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Marechal Impacto positivo

Calendário com menos feriados anima setores da economia rondonense

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Com menos feriados, indústria produz sem pausas e os custos ficam diluídos nos dias de produção: um dia parado representa custo dobrado (Foto: Mirely Weirich)

 

O ano mal começou e já tem muita gente de olho no calendário para planejar os feriados e as folgas. A má notícia para essas pessoas é que 2019 será de menos descanso, uma vez que o número de feriados que caem em dias úteis será menor que em 2018. Serão 254 dias úteis em 2019, contra 251 do ano passado e 249 de 2017. Na teoria, significa que os trabalhadores terão menos tempo para descansar. Na prática, a quantidade menor de feriados ou pontos facultativos tem impacto direto em setores como turismo, comércio e indústria.

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o setor industrial terá menos prejuízos em 2019. Isso porque a avaliação considera a quantidade de dias trabalhados e as paradas em função de feriados e emendas do calendário nacional.

Para se ter ideia, o ano terá 11 feriados nacionais, dois deles com possibilidades de emendas, a terça-feira de Carnaval, no dia 05 de março, e o Corpus Christi, no dia 20 de junho, que cai em uma quinta-feira.

Pode parecer pouco, mas os três dias a menos de feriados prolongados este ano representam um impacto de 39% menor na produção industrial ao longo do ano, segundo a entidade.

Em valores, as perdas com feriados e emendas, quando os dias não-trabalhados caem em terças e quintas-feiras, chegaram a R$ 4,8 bilhões em 2018. A previsão para este ano, conforme a Fiep, é de R$ 2,9 bilhões. Se considerados apenas os feriados em dias úteis, o valor, no Paraná, cai para R$ 2,277 bilhões, ou seja, dois dias a mais de interrupção podem representar uma perda adicional de R$ 650,6 milhões.

Além disso, as paralisações da atividade produtiva em feriados elevam os custos da indústria, já que interrompem o trabalho na maioria das fábricas ou aumentam os custos das que mantêm processos de produção contínuos. “O impacto é automático. Não tem como tirar isso dos custos porque é preciso pagar os encargos normais do colaborador, o salário, e ele não está produzindo, assim como a empresa também não está”, menciona a vice-presidente para Assuntos da Indústria da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Marlise Ricardi.

Ela destaca que um dia parado na indústria representa custo dobrado. “Além de que, se você produzir nesse dia terá as horas extras, mas se não produzir, com a máquina parada, para começar tudo de novo, os custos serão dobrados. Então, com menos paradas, a indústria estará produzindo e os custos vão ficar diluídos nos dias de produção”, enaltece.

Marlise pontua que o impacto não é só na indústria, mas, sim, em todo o Brasil, que passa por um período de altos e baixos na economia. “Menos dias de trabalho impactam diretamente nos custos de produção, e hoje nós já temos custos totalmente inviáveis para a competição com alguns mercados internacionais, então, quanto mais feriados, mais custos e menos produção”, avalia.

Isso, por ventura, faz com que a indústria perca competitividade. “Menos feriados é um benefício não só para a indústria, mas também para o comércio, que vai estar mais tempo aberto e com oportunidades de vendas”, afirma Marlise.

Na visão da vice-presidente para Assuntos da Indústria da Acimacar, a diminuição no número de feriados também é um ponto positivo para a sociedade, haja vista que quanto mais produção, mais renda, impostos e riquezas serão gerados no país. “Muitas pessoas pensam apenas que com menos feriados terão que trabalhar mais, mas isso é bom e trará benefícios para as famílias e a sociedade no geral”, salienta.

 

Complicadores

Os feriados prolongados são considerados vilões para os empresários e parar a produção em meio de semana, por exemplo, acarreta em um custo muito alto para as indústrias. “Os nossos legisladores deveriam pensar no benefício geral e trazer alguns feriados para as segundas ou sextas-feiras e com isso automaticamente ocorre o prolongamento do fim de semana”, sugere Marlise. “Quanto mais feriados forem ajustados para o fim de semana, melhor para o setor industrial, e acredito que não só a indústria, mas, sim, todos ganham com isso”, acrescenta.

Ela chama atenção para o fato de Marechal Rondon ainda ter os seus feriados municipais, contudo, nesses dias, outros municípios estão trabalhando e muitos clientes dependem de entregas. “Com isso, há custo dobrado por conta das horas extras e funcionamento da máquina que precisa acontecer porque os clientes não vão parar. São complicadores que vão somando e precisamos nos programar e adaptar”, analisa.

 

Ano produtivo

O ano deve ser mais produtivo para a indústria do Paraná em 2019. “Muitos podem dizer que são poucos dias de feriados, mas o impacto é grande e o retorno é consequência. Se produzirmos mais, também vai ter mais geração de riquezas”, enfatiza a vice-presidente para Assuntos da Indústria da Acimacar.

Segundo ela, a expectativa de crescimento do setor também é positiva. “Se analisarmos, vários segmentos industriais não pararam, pelo contrário, estão a todo vapor. Isso mostra que há sinais de que a indústria vai crescer neste ano bem mais que em 2018”, evidencia.

 

Vice-presidente para Assuntos da Indústria da Acimacar, Marlise Ricardi: “Hoje nós já temos custos totalmente inviáveis para a competição com alguns mercados internacionais, e quanto mais feriados, mais custos e menos produção” (Foto: O Presente)

 

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