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Marechal

Com R$ 11,5 milhões a receber, ex-funcionários da Faville podem embolsar 60% do valor

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Joni Lang/OP
Com R$ 11,5 milhões a receber, ex-funcionários da Faville podem ver cerca de 60% do valor, ou R$ 6,9 milhões, liberados nas próximas semanas

 

Três anos e meio depois de ter a falência decretada, o processo do Grupo Zadville pode, enfim, caminhar a um rumo definitivo. Isso porque o caso envolvendo a falência está em vias de ter o desfecho para a parte que mais interessa: os ex-funcionários. A novela pode representar um alento aos então empregados da indústria, que moveram 634 ações trabalhistas reclamando o não pagamento de salários e outros direitos.

Em valores, a dívida total do grupo atualmente supera as cifras de R$ 150 milhões, das quais R$ 11.590.395,76 provêm de ações movidas pelos ex-trabalhadores. Conforme informações, existe a possibilidade de que aproximadamente 60% do valor venha a ser pago aos ex-funcionários neste mês de abril ou em poucos meses, o que representa uma injeção de R$ 6.954.237,46 na economia rondonense e da microrregião. Essa quantia se refere aos salários atrasados, 13º salário, férias e valores correspondentes às rescisões dos então trabalhadores da Indústria de Biscoitos Faville.

De acordo com o perito contábil da massa falida, contador César Scherer, novos leilões estariam programados para o decorrer do mês de maio, sendo eles o da unidade-sede, em Marechal Rondon, e de Goioerê. Tudo será definido pelo juiz da Vara Cível da Comarca de Marechal Cândido Rondon, Luiz Fernando Montini, incluindo os leilões de veículos e dois apartamentos.

 

Autorização

Informações dão conta de que os valores a serem pagos aos ex-funcionários seriam suportáveis e apenas dependeria de uma autorização do juízo. Tal decisão pode estar prestes a ser publicada, devendo ser informado o prazo para que os pagamentos sejam efetuados. Embora seja provável o pagamento de parte dos dividendos aos ex-funcionários, não há nada certo de que o restante, correspondente a 40%, seja quitado até o fim deste ano. Segundo o perito contábil César Scherer, o pagamento da parcela final neste ano tende a estar relacionado com a venda dos bens restantes.

Além dos credores trabalhistas, aproximadamente 200 empresas ingressaram com ações na Justiça tendo como objetivo receber pelos produtos fornecidos ou então pelos serviços prestados, contudo essa parte ainda não tem definição.

Indústria

Denominada de Grupo Zadville, a Indústria de Biscoitos Faville entrou em funcionamento em meados do ano 2000, tendo sua matriz em atuação no município de Marechal Rondon, com unidades nas cidades de Goioerê, Pato Bragado (fábrica de macarrão) e Toledo (fecularia).

Expoente, a indústria chegou a oportunizar trabalho a 700 pessoas e teve seus produtos comercializados nos principais mercados do Brasil e do exterior. A Faville foi uma das maiores fontes de receitas do Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS) ao município de Marechal Rondon.

Dinheiro em boa hora

A rondonense Ângela Márcia Fiori trabalhou por cerca de 12 anos na Faville, no período de 20 de março de 2001 a 20 de dezembro de 2012. Ela iniciou como auxiliar de produção e saiu da indústria com o cargo de supervisora de produção. Ângela tem aproximadamente R$ 30 mil a receber da Faville, o que corresponde ao salário atrasado de um mês, férias e, principalmente, rescisão (acerto). Quando saiu da indústria de biscoitos, a rondonense recebeu parte do pagamento na forma de biscoitos e vendeu para amigos e conhecidos com o objetivo de reverter o produto alimentício em dinheiro.

Ângela conta que ficou em torno de 20 dias parada, sendo que em seguida começou a trabalhar em uma empresa na cidade de Toledo, onde permaneceu por três anos até que ano passado ingressou na Revista Amigos da Natureza. Nem todos os colegas conseguiram voltar a trabalhar em tão pouco tempo, diz.

Caso se confirme para as próximas semanas o pagamento referente a 60% do valor, Ângela conta que deve receber R$ 16 mil, o que para ela significa uma ótima notícia. É que Ângela pretende utilizar estes recursos para adquirir móveis, utensílios, entre outros itens para a casa que está financiando. Este dinheiro vem em boa hora e se torna um alívio aos ex-funcionários da Faville, destaca.

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