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Marechal Impactos da Covid-19

Crise não intimida mercado imobiliário de Marechal Rondon, que segue otimista

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Corretores de imóveis de Marechal Rondon afirmam que o setor já apresenta reação positiva após os principais impactos da crise de Covid-19 e asseguram que deve ser um dos que vai se estabilizar mais rápido, comparado a outros segmentos. Confiança se deve ao agronegócio, mola propulsora da economia da região (Foto: Sandro Mesquita/OP)

A frase mais ouvida nos últimos tempos – “fique em casa” – se tornou sinônimo de segurança e conforto para muitas famílias por conta dos riscos de contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19).

Apesar de a crise ainda afetar a maioria dos setores da sociedade, a economia mostra sinais de reação, especialmente no setor imobiliário, e o significado de “casa” passou a ter outra conotação.

“O significado se tornou porto seguro para todas as famílias, até os meus clientes têm confidenciado o quão importante foi ter feito a aquisição da sua moradia, do seu lar” revela o corretor de imóveis rondonense Celson Joris.

Para ele, o mercado imobiliário, assim como outros setores, precisou se adequar e mudar a rotina por conta da pandemia, mas está otimista e apresenta boas projeções para os próximos meses. “Eu acredito que a pandemia vai mudar todos os mercados para melhor, para dar mais sentido à vida em si”, afirma.

Corretor de imóveis Celson Joris: “O dinheiro não acaba, ele só troca de mãos. Então, sempre vai ter aquele querendo comprar, querendo uma oportunidade, como aquele que precisa vender para fazer outro tipo de investimento” (Foto: Divulgação)

 

PRÉ-PANDEMIA

O setor de construção civil foi determinante para impulsionar a economia do país, especialmente no final de 2019. Os números apontavam uma expectativa positiva para o ano seguinte.

As vendas de imóveis residenciais no último trimestre de 2019 apresentavam um crescimento de 28,3% em relação ao trimestre anterior, e de 8,4% se comparado com o mesmo período de 2018, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que em 2019 o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção Civil teve a primeira alta desde 2014, algo perto de 0,3%.

Tudo indicava que 2020 seria um ano melhor para o segmento, e de carona vinha o mercado imobiliário, com alta de 3% no início do ano. Tudo indicava que o setor seria um dos motores da economia para este ano.

Mas, a pandemia do novo coronavírus chegou e esfriou os ânimos do mercado imobiliário, que precisou se reinventar para enfrentar o período de turbulência e incertezas da economia.

Segundo o coordenador do Núcleo de Imobiliárias da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Roberto Afonso Thomé, o momento mais crítico foi durante o fechamento de boa parte do comércio no mês de março, no entanto, o setor já apresenta uma reação positiva. “Acredito que irá se estabilizar mais rápido que outros segmentos”, prevê.

De acordo com ele, o segmento não foi o mais atingido, mas também sentiu os efeitos da crise, principalmente para as empresas que trabalham com locações de imóveis. “Locações tivemos que fazer vários acordos, principalmente de locações comerciais, panificadoras, restaurantes, empresas distribuidoras de bebidas e empresas que trabalham com eventos”, comenta Thomé.

 

Muitos contratos de locação precisaram ser renegociados com proprietários devido à inadimplência durante a pandemia (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

ATENDIMENTO ONLINE

Conforme Thomé, muitas imobiliárias já utilizavam as redes sociais para atender os clientes, mas a pandemia intensificou o uso dessas ferramentas digitais. Para ele, a comunicação on-line é importante principalmente no primeiro atendimento, quando são enviadas para o cliente informações a respeito do imóvel, como a localização e tabela de preço, o que agiliza o processo de venda ou locação. “Essa facilidade do mercado on-line faz você filtrar um pouco os clientes na hora em que manda o material. No dia em que ele vem te procurar na imobiliária já tem o intuito de comprar”, salienta.

De acordo com ele, as empresas que integram o Núcleo de Imobiliárias da Acimacar já estavam preparadas para a virtualização do mercado imobiliário através do portal imobiliário da instituição, onde é possível encontrar imóveis das empresas que integram o núcleo. “Claro que cada empresa implementa algumas ferramentas a seu gosto, a sua projeção, porque você tem várias ferramentas e jeitos de apresentar o seu imóvel”, ressalta.

Na opinião de Joris, a virtualização do atendimento foi primordial para fomentar os negócios de compra, venda e locação de imóveis. Ele conta que durante o fechamento do comércio aumentou o número de visitas no site da imobiliária, e que essa deve ser a tendência daqui para frente. “O setor não parou. Ficamos em contato permanente com nossos clientes através dos meios eletrônicos”, relata.

Segundo o corretor de imóveis, tanto as empresas precisaram se adequar às ferramentas on-line quanto os clientes foram obrigados a se habituar ao uso delas. “Aquele que não era familiarizado com os novos meios eletrônicos foi obrigado a se reinventar e buscar através das ferramentas as informações que precisava”, ressalta.

 

Coordenador do Núcleo Imobiliário da Acimacar, Roberto Thomé: “É um setor muito bom e eu acho que ele volta a trazer otimismo para a economia do município” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

COMPRAR OU VENDER?

Mesmo os momentos de crise podem trazer resultados positivos para determinados setores da economia.

No segmento imobiliário, esse é um momento propício para quem pretende investir em imóveis, considera o coordenador do Núcleo das Imobiliárias da Acimacar. “O momento hoje, sem sombra de dúvidas, é mais favorável para você comprar do que para você vender, porque quem está com o dinheiro na mão está buscando um negócio diferenciado, um investimento, e na compra ele quer uma barganha”, enfatiza.

Conforme Joris, com ou sem pandemia o mercado imobiliário não para. Ele acredita que o momento é favorável tanto para compra quanto para venda de imóveis. “O dinheiro não acaba, ele, muitas vezes, só troca de mãos. Então, sempre vai ter aquele querendo comprar, querendo uma oportunidade, como aquele que precisa vender para fazer outro tipo de investimento”, pontua.

 

INADIMPLÊNCIA

A crise na saúde gerada pela pandemia atingiu em cheio a saúde financeira de muitas famílias. Pessoas perderam o emprego ou viram a renda diminuir acentuadamente. Esses reflexos atingiram o setor imobiliário, que viu o crescimento da inadimplência.

O coordenador do Núcleo Imobiliário da Acimacar diz que foi necessário fazer readequações nas locações e parcelamento de imóveis e terrenos, mas os problemas, em sua maioria, foram resolvidos e a situação foi contornada. “Tivemos que fazer renegociações para poder dar um fôlego para esses clientes”, menciona.

De acordo com Joris, os imóveis parcelados não apresentaram inadimplência, apenas situações pontuais foram observadas em contratos de locação. Segundo ele, nesses casos foi preciso renegociar com o proprietário do imóvel, e em alguns casos foi necessário fazer uma pequena redução no valor, por um período curto, para depois diluir em outros meses. “Isso foi feito para alguns, dependendo da atividade comercial do cliente”, relata.

 

Crise gerada pela pandemia pode ser momento propício para compra de imóveis (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

EXPECTATIVA

Passada a pandemia, tudo indica que as pessoas fiquem mais propensas a investir em ativos que tenham características de proteção ao patrimônio, caso do investimento imobiliário.

Thomé afirma perceber no setor uma confiança maior de quem pretende investir em imóveis. Na visão dele, o segmento deve estar no primeiro plano de quem pretende investir. “Você tem uma coisa garantida, está ali e ninguém mexe ou tira de você”, enaltece.

Segundo ele, a expectativa para o segundo semestre desse ano é de ascensão, porém, num ritmo abaixo do projetado. “Ele se torna um dos principais investimentos para quem tem dinheiro, tanto para locação quanto para compra. Não digo especulação imobiliária, mas investimento imobiliário de médio e longo prazo o imóvel vai ser o melhor investimento a ser feito”, ressalta.

Para Joris, a confiança no mercado imobiliário em Marechal Cândido Rondon e região está diretamente inserido no agronegócio, considerado o principal impulsionador do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “O produtor rural continua no seu sítio, sua propriedade ou na sua granja produzindo, ele não parou. Então, o setor vem reagindo naturalmente. O aumento do preço das commodities também tem ajudado muito o setor a reagir”, observa o corretor de imóveis.

 

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