“Devemos preservar o distrito de Porto Mendes”, enaltece Bier

As recentes manifestações de lideranças de Porto Mendes, as quais almejam o desmembramento do distrito rondonense e sua incorporação ao município de Mercedes, geraram expectativa nas comunidades das duas cidades, que esperam, curiosas, pelo desdobramento dos fatos. Inclusive, manifestam curiosidade para saber o que pensam lideranças locais a respeito da temática.

Para o ex-prefeito de Marechal Rondon e ex-deputado Ademir Bier (PSD), deve-se preservar o distrito de Porto Mendes. “É preciso valorizar e fazer os investimentos necessários para que os moradores estejam satisfeitos em conviver e pertencer ao município de Marechal Rondon. Vejo muito claro desta forma”, enfatizou ao O Presente.

Conforme Bier, a legislação não é específica no que tange a temas como desmembramentos de territórios. “É preciso fazer um estudo porque não há regulamentação. Sobre o aspecto legal desejo expor que, além da vontade do distrito de Porto Mendes, também precisa ser conhecido o desejo de quem reside em Marechal Rondon e Mercedes”, enaltece.

IMPACTOS

Na visão do ex-deputado, atual diretor de Obras da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), trata-se de um processo longo, que exige análise sobre a viabilidade dos impactos que a transferência de território pode representar. “Ou seja, trata-se de um aspecto técnico e muito amplo que requer estudo aprofundado. Em relação ao aspecto político, vejo que este movimento deve ter surgido pelo descontentamento e insatisfação da população de Porto Mendes com a arrecadação do município e do que as lideranças de Porto Mendes entendem que há necessidade de investimentos no distrito”, analisa.

 

 

 

De acordo com Bier, estes fatores merecem ser levados em consideração, pois o descontentamento existe. “As lideranças ligam para mim e se queixam. No passado, por exemplo, Margarida quis se emancipar, o que também não foi possível pela legislação em vigor. Sempre fui muito correto com Margarida dizendo que as leis vigentes no país não comportam a criação de municípios, então os moradores dos distritos se sentem no direito de receber investimentos maiores e há este descontentamento com a administração pública rondonense”, frisa.

 

ENTENDER O PORQUÊ

O diretor da Cohapar lembra que não é de agora e não é só em Porto Mendes que os moradores tentaram se emancipar ou buscar pertencer a municípios vizinhos. “É importante entender o porquê disso. Alguma insatisfação existe para criar este e outros movimentos, que, aliás, mostram o sentimento justo da população que reivindica melhorias”, evidencia.

Embora prefira não se declarar a favor ou contra o desmembramento de Porto Mendes para Mercedes, o ex-deputado entende que a discussão tende a ser negativa a ambos os lados, tanto para Marechal Rondon quanto para Mercedes. “Penso que se deve preservar o distrito de Porto Mendes, valorizar e fazer os investimentos necessários”, reforça, acrescentando: “Contudo, precisa ser verificado quantas são as lideranças de Porto Mendes que pensam a favor do desmembramento. Não consigo fazer esta avaliação neste momento, mas torço para que a situação se ajeite. Independente de quem está no governo, é necessário fazer Marechal Rondon se desenvolver da maneira que efetivamente merece”, pontua.

Conforme o ex-deputado, o distrito de Porto Mendes se encontra em uma situação que não é a ideal. “A principal questão é que a população local tem todo direito de reivindicar e isto precisa ser levado em consideração e respeitado. Contudo, é necessário refletir sobre o impacto e a viabilidade disso”, conclui Bier.

“Alguma insatisfação existe para criar este e outros movimentos, que, aliás, mostram o sentimento justo da população que reivindica melhorias”

“Independente de quem está no governo, é necessário fazer Marechal Rondon se desenvolver da maneira que efetivamente merece”

O Presente