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Clubes de serviço e organizações driblam distanciamento social com reuniões on-line

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Representantes de entidades de Marechal Rondon dizem que a pandemia de coronavírus mudou a rotina dos companheiros, mas não está sendo empecilho para a realização de projetos em prol da comunidade e do bem-estar social (Foto: Arte/OP)

O ano de 2020 tem sido de grandes transformações na sociedade mundial em virtude da pandemia de coronavírus, que impôs limitações a várias esferas e setores. No âmbito profissional, decretos fechando e reabrindo empresas; na vida escolar, aulas remotas; nos espaços públicos, visitas e passeios proibidos; nas igrejas, missas e cultos mais curtos e com menos pessoas; eventos suspensos para evitar aglomerações; e assim por diante.

As determinações para conter a proliferação da Covid-19 afetaram a todos de alguma maneira. Nos clubes de serviços e organizações não foi diferente. As reuniões semanais, bissemanais ou mensais, bem como os jantares de confraternização, não puderam mais ser realizadas com a presença de público desde o mês de março.

Em Marechal Cândido Rondon, as centenas de entidades do município tiveram que literalmente se virar nos 30 para dar sequência às suas atividades, projetos e ações e não deixar o distanciamento social interferir no companheirismo e no entusiasmo necessários para colocar ideias em prática. Em entrevista ao O Presente, os presidentes de clubes de serviço e organizações contam o que vêm fazendo para manter o cronograma neste ano de intensas mudanças.

 

JCI promoveu, há poucos dias, o concurso interno de oratória. Candidatos e jurados estiveram na sede da entidade, tomando todos os cuidados sugeridos pelas organizações sanitárias (Foto: Divulgação)

 

JCI

A JCI Marechal Cândido Rondon tem respeitado todos os decretos estaduais e municipais e, em virtude disso, desde o fim de março promove reuniões semanais de maneira virtual. As atividades do Clube do Senado e da JCI Juvenil estão suspensas.

“A JCI é uma entidade que força a pensar fora da caixa. Nós criamos meios de manter reuniões e projetos, sempre respeitando as leis vigentes, então distribuímos as discussões e os projetos sociais”, comenta o presidente Leandro Marcondes. “Obtivemos grande crescimento no marketing digital de curtidas no Instagram e no Facebook. Estamos realizando capacitações com palestrantes renomados do município e de fora para levar treinamento aos membros via on-line”, conta.

Conforme Marcondes, recentemente a JCI realizou o concurso interno de Oratória de uma maneira diferenciada das outras vezes. “Os membros fizeram seus discursos na sede, os jurados votaram e outros companheiros assistiram de casa. Nossa média nas reuniões é de 40 pessoas, mas atingimos 50 em uma reunião virtual. Apesar da pandemia, temos o foco de manter o crescimento anual de 30% no número de membros que ingressam”, declara.

Daqui algumas semanas, novamente a JCI precisará inovar: promoverá de forma inédita o Concurso de Oratória nas Escolas de maneira virtual. “Os alunos vão se apresentar na sede, com hora agendada, seguindo normas sanitárias, mantendo a qualidade do evento e em especial prezando pela saúde dos estudantes”, pontua Marcondes.

Ele comenta que a organização não realizou nenhuma festiva de aniversariantes, cuja média em anos anteriores era promovida a cada dois meses. “Nosso contato pessoal é bem restritivo hoje, limitado ao Conselho Diretor formado por cinco pessoas. A JCI obedece as regras. Um dos princípios da JCI diz que os governos devem ser de leis mais que de homens, por isso nosso respeito às normas vigentes”, reforça.

 

Presidente da JCI, Leandro Marcondes: “Estamos realizando capacitações com palestrantes renomados do município e de fora para levar treinamento aos membros. Atingimos 50 pessoas em uma única reunião virtual” (Foto: Joni Lang/OP)

 

LIONS CLUBES

Marechal Rondon tem dois Lions Clubes. Um deles é o Marechal Rondon, com 56 anos de história, e o segundo é o Aliança, fundado no ano passado. Conforme o presidente do Lions Clube Aliança, Ailson Packer, quando da declaração da pandemia de coronavírus e as publicações de decretos restritivos, houve um choque nos clubes de serviço, uma vez que os companheiros não puderam mais se reunir presencialmente. “Mantivemos contato por grupo de WhatsApp, mas algumas atividades programadas não foram realizadas para evitar aglomeração de pessoas. Discutimos os projetos via WhatsApp ou com algum companheiro que trabalha em determinada área para dar sequência às ações”, menciona, emendando: “em julho houve mudança de diretoria do ano leonístico, quando fizemos reunião geral via plataforma virtual Google Meet, que reuniu número expressivo de associados”.

Packer enaltece que os leões, como são conhecidos, ultimam preparativos para um projeto de cunho social desenvolvido em parceria com o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) agendado para os dias 1º e 15, das 08 às 16 horas, com pontos de coleta nos supermercados Allmayer, Cercar e Copagril I e II, visando beneficiar o Asilo Lar Rosas Unidas e o Centro de Recuperação Caminhos da Vida. “Haverá um companheiro do Lions e um representante do Conseg em cada ponto de arrecadação, quando também serão distribuídos panfletos para incentivar as doações, uma vez que o Asilo e o Centro de Recuperação necessitam de materiais de limpeza, fraldas e alimentos e leite. Contudo, manteremos respeito aos decretos durante as arrecadações”, enaltece.

Ele informa que o Lions Aliança está realizando doações de mantimentos de forma dirigida e divulgando as ações do clube nas plataformas on-line. “Os companheiros fazem doação mensal de mantimentos, tudo de maneira coordenada. Outros projetos que por ora estão suspensos serão retomados à frente. Tínhamos o hábito de nos reunir duas vezes ao mês, uma com a diretoria do clube e outra com os companheiros. Agora esperamos voltar à normalidade para que as reuniões presenciais, que eram marcadas por jantar e relação de amizade, sejam retomadas. Enquanto isso tratamos com a diretoria via WhatsApp e depois levamos ao grupo de companheiros”, expõe Packer.

 

Presidente do Lions Clube Aliança, Ailson Packer: “Discutimos os projetos via WhatsApp ou com algum companheiro que trabalha em determinada área para dar sequência às ações” (Foto: Joni Lang/OP)

 

LOJAS MAÇÔNICAS

Duas lojas maçônicas atuam no município rondonense: a Quintino Bocaiúva, com sessões templárias nas segundas-feiras, e a Tiradentes, com reuniões às quintas-feiras.

Conforme o mestre da Loja Maçônica Quintino Bocaiúva, Almeri Busatta, desde março as reuniões são realizadas de forma on-line em respeito aos decretos das autoridades políticas, com transmissões entre as lojas e também com a Grande Loja Maçônica. “Determinamos horários e nos encontramos a cada 15 dias. Antes da pandemia as sessões presenciais eram semanais”, comenta.

Busatta diz que com a pandemia de coronavírus há mais pessoas com dificuldades. “Em vista disso, aumentamos muito nossos trabalhos sociais com entidades locais, porém, mantendo o lema de não divulgar nossos trabalhos voltados às áreas de doação de alimentos e agasalhos”, frisa, enaltecendo que a atuação é discreta e que muitas vezes as pessoas não sabem que a maçonaria está apoiando muitas causas na sociedade.

Segundo ele, além da atuação dos maçons que permanecem na entidade, em períodos turbulentos como o atual, pessoas que por algum motivo saíram da maçonaria colaboram de forma significativa. “A gente costuma falar que o coração do maçom segue firme”, enfatiza Busatta, acrescentando: “em breve temos programada outra ação para doar agasalhos, dessa vez com a mobilização das meninas do Arco Íris e dos meninos da Ordem Demolay”.

No que tange à questão familiar, o mestre da Loja Maçônica Quintino Bocaiúva avalia que o cenário atual tornou a relação entre pais e filhos mais próxima e afetiva. “Mas, em termos de sociedade as pessoas sentem falta dos encontros, do aperto de mão, do abraço. Penso que daqui para frente isso deve ser mais valorizado, mas tenho certo receio de que passada a pandemia isso volte a esfriar”, pondera.

Sobre as reuniões, Busatta expõe que as sessões têm hora para iniciar e terminar, sejam elas presenciais ou on-line. “Quando eram templárias, as sessões começavam por volta das 19 horas com papo informal, depois acontecia a reunião formal, troca de informações e um jantar para confraternizar, concluindo pela meia-noite, o que chamamos de Ágape Fraternal. Hoje está suspenso em respeito aos decretos”, pontua.

 

Mestre da Loja Maçônica Quintino Bocaiúva, Almeri Busatta: “Constatamos que com a pandemia do coronavírus há mais pessoas com dificuldades, então aumentamos muito nossos trabalhos sociais. Estamos nos reunindo de forma on-line” (Foto: Joni Lang/OP)

 

ROTARY CLUBS

O presidente do Rotary Club Guarani, Rodrigo Glesse, comenta que as restrições de reuniões presenciais pegaram os rotarianos de surpresa, e por se tratar de algo novo, num primeiro momento a ideia foi aguardar para ver quanto tempo iria durar. “As reuniões no nosso clube ocorriam normalmente às quintas-feiras e todos foram surpreendidos. No primeiro momento ficamos paralisados, depois nos reorganizamos e passamos a utilizar a plataforma Zoom e agora usamos o ‘mix’ do Distrito do Rotary. Desta forma temos dado sequência aos nossos trabalhos”, compartilha.

Segundo ele, mesmo com a pandemia os rotarianos do clube fizeram doações expressivas às escolas Antônio Rockembach e do distrito de Porto Mendes, parte com doação do Distrito do Rotary e outra parte com investimento do clube. “Não nascemos para ser assistenciais, mas para incentivar a sociedade a se tornar melhor, e temos buscado isso”, destaca.

Glesse menciona que outros clubes de Rotary da cidade, a Associação de Senhoras de Rotarianos, o Rotaract e o Interact também possuem seus projetos e à medida do possível procuram realizá-los. “A gente nunca esperou fazer reunião on-line, mesmo que no ano passado se falava sobre, tendo em vista que alguns clubes mundo afora já realizavam neste formato. Reunir amigos com objetivo de fazer o bem e a diferença na sociedade, contudo sempre foi levado em conta. Nada como colocar o companheirismo em prática de forma presencial”, salienta.

Os Rotarys têm a Casa da Amizade no município, onde as reuniões aconteciam com jantares de confraternização entre os companheiros. “Estamos respeitando os decretos, tanto que o quarto tema da Prova Quádrupla tem como pergunta: ‘É a verdade?’. Que tipo de coisas vamos fazer se não cumprirmos um decreto que restringe reuniões? Tão cedo forem liberadas as reuniões presenciais, vamos retomá-las. Mas, por enquanto, seguimos de maneira virtual”, frisa.

Glesse enfatiza que na última semana houve reunião em conjunto com o Clube Maringá Aeroporto, que mobilizou em torno de 60 pessoas. “Foi algo muito rico e bacana essa troca de experiências que reuniu pessoas de outras cidades. Na quarta (dia 29) tivemos reunião virtual com o Clube de Assis, São Paulo. Vamos investir em estrutura para transmitir reuniões, ou seja, as experiências que dão certo nós queremos implantar aqui, pois estamos com boa adesão nas reuniões on-line. A Covid forçou a transformação tecnológica”, opina.

 

Presidente do Rotary Clube Guarani, Rodrigo Glesse: “As experiências que dão certo nós queremos implantar aqui, pois estamos com boa adesão nas reuniões on-line. A Covid forçou a transformação tecnológica” (Foto: Joni Lang/OP)

 

Companheiros do Rotary Club Guarani participam de reuniões virtuais, cada um de sua casa para evitar aglomeração (Foto: Divulgação)

 

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