeza de suas propriedades, evitando o acúmulo de lixo e outros materiais que propiciem a instalação e a proliferação dos vetores causadores da dengue, estará sujeito à notificação prévia para regularização no prazo de 48 horas. Caso a situação não seja regularizada, é feita a aplicação de multa de acordo com o tipo de infração.

Para infrações leves o valor é correspondente a uma UR, para as médias três UR, graves cinco UR e gravíssimas dez UR.

Persistindo a infração no prazo de 30 dias após a autuação a aplicação da multa será feita em dobro. Além disso, em casos de reincidência, as multas também serão cobradas em dobro.

 

Outras doenças

O relatório também aponta aumento nos casos suspeitos de chikungunya, de 17 para 32, em todo o Estado. Não houve confirmação da doença em setembro. E o único caso confirmado, ainda em agosto, é de Paranavaí, no Noroeste. Paranaguá lidera em notificações da doença, com dez suspeitas. Já as suspeitas de zika subiram de 11 para 16, sem que nenhuma tenha sido confirmada.

Em Marechal Rondon, neste ano, conforme o Setor de Endemias, não houve registros destas doenças. “Como o vetor dessas doenças é o mesmo da dengue, ao passo que prevenimos uma, consequentemente as outras também serão combatidas”, finaliza Radke.

 

Projetos buscam conscientizar a população

Com o intuito de conscientizar a população sobre a necessidade de evitar a proliferação do mosquito da dengue, os agentes de endemias estão realizando palestras em empresas e apresentações em todas as escolas do munícipio, tanto na área urbana quanto no interior. “A ideia é que as crianças entendam a importância e assim conscientizem os próprios pais. Para isso, realizamos o teatro de uma forma bem didática, com um dos agentes caracterizados de mosquito Aedes aegypti, justamente para chamar a atenção”, frisa Radke, acrescentando: “Pretendemos, com isso, que as crianças levem para suas casas essa mensagem do que precisa ser feito, e isso, além de formar nelas uma consciência, também serve de alerta aos pais”.

Nas empresas o trabalho é diferenciado, mas com o mesmo foco: conscientizar os funcionários. Sendo assim, uma equipe de agentes ministra em torno de quatro palestras por mês nas empresas do município. “Temos grandes empresas onde a circulação de pessoas, principalmente de outros Estados, é muito grande, podendo se transformar em um receptor e radiador da doença”, salienta. Nesses locais, conforme o coordenador do Setor de Endemias, as vistorias são realizadas de 15 em 15 dias.

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