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Marechal

Delegado revela detalhes sobre investigações de crimes ocorridos em Marechal Rondon

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Informações sobre o andamento das investigações acerca dos casos de tentativa de latrocínio e homicídio, registrados na última semana em Marechal Cândido Rondon, foram detalhadas durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (31), na 47ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

Na ocasião, o delegado Leandro Alberto Albuquerque Stábile, que responde de forma interina pela delegacia rondonense durante o período de férias do delegado titular, Diego Valim, afirmou que as investigações estão adiantadas, inclusive com a identificação de suspeitos, e devem, em breve, efetivar resultados.

 

Linhas de investigação

O delegado, que é titular da Delegacia de Polícia Civil de Formosa do Oeste, afirma que há uma linha de investigação traçada e consistente e não descarta a hipótese de uma ligação entre os casos. “Como são dois crimes de natureza semelhante, ocorridos em um curto espaço de tempo e na mesma cidade, não há como descartar essa possibilidade, mas ainda não conseguimos comprovar se ela realmente existe”, diz Stábile.

Embora as investigações sigam em sigilo, o delegado afirma que a principal suspeita acerca do primeiro crime é de que os criminosos estejam ligados a quadrilhas responsáveis por roubo de caminhonetes, tanto que já há suspeitos sendo investigados. “Já foram levantadas uma série de suspeitos e várias pessoas foram ouvidas desde o primeiro fato. A equipe de investigação não parou de trabalhar para que possamos solucionar esses crimes”, ressalta.

Para Stábile, o fato do pai da vítima ter uma caminhonete reforça a hipótese do crime ter sido praticado por uma quadrilha especializada nesse tipo de delito. “Na nossa região isso é algo muito comum, ainda mais por conta da proximidade com a fronteira. O roubo de veículos, principalmente de caminhonetes já é um crime pré-orquestrado, sendo um produto com entrega pronta no país vizinho”, comenta.

Ainda segundo o delegado, ao que tudo indica a quadrilha seria da cidade, mas não descarta a participação de pessoas de fora. Ele também revela que há a suspeita da participação de adolescentes na ação.

Questionado sobre a possiblidade da vítima ter reagido à abordagem dos criminosos e, por conta disso, ter sido baleado, o delegado diz que ainda não como afirmar se houve algum tipo de reação. “Como a vítima está internada, os familiares ainda não estão em condições de prestar depoimentos e não houve testemunhas oculares do crime, não podemos afirmar com precisão se houve ou não uma reação”, declara.

Contudo, Stábile reitera que outras testemunhas foram ouvidas. Ele também reforça que a polícia dispõe de uma relação de suspeitos que possam estar envolvidos. Todos, inclusive, com passagens pela polícia.

 

Polícia busca a motivação de homicídio

Segundo o delegado interino, o crime de homicídio também conta com suspeitos identificados e descarta que a situação teria sido um latrocínio. “Ainda não foi confirmado se houve a subtração de algum item do local, por isso começamos e ainda estamos trabalhando na linha de investigação de um homicídio, buscando motivações e razões que teria levado à prática do delito”,

A vítima já tinha histórico policial por crimes relacionados a drogas e, conforme Stábile, a vida pregressa pode ter influenciado no caso. “Em qualquer crime, quando fazemos a análise do caso, também fazemos uma busca histórica, para saber o que e como pode haver relações. Não há como descartar isso em nenhum tipo de crime, e esse caso não foge à regra. É bem possível que exista alguma relação”, revela.

Informações extraoficiais davam conta de que a vítima estaria reunida com pessoas na noite anterior aos fatos no local do crime. Acerca disso, o delegado informou apenas que a polícia tem essa informação, mas que os desdobramentos seguem em sigilo para preservar a investigação. “Há uma série de testemunhas relacionados a esse delito. Testemunhas que ouviram, outras que supostamente viram, então há muitas pessoas para serem ouvidas”, diz o delegado.

Além disso, os investigadores realizaram levantamento do local do crime e não encontraram nenhum indicativo de que houve luta corporal.

 

Crimes

O primeiro crime foi registrado no último dia 22, na Avenida Expedicionário Otto Grings, no Bairro Universitário, e teve como vítima o jovem e empresário Renan Francisco Schroeder, de 25 anos, que foi baleado no rosto durante a tentativa de assalto frustrada.

Os criminosos aproveitaram o momento em que o rapaz abriu o portão eletrônico para entrar na garagem da residência com seu veículo Astra, invadiram o imóvel e abordaram inicialmente a mãe, que havia ido em direção ao filho. Enquanto a mulher foi levada para dentro de um quarto, os outros meliantes se aproximaram de Renan e deram voz de assalto.

Quando o jovem desembarcava de seu automóvel, um dos criminosos efetuou disparos de arma de fogo, sendo que um projétil transfixou o rosto da vítima, entre os olhos e a bochecha, e atingiu as vértebras C3 e C4.

Renan segue internado no Hospital Policlínicas de Cascavel e já foi submetido a mais de cinco cirurgias. Os médicos não descartam a hipótese do jovem ficar tetraplégico.

O segundo crime, registrado na madrugada de sábado (27) para domingo (28), em uma metalúrgica próximo ao portal de entrada de Marechal Rondon, vitimou fatalmente Zezue Alves de Oliveira, de 38 anos, assassinado com um tiro na cabeça.

De acordo com informações da Polícia Militar, uma equipe foi até o local, onde está instalada a metalúrgica, após receber uma denúncia anônima relatando que no interior do barracão havia uma pessoa morta e vestígios de sangue. Ao averiguar a denúncia, os policiais constataram que a porta de um dos barracões estava aberta e encontraram, dentro de um quarto, o corpo do homem. O disparo atingiu o olho direito da vítima.

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