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Marechal Racionamento segue

Chuva expressiva ajuda, mas não soluciona crise hídrica em Marechal Rondon

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Os cerca de 200 milímetros de precipitação registrados na semana passada auxiliaram somente na reposição de em torno de 10% de água das minas de extração. Racionamento segue de segunda a quinta-feira na cidade (Foto: Divulgação)

A chuva expressiva registrada na semana passada em Marechal Cândido Rondon, após um longo período sem precipitações significativas, ajudou, mas não solucionou os problemas hídricos que o município vem enfrentando desde o ano passado, com maior intensidade neste ano.

De acordo com o diretor técnico e operacional do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), a chuva registrada em Marechal Rondon na semana passada chegou à casa dos 200 milímetros, contudo, mesmo o volume sendo expressivo, não resolve a crise hídrica vivenciada. “Esse volume de chuva, em um dia e meio, auxiliou somente na reposição de água das minas de extração”, declarou ao O Presente.

 

TRÊS MINAS

Atualmente, o Saae capta água de três minas, além de 18 poços artesianos, responsáveis pelo abastecimento de água de Marechal Rondon. “Nas minas aumentou o volume de água, mas o que ela representa no total de água que o município consome é uma quantidade pequena, então teve uma melhora, mas não a ponto de suspendermos o racionamento”, comenta Giacobbo. “As minas como um todo abastecem cerca de 10% a 15% das residências rondonenses, e essa chuva aumentou uns 10% o volume de água das minas”, acrescenta.

Diretor técnico e operacional do Saae, Vitor Giacobbo: “Temos que ter responsabilidade para não agravarmos mais ainda o problema da falta de água. Se atendermos sem racionamento agora, e ao longo do tempo perdermos uns cinco poços, em três meses teremos problemas maiores” (Foto: O Presente)

 

RACIONAMENTO SEGUE

Desde o último dia 11, o Saae intensificou o sistema de racionamento no município: dobrou o número de dias com abastecimento de água interrompido.

A região 1 (bairros Ana Paula, Vila Gaúcha, Boa Vista, parte do centro e do Bairro São Lucas) passou a ter racionamentos nas segundas e quartas-feiras e a região 2 (bairros Alvorada, Espigão, Líder, Marechal, Primavera, São Francisco, Universitário e parte dos bairros Botafogo, centro, Higienópolis e São Lucas) nas terças e quintas-feiras. Em ambas as regiões, a interrupção dura 12 horas, começando às 20 horas e se estendendo às 08 horas. A normalização acontece por volta das 12 horas.

Com a chuva não solucionou o problema hídrico, o racionamento segue no município. “Os poços não aumentaram a sua vazão ainda, então o que a gente observou com os números de consumo de água, tendo em vista a chuva e o frio, é que o consumo de água na cidade diminuiu. O consumo normal é de 14 mil metros cúbicos por dia, hoje nós estamos na faixa de 12 mil metros cúbicos. Houve mais ou menos 10% de redução de consumo. Isso já ajuda bastante, mas não é a solução ainda para saber quando a crise hídrica irá se resolver”, enaltece o diretor do Saae. “Acreditamos que nas próximas semanas irá chover novamente. Se nesse inverno tiver chuva em junho e julho, no mês de agosto as coisas voltam ao normal”, afirma.

 

EM DOBRO

Em relação aos resultados da adoção do racionamento dobrado, Giacobbo enaltece que a medida é importante neste momento em que não somente Marechal Rondon, mas o Paraná enfrenta uma das crises hídricas mais intensas da história do Estado. “Ao longo da semana existe uma redução do consumo, mas não é muito grande, em torno de 3%. Então, o racionamento é importante porque nós paramos a retirada de água dos poços às 20 horas e retornamos às 08 da manhã do outro dia, permitindo que os poços fiquem 12 horas descansando. Se deixarmos as bombas ligadas bombeando água 24 horas por dia deixaremos os poços secar, e um poço que seca não produz mais água, nós perdemos ele”, explica.

O diretor do Saae destaca também a importância da responsabilidade para que o problema da falta de água não se agrave ainda mais no município. “Se nós atendermos sem racionamento agora, e ao longo do tempo perdermos uns cinco poços, em três meses teremos problemas maiores do que o problema que temos hoje”, aponta.

 

CONSUMO NA QUARENTENA AUMENTOU POUCO

Durante a quarentena, devido ao isolamento social como medida de prevenção ao novo coronavírus, aumentou o número de pessoas que permanecem por mais tempo em casa. Em Marechal Rondon, isso não refletiu no aumento do consumo de água de forma significativa. “Nós fizemos uma avaliação do que entra mês a mês e o consumo. Eu digo que em Marechal Cândido Rondon não houve muita alteração. É possível que tenha uns 2% a 3% de aumento, mas tem muitas variáveis que fazem com que esse percentual oscile. Pelos números que temos acompanhado, o aumento não foi significativo”, relata o diretor do Saae.

 

O Presente

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