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Marechal Educação

Colégios particulares estão praticamente adaptados à rotina de aulas virtuais

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(Foto: Divulgação)

Afetados com a suspensão das atividades presenciais, os colégios particulares do Paraná seguem o ano letivo por meio de alternativas remotas de educação, uma vez que a pandemia do novo coronavírus impede aglomerações. Contudo, diferente da padronização adotada pela rede estadual de ensino, as instituições privadas utilizam o aparato tecnológico que acreditam ser mais benéfico aos seus alunos.

Em Marechal Cândido Rondon, os colégios particulares, após cerca de dois meses sem aulas presenciais, já estão praticamente adaptados à rotina de atividades a distância.

 

CONTEÚDO, NÃO HORAS

No Colégio Cristo Rei, seguindo orientações dos conselhos estadual e regional de Educação, o recesso do meio do ano foi antecipado e o ano letivo segue com um atendimento emergencial para os alunos, conforme define o diretor pedagógico, Roque Cezar Barbosa. “Nós atendemos Educação Infantil e Fundamental I em nosso colégio e, nesse segmento, há muitos jeitos de aprendizagem, campos de experiência e a própria alfabetização acontecendo nesse período. Assim, nossos professores estão gravando aulas curtas, diretas e de fácil compreensão direcionadas especificamente para cada turma, editadas em parceria com a Univel (Centro Universitário de Cascavel) e utilizando a mesma pedagogia que as aulas EaD (ensino a distância)”, explica.

De acordo com o diretor administrativo, Valtenci Tosta das Neves, o colégio prioriza manter a quantidade de atividades e a qualidade delas em prol do completo aprendizado. “Ensinamos de forma clara e objetiva. O essencial é estudado por meio do projeto ‘Em Casa Também se Aprende’”, comenta.

Diretor administrativo do Colégio Cristo Rei, Valtenci Tosta das Neves, e o diretor pedagógico, Roque Cezar Barbosa: “Caso o paço municipal autorize o funcionamento dos Cmeis, nós poderemos retornar nossas atividades presenciais” (Foto: O Presente)

 

AVALIAÇÕES DIAGNÓSTICAS

Considerando a dificuldade que algumas famílias têm com as tecnologias utilizadas, Barbosa afirma que a instituição fornece apoio. “Damos todo subsídio para as famílias acompanharem as aulas. Contudo, é difícil validar isso como um dia normal de produção de conhecimento e, por isso, a opção do colégio é fazer reposição dessas horas letivas”, informa. “Somos uma escola humanizadora e nos propusemos a recuperar o conteúdo em outros momentos”, acrescenta.

O diretor administrativo emenda que o ensino EaD não conta como horas, mas, sim, como conteúdo: “Não queremos apenas que o aluno passe de ano, queremos que ele adquira os conhecimentos necessários e com qualidade. Para isso, quando retornarem as aulas presenciais, serão realizadas avaliações diagnósticas para que sejam identificadas possíveis defasagens do programa e outra medida pedagógica será executar atividades específicas para estudantes que necessitem”, salienta.

 

GRANDE PARTICIPAÇÃO

O Colégio Luterano Rui Barbosa também optou por adiantar o recesso escolar e somente então prosseguir com o ano letivo de maneira digital. “Hoje o Ensino Médio e o Ensino Fundamental têm aula na parte da manhã, em horário normal, e algumas monitorias, tudo isso ao vivo. Atualmente, utilizamos o Google Meet e Classroom, assim como boa parte das escolas está fazendo”, menciona Cleudimar Wulff, diretor do educandário. “Estamos operando com sete salas, caminhando para dez. A participação dos alunos está superior a 80%, em grande parte porque nós canalizamos todas as turmas no turno matutino e a disponibilidade da família pode variar”, expõe.

O presidente da mantenedora da instituição, Douglas Roesler, destaca que o Rui Barbosa já tinha pretensões de adentrar ainda mais ao mundo digital e isso foi antecipado para 2020. “A princípio, preparamos esse ano letivo para termos aulas presenciais e esta contingência nos fez mudar. Isso é temporário, mas fica o aprendizado de que é viável e possível aproveitar ainda mais as tecnologias. Contudo, vale lembrar que as crianças precisam da interação com seus colegas e professores para desenvolver esse aprendizado. A tecnologia é importante, mas o papel do professor é fundamental para o aprendizado”, considera.

Diretor do Colégio Luterano Rui Barbosa, Cleudimar Wulff: “Precisamos garantir o ensino e também nos preocupar com toda a rede, inclusive a parte financeira. As expectativas pós-pandemia são melhores e, para que isso se confirme, é preciso agir desde já” (Foto: O Presente)

 

MOMENTO DELICADO

Os dirigentes dos colégios afirmam que, ao passo que acontecem as aulas virtuais, estão sendo realizadas avaliações, tanto interna como vinda dos pais. “No início nós nos reunimos e percebemos que o momento seria delicado, tanto em questões educacionais quanto financeiras. Pensamos que seria oportuno repassar um desconto para as famílias e, mesmo fazendo diferença na receita do colégio, foi uma decisão acertada. Precisamos garantir o ensino e também nos preocupar com toda a estrutura, inclusive a parte financeira. As expectativas pós-pandemia são melhores e, para que isso se confirme, é preciso agir desde já”, comenta Roesler.

 

RENDIMENTO ACIMA DO ESPERADO

Seguindo com as atividades escolares por meio da plataforma Google Classroom e aplicativo próprio, o Colégio Evangélico Martin Luther segue com o ano letivo on-line. “Sempre ouvimos os pais, suas ideias, sugestões, críticas e tentamos complementar, fazer mudanças. O rendimento está muito bom, acima do esperado. Alguns têm dificuldade, é claro, todavia não é um número expressivo. Para estes, o apoio e a monitoria continuam no contraturno via aplicativo”, detalha Ildemar Kanitz, diretor da instituição. “Nesta semana, estamos realizando uma pesquisa com os pais para verificar o que eles estão achando e como avaliam a participação dos seus filhos”, informa.

Kanitz ressalta que, no início, a Educação Infantil seguia com as atividades somente via aplicativo e agora também conta com lives, assim como todo o restante dos estudantes. “Com quase todas as turmas a transmissão acontece depois das 17 horas, pois os pais já podem acompanhar. Para o Ensino Fundamental e Médio as aulas seguem em horário normal, tendo provas semanais. As atividades estão sendo validadas e, se seguir como está, finalizamos o ano letivo ainda em 2020”, revela.

Diretor do Colégio Evangélico Martin Luther, Ildemar Kanitz: “O comércio voltou e conseguiu se adequar às medidas de prevenção ao coronavírus e eu acredito na força das escolas para fazer o mesmo, gradativamente” (Foto: O Presente)

 

AUTONOMIA

O diretor do Martin Luther destaca que essa modalidade de ensino beneficia grandemente a autonomia dos estudantes. “Os professores não estão o tempo todo ‘em cima’ deles e, mesmo não se dando conta, os alunos estão crescendo e se tornando mais independentes, tanto é que os professores comentam e devem continuar utilizando algumas ferramentas quando passada a pandemia”, antecipa.

De acordo com Kanitz, mesmo com os treinamentos ofertados ao corpo docente, ainda surgiram algumas dificuldades na prática, mas estas já foram superadas.

 

RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS

Quando perguntados a respeito de uma data estimada para retorno das aulas presenciais, os dirigentes das instituições de ensino rondonense relatam que as instâncias estaduais não demonstram clareza ao tratar da retomada, tanto na rede pública como na privada. Segundo eles, o decreto pelo qual foram suspensas as aulas presenciais indicava um tempo indeterminado de valência e, em contrapartida, o governador não concretizou nada oficial sobre o assunto após isso, apenas comentou em pronunciamentos a possibilidade de uma retomada em agosto.

Os diretores do Colégio Cristo Rei assinalam que tudo depende de como a pandemia estará nos próximos meses, mas que a instituição, por atender efetivamente até o 5º ano do Fundamental I, aguarda por uma decisão do município. “Caso o paço municipal autorize o funcionamento dos Cmeis (Centros Municipais de Educação Infantil), nós poderemos retornar nossas atividades presenciais”, comenta.

Mesmo sem estimativas certeiras ou oficiais, as instituições observam a retomada das aulas em outros países e avaliam a implantação de medidas similares no município rondonense. “Quando essa decisão for tomada, todos nós estaremos preparados para voltar, seguindo as recomendações”, pontua Roesler. “O comércio voltou e conseguiu se adequar às medidas de prevenção ao coronavírus e eu acredito na força das escolas para fazer o mesmo, gradativamente”, evidencia Kanitz.

 

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