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Marechal Despedida

“Construímos uma história vitoriosa no basquete”, avalia Guilherme Roma

Ex-técnico da Aroba e agora treinador das categorias sub-16 e sub-18 do Joinville
(SC), Guilherme Roma: “Agradeço muito as pessoas que estiveram envolvidas e comprometidas com o basquete”

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Joni Lang/OP

A diretoria da Associação Rondonense de Basquete (Aroba) foi informada nesta semana da saída do técnico Guilherme Prates Roma, que atuou por cinco temporadas completas à frente das categorias do projeto, cujos atletas conquistaram títulos estaduais, nacionais e internacionais. Ontem (1º) o rondonense participou da primeira reunião no cargo de treinador das categorias sub16 e sub-18 da Associação Amigos do Basquete de Joinville (AABJ), em Santa Catarina.

Enquanto na Aroba os atletas vinham sendo treinados tanto no projeto social como no rendimento, os times sub16 e sub-18 do Joinville têm foco exclusivo no rendimento. Além disso, Roma exercerá a função de auxiliar técnico da equipe adulto que disputa a Liga Nacional de Basquete. Em entrevista concedida à reportagem de O Presente, o rondonense destaca ter assumido a parte de rendimento do basquete de Marechal Cândido Rondon no ano de 2012, sendo que inicialmente houve inúmeras dificuldades.

 “Na época eu era um técnico que não tinha experiência em equipes de rendimento, então houve um acordo com os pais dos atletas em que propus dedicação nas categorias sub-12 e sub-13, mas era preciso uma parceria. O projeto foi apresentado e abraçado pelo Colégio Rui Barbosa, sendo esse o divisor de águas, porque se tornou mais fácil apresentar para empresas e mostrar como um projeto sério. Recebemos bolsas de estudo do colégio que foram distribuídas a alunos que vieram de colégios estaduais e do interior”, enaltece.

Roma destaca que a Aroba, entidade criada no ano de 2010, foi ganhando corpo, tanto que a partir de 2013 foram conquistados títulos anuais, tanto em nível de Estado, quanto nacionais e internacional. “Faturamos em média três títulos em nível estadual por ano, o que chegou ao fim desse ciclo no ano de 2016, quando disputamos o Campeonato Brasileiro, feito inédito ao Estado do Paraná”, recorda.

Em novembro daquele ano a equipe rondoniense, apoiada pelo Colégio Rui Barbosa e pela prefeitura, conquistara o 1º lugar nos Jogos Escolares Brasileiros pela Divisão A em João Pessoa, na Paraíba.“Em abril do ano passado a Aroba se tornou campeã brasileira de Desporto Escolar também na Divisão A em Recife, Pernambuco, o que deu a oportunidade de disputar o Campeonato Mundial Escolar em Porec, na Croácia, ficando em 12º lugar”, reforça.

 

Dedicação

Conforme o treinador, algumas pessoas julgam pelo trabalho de base não ter sido desenvolvido como esperado, porém destaca ter sido necessário dar ênfase a uma iniciativa.

“Fazíamos um trabalho social que não visava tanto montar equipes para competições locais, mas a Aroba nunca deixou de atender atletas e nem o trabalho social. Nos dedicamos a duas categorias, que foram sub-17 e sub19, tendo êxito nas competições disputadas”, assegura. “Os títulos mencionados como os mais importantes acredito que foram o nosso primeiro estadual no sub-13, muito comemorado por ser o meu primeiro título. O tricampeonato sul-brasileiro, o bicampeonato brasileiro, que coroou esse trabalho, e a participação no mundial, que foi algo indescritível. Não tem nem o que falar, pois foi a melhor campanha que uma equipe masculina do Brasil teve. Jogamos contra Alemanha, Letônia, Lituânia, Bélgica, enfim, grandes potências mundiais. Tivemos três derrotas e conquistamos cinco vitórias, portanto foi um saldo muito positivo e que nos deixa muito contentes”, avalia.

Ele reconhece que o sucesso foi possível porque os pais dos atletas acreditaram no trabalho e porque o colégio apoiou o projeto. “Marechal Rondon tem paixão pelo esporte em qualquer idade, seja crianças de seis anos até veteranos, então foi um conjunto todo e um trabalho de muitos anos. Acredito que ajudamos a construir uma história vitoriosa com pessoas importantes, como os professores Roberto, Marcelo e Valdemar, além de Marcel e Douglas. As pessoas que passaram por aqui fizeram a história do basquete rondonense até resultar nessas conquistas”, frisa.

Entre os desafios podem ser citados os cuidados de jovens oriundos de outras cidades e Estados, que permanecem carregando o sonho de se tornarem jogadores profissionais e com uma trajetória de sucesso, enaltece o comandante. “O trabalho que você tem para cuidar de jovens que sonham com um futuro na modalidade é grande, pois quando propõe um trabalho eles saem de Minas Gerais, São Paulo, de outros lugares, e vêm por acreditar naquele trabalho e naquela palavra garantida a eles, ou seja, você se torna ‘o pai’ de 12 garotos porque se há problema vai no colégio. Foi muito bom porque a gente cresceu com os resultados e com a vontade de continuar em alto nível”, expressa.

“Quem gerir o basquete vai ter a sua ideologia e a sua forma de trabalhar. Desejo muito sucesso ao basquete de Marechal Rondon, não importando se vai ser de base ou de rendimento, pois acredito não ter maior ou menor brilho, vai continuar sendo o reconhecido basquete rondonense”, destaca Roma, emendando: “Agradeço muito as pessoas que estiveram envolvidas e comprometidas com o basquete, aos professores, aos amigos e a todos que torcem por nós. Se não fossem essas pessoas não teríamos tanta vontade de trabalhar e fazer o melhor”, declara.

Segundo ele, por vezes alguns o questionam se está completamente feliz com que realizou e nem sempre a resposta é positiva. “Prefiro trazer as coisas boas e aprender com os erros para construir um futuro melhor. Quem assumir (a Aroba) deve aprender com os nossos erros e sucessos e trilhar o caminho para trabalhar de forma correta”, diz.

 

Oportunidade

Em relação à oportunidade que assume enquanto treinador dos times sub-16 e sub-18 do Joinville, além de auxiliar da equipe adulta, Roma salienta que a proposta recebida por ele no fim de semana trouxe um pouco de medo.

“Não posso dizer que estou 100% seguro, mas estou confiante porque vou tentar fazer o meu melhor e tento lidar com isso da melhor forma possível. Estou muito feliz com a oportunidade que o Joinville está me dando por ser uma equipe grande que disputa a Liga Nacional de Basquete. Parto com a missão de ser auxiliar do time principal e assumir duas categorias de base. Tudo isso foi determinante para que eu decidisse ir ao Joinville. Trata-se de uma porta que se abre e um sonho que sempre tive, então vou em busca dele”, afirma.

Seja nas equipes de base que já dão os primeiros passos em competições estaduais e nacionais, ou no elenco principal que compete na Liga Nacional de Basquete, o único foco está no alto rendimento. “Estou muito contente com o que pude fazer e trabalhar na Aroba e o novo desafio será uma grande oportunidade para que eu me desenvolva ainda mais”, finaliza Roma.

 

Equipe Aroba

Considerando que os gestores abriram mão de que a Aroba seguisse com o esporte de rendimento, o projeto vai focar ainda mais na parte social com atletas de base com o objetivo de que seja ampliado. Além disso, alguns atletas que formavam a equipe Aroba estão acertados com Flamengo, Minas Tênis, outros fechando com Foz do Iguaçu, além da possibilidade de jogadores irem para Araraquara, em São Paulo, e outros para Joinville. Com isso, em torno de 90% dos atletas devem atuar em outras equipes pelo país.

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