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Marechal Primeiro semestre

Com economia estagnada, geração de empregos recua 89% em Marechal Rondon

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Setor que mais empregou no primeiro semestre foi o de serviços, com saldo de 55 postos criados. Maiores quedas estão na construção civil e na indústria da transformação, cujas baixas são de 132,25% e 95,11% (Foto: Joni Lang/OP)

A média final na geração de empregos no município de Marechal Cândido Rondon foi 89% menor no primeiro semestre deste ano em comparação aos seis primeiros meses de 2018, recuando de 608 vagas positivas para 64 postos de trabalho de janeiro a junho de 2019. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego, por intermédio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

De janeiro a junho do ano passado foram admitidas 4.040 pessoas e demitidas 3.432, resultando em um saldo final de 608 no período. Já no primeiro semestre deste ano houve 3.787 admissões diante de 3.723 demissões, o que resultou em um saldo de 64 postos de trabalho, sendo a área de serviços a de melhor desempenho, com 55 vagas positivas. Neste ano, 846 profissionais foram colocados no mercado de trabalho pela Agência do Trabalhador rondonense, que integra o Sistema Nacional de Emprego (Sine).

Em entrevista ao O Presente, o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Sérgio Marcucci, destaca que a equipe da pasta tem feito um trabalho específico para reaver a credibilidade da Agência do Trabalhador. “Isso porque dois anos atrás havia risco do Sine fechar no município”, comenta, ampliando: “Sabemos que a geração de empregos neste ano foi menor do que em 2018, porém, das 3.787 contratações de janeiro a junho desse ano, 846 pessoas foram colocadas no mercado de trabalho pelo Sine, o que representa em torno de 22%. Em outras épocas, esse índice ficava em 5%”.

Em relação ao rendimento nos seis primeiros meses do ano passado, Marcucci salienta que muitos empregos foram gerados no frigorífico da Frimesa, entre outras indústrias que investiram bastante. “Foram 368 postos na indústria da transformação no primeiro semestre do ano passado, portanto a empregabilidade na indústria foi muito forte, enquanto agora houve saldo positivo menor quando comparado a outros anos, inclusive prejudicando o índice de contratações em Marechal Rondon. Todavia, isso é cíclico e de acordo com a criação das empresas”, analisa.

 

Secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Sérgio Marcucci: “Não focamos apenas em aumentar a quantidade de empregos, como também no valor recebido e agregado por este prestador de serviços ou por este empregado, o que possibilita a ele ter uma vida melhor” (Foto: Joni Lang/OP)

 

ECONOMIA

Quando ano passado foram gerados 368 postos na indústria da transformação, nos seis primeiros meses deste ano o número chegou a 18, redução de 95,11%. Apesar disso, o maior impacto foi sentido na construção civil, que passou de 74 para -38, ou seja, queda de 122 vagas, o que representa uma baixa de 132,25%. O segmento de serviços diminuiu de 136 postos nos seis primeiros meses do ano passado para 55 em igual período deste ano, recuo de 59,56%, no entanto foi o setor com melhor desempenho.

“Acredito que parte disso seja resultado da economia que se mostrava estagnada no primeiro semestre, de modo que espero melhora na geração de empregos nos seis meses do segundo semestre. O saldo positivo até junho de 2018 foi de 608 pessoas, mas no acumulado do ano fechou em 871 postos, ou seja, o segundo semestre teve 203 pessoas a mais. Imagino que esses números foram representativos no primeiro semestre do ano passado devido a essas empresas criadas”, expõe.

 

Foto: Arte/O Presente

 

SETORES

Sobre a diminuição nos postos de trabalho na construção civil, área mais afetada no período avaliado, Marcucci entende que o programa Minha Casa Minha Vida fez muita diferença. “Até no ano passado tínhamos muito forte no município a construção de casas populares, o que não se observou tanto neste ano. Também percebemos que inúmeros pedreiros, ao invés de terem a carteira assinada, se registram como microempreendedores individuais, o que exerce diferença nos números”, deduz.

O segmento de serviços recuou de 136 para 55 postos, no entanto foi o setor com melhor rendimento no primeiro semestre deste ano. “É um setor que cresce em âmbito nacional, por isso o nosso incentivo e fomento em termos de capacitação aos trabalhadores nas áreas industriais e de serviços. Estamos qualificando a mão de obra, portanto não focamos apenas em aumentar a quantidade de empregos, como também no valor recebido e agregado por este prestador de serviços ou por este empregado, o que possibilita a ele ter uma vida melhor”, salienta.

Marcucci entende que a tendência é de aumento na geração de empregos neste segundo semestre. “Acredito nisso por conta da aprovação da reforma da Previdência e também porque os empresários passam a investir mais nos seus empreendimentos. Penso que devemos ter média final de 200 novos postos de trabalho no segundo semestre e nos aproximar do índice de dois anos atrás”, enaltece o secretário.

 

Gerente da Agência do Trabalhador em Marechal Rondon, Arli Neodi Costa (Pereira): “Acredito que não veremos notícias tão positivas na área econômica enquanto as reformas não forem efetivadas. Espero números mais otimistas para 2020” (Foto: Joni Lang/OP)

 

EXPECTATIVA DE REFORMAS

O gerente da Agência do Trabalhador em Marechal Rondon, Arli Neodi Costa (Pereira), esclarece que as estatísticas internas do Sine apenas consideram as atividades de vagas de trabalho abertas pelas empresas em seu site, além do encaminhamento dos candidatos e a consequentemente contratação. Já o Caged registra o universo total das contratações e desligamentos realizadas pelas empresas em todo o país, tanto nos municípios quanto nos Estados.

Com população economicamente ativa de cerca de 28 mil pessoas, no primeiro semestre deste ano a Agência do Trabalhador rondonense colocou ou recolocou 846 pessoas no mercado de trabalho, quando no mesmo período do ano passado foram 1.002 efetivações. Os atendimentos aos cidadãos também são significativos, com 12.906 de janeiro a junho de 2019 e 13.109 em igual período do ano passado. “Isso demonstra que o trabalho satisfaz empresas e pessoas na busca de vagas de emprego. O nosso trabalho de visita em busca de parcerias e de conscientização junto ao empresariado precisa ser constante, considerando que a Agência do Trabalhador é o local ideal para o encontro do trabalhador e da empresa quanto à contratação”, frisa ele.

Pereira destaca que o Brasil vive a expectativa das reformas Previdenciária e Tributária. “Acredito que não veremos notícias tão positivas na área econômica enquanto as reformas não forem efetivadas. Como o projeto de reforma Previdenciária acabou de chegar no Senado, e com grande possibilidade de aprovação, esperamos números mais otimistas para 2020”, reconhece.

 

O Presente

 

Fluxo de pessoas é considerável na Agência do Trabalhador, o que possibilitou a efetivação de 846 contratos no primeiro semestre deste ano (Foto: Joni Lang/OP)

 

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