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Marechal

Comércio e serviços crescem 94,7%

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Marechal Cândido Rondon ocupa o 4º lugar entre os municípios mais ricos do Oeste do Paraná. Ao menos é isso que aponta a pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a soma de todas as riquezas do município. Os dados fazem referência aos anos de 2010 a 2015 e apontam que no período o PIB de Marechal Rondon teve crescimento de 86,2%.

Na pesquisa são apresentados, a preços correntes, os valores adicionados brutos dos três grandes setores de atividade econômica (agropecuária, indústria e serviços) bem como os impostos, líquidos de subsídios, o PIB e o PIB per capita do município.

Dentre estes, o setor que teve a maior variação positiva do valor adicionado bruto – que diz respeito ao valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo – foi o setor de serviços, que também engloba as atividades do comércio. Em 2010, o valor adicionado do setor de serviços era de R$ 432.583.962 milhões e, em 2015, passou para

R$ 842.280.799 milhões – alta de 94,7%.

O vice-presidente de Núcleos Setoriais da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Rondon (Acimacar), Eduardo Berndt, compara que enquanto o município cresceu mais de 80% no PIB em cinco anos, no acumulado de 2017 o PIB do Paraná soma crescimento de 2,1%, enquanto que o Brasil cresceu 0,6%. “Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), no terceiro semestre de 2017 a economia do Paraná cresceu 2,9%, crescimento maior que o dobro do Brasil, que foi de 1,4% no mesmo período, conforme o IBGE. Esses números demonstram o comprometimento com o trabalho dos paranaenses e rondonenses, seja na indústria, no comércio, no campo ou no setor de serviços”, ressalta.

Na visão de Berndt, o que pesa muito nesse crescimento positivo na prestação de serviços e nas atividades de comércio de bens é a administração, seja ela pública ou projetada por instituições de classe, como a própria Acimacar, voltadas ao desenvolvimento socioeconômico, que promove melhores resultados às empresas e auxilia no crescimento. “Apesar de os dados serem referentes a 2015, hoje podemos comprovar que o Paraná e o nosso município saíram da crise em uma velocidade mais rápida e em um ritmo mais intenso do que o Brasil”, enfatiza.

 

Propulsor

Para o vice-presidente da entidade, o carro-chefe quando fala-se em crescimento de PIB no Brasil é o bom desempenho do agronegócio, que, também no Estado e em Marechal Rondon, é o propulsor do crescimento das demais atividades, fazendo com que os outros setores também tenham um crescimento acima da média. “A região Oeste, incentivada por programas como o Oeste em Desenvolvimento, localmente pela fomentação dos Núcleos Setoriais, por exemplo, garante um bom ambiente de negócios, com incentivo aos investimentos”, enaltece Berndt. “O crescimento da economia local é resultado de um bom ambiente de propulsão econômica, incentivada por inúmeros programas, ações públicas e institucionais que auxiliam na formação, crescimento e investimento das empresas”, complementa.

 

Diversificação é o segredo

Caracterizado pela produção pecuária, lavouras temporárias e permanentes, horticultura e floricultura, aquicultura e pesca, o agronegócio foi o segundo setor com maior crescimento no valor adicionado bruto na pesquisa do PIB rondonense, com aumento de 88,4% de 2010 para 2015.

Para o secretário de Agricultura e Política Ambiental, Leandro Dadalt, o resultado está relacionado especialmente à diversificação das atividades dentro das propriedades, ou seja, um agricultor que até então produzia apenas grãos passou a agregar novos modelos de produção, como avicultura, bovinocultura leiteira, suinocultura e até mesmo piscicultura. “O produtor está preocupado em diversificar sua propriedade, verticalizando sua produção. Com isso, a tendência de crescimento é natural dentro do setor, melhorando a renda para o produtor e até mesmo para o município”, declara.

 

 

Resultados e perspectivas

Dadalt lembra que, neste ano, a Secretaria de Agricultura e Política Ambiental fez uma mobilização junto ao Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) e ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (CMDA), após conversas com produtores, para conseguir, junto à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), alterações no vazio sanitário da soja. “A entidade compreendeu a necessidade dos produtores e reduziu o período de emergência da soja para a partir do dia 10 de setembro, então a partir do dia 05 o produtor já poderia plantar. Diferente de outros anos, o vazio terminava apenas no dia 15 de setembro”, comenta.

 

 

Valor da indústria cresce 58,7%

Apesar de ter sido o setor com a menor variação positiva entre 2010 e 2015 entre os itens analisados pelo IBGE, a indústria rondonense acumulou no período expressivos 58,7% de valor adicionado bruto. Além disso, a indústria de transformação continuou ocupando a segunda colocação como atividade com maior valor adicionado bruto – superando novamente o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas.

 

 

Ano promissor

Para o setor industrial, destaca o vice-presidente, o ano de 2017 colocou os empresários do setor industrial para pensar e fazer reavaliações internas na questão de custos. “Não vejo tanto um crescimento, mas, sim, um crescimento dos próprios empresários para tomarem as atitudes e melhorarem os processos”, menciona.

Segundo Lunkes, 2017 não foi um ano fácil para o setor, tanto é que muitas indústrias diminuíram o quadro de funcionários, bem como o faturamento. “Apesar de terem renovado com novos colaboradores, necessários para oxigenar o negócio, para trazer novas ideias, muitas indústrias precisaram se reprogramar. Houve a necessidade de renegociar despesas para que algumas pudessem se manter abertas e prontas para 2018”, relata.

Confira essa matéria na integra em nossa edição impressa desta sexta-feira (22).  

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