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Marechal Saúde

Questões sanitárias travam reabertura do Hospital Fumagali 

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Há quase quatro anos o Hospital Fumagali foi interditado pela Vigilância Sanitária a pedido do Ministério Público: alegação é de que havia em torno de 100 irregularidades (Foto: Arquivo/OP)

Apesar de demonstrar interesse em retomar o atendimento do Hospital Fumagali, o proprietário, médico Ítalo Fernando Fumagali, segue encontrando barreiras para conseguir reabrir as portas da casa hospitalar.
Recentemente, um grupo de rondonenses organizou um abaixo-assinado, recolhendo aproximadamente sete mil assinaturas de cidadãos, solicitando a reabertura do Hospital. O documento foi apresentado a deputados estaduais e entregue ao secretário de Saúde do Paraná.
Um desses deputados, que tem abraçado a causa, é Márcio Pacheco. Ele tenta junto às esferas estadual e federal garantir meios para agilizar o processo de reabertura da unidade hospitalar. Segundo o parlamentar, as principais dificuldades encontradas envolvem a Vigilância Sanitária.
Para tentar agilizar o processo, o deputado gestionou junto à Secretaria Estadual de Saúde para que faça a intermediação da negociação, visando resolver as pendências principalmente sanitárias.
“O abaixo-assinado, que coletou milhares de assinaturas em cerca de 30 dias, mostra o tamanho da demanda pela reabertura do hospital. Ao receber esse documento, assumi um compromisso com a comunidade rondonense de contribuir para que o Hospital Fumagali volte a atender no município. Estamos lutando para que esse problema seja superado, resolvido o quanto antes”, destaca Pacheco.
Para ele, trata-se de uma situação que deve ser encaminhada mais para o lado do diálogo, contando com a sensibilidade da gestão municipal e da vontade do proprietário do hospital. “Um entendimento é o que buscamos para a superação desse conflito. De cada lado ceder um pouco para que a população seja beneficiada. Enfim, com o envolvimento do Estado, agora, esperamos que seja possível promover a superação dessa situação”, pontua.

INTERDIÇÃO
Em 2018 o Hospital Fumagali completa 50 anos de atuação em Marechal Rondon. Há quase quatro anos a unidade hospitalar foi interditada pela Vigilância Sanitária a pedido do Ministério Público. A alegação é de que havia em torno de 100 irregularidades no local, como na parte de estrutura e sanitária, bem como a falta de médicos para atender determinadas especialidades.
Em 2011, a unidade deixou de atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e uma eventual reabertura não garantirá a retomada do serviço público.
A instituição está localizada no centro da cidade, em uma área considerada privilegiada, e conta com quatro salas cirúrgicas equipadas e, se voltar a funcionar, poderá ter 49 leitos, mas com possibilidade de atender até 120 pessoas em situação de emergência.
Em recente entrevista ao Jornal O Presente, Fumagali garantiu que se conseguir a licença sanitária pode, no dia seguinte, reabrir as portas do hospital.

TAC
No dia 27 de junho, em uma audiência no Juizado da Vara Cível e Fazenda Pública da comarca, ficou definido que o Hospital Fumagali tem prazo máximo de 90 dias para promover adequações, sendo que em seguida a Regional de Saúde de Toledo fará uma vistoria no local.
Em entrevista ao O Presente, o então juiz da Vara Cível, Luiz Fernando Montini, comentou que o proprietário do empreendimento, médico Ítalo Fumagali, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) concordando com a realização de alguns trâmites visando à reabertura do hospital, “sendo que hoje há discussão se ele cumpriu ou não com os requisitos”, comenta.
Segundo Montini, na audiência realizada ficou definido que as readequações sugeridas serão promovidas em até 90 dias. “A partir daí a Regional de Saúde fará uma vistoria, sendo que a autorização para reabrir o hospital será sugerida a partir do cumprimento das exigências. Se fizer as readequações em menos tempo, melhor para ele”, salienta.

 

Deputado Márcio Pacheco: “É uma situação que deve ser encaminhada mais para o lado do diálogo, contando com a sensibilidade da gestão municipal e da vontade do proprietário do hospital” (Foto: Divulgação)

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