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Marechal Planejamento de ações

Ecossistema de inovação busca estimular empreendedores rondonenses

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Vice-presidente de Inovação e Tecnologia da Acimacar, Nilmar João dos Santos: “Temos uma cultura de cooperação e associativismo muito forte. Um grande número de empreendedores cívicos que pensam em construir um município melhor e várias instituições que cooperam estrategicamente e de várias formas” (Foto: O Presente)

 

Vivemos um tempo marcado por rápidas e profundas mudanças no mundo. A garantia de um futuro promissor passa, necessariamente, pela transformação das economias e, inclusive, dos governos e demais organizações por meio da inovação. Entretanto, esta não é uma tarefa fácil ou trivial. É preciso criar espaços, infraestrutura, políticas, redes e conexões que facilitem o fluxo do conhecimento, do capital e da cultura inovadora. É preciso que a produção de conhecimento seja ampliada e qualificada. É preciso encorajar nossas empresas a inovar. É preciso levantar capital de investimento público e privado e também formar novas gerações de empreendedores inovadores.

Pensando nesse aspecto, uma iniciativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em conjunto com várias instituições, dentre elas a Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codemar), Comitê Gestor do Programa Cidade Empreendedora, Secretaria Municipal de Indústria e Turismo e Sindicomar, está executando o Programa Inova Oeste, que busca ativar o ecossistema de inovação no município.

O Inova Oeste propõe o engajamento de mais instituições, como universidades, empresas, associações, núcleos setoriais, cooperativas e Poder Público, a fim de ativar o Ecossistema Municipal de Inovação.

O grupo, até o momento, é formado por 40 pessoas. “Atores” que representam diversas instituições públicas e privadas que ajudam a compor o chamado ecossistema de empreendedorismo e inovação. A programação inicial prevê três encontros em formato de workshops, permitindo mapear o ecossistema na cidade, identificando gargalos, indicando possíveis caminhos para superar desafios e, inclusive, auxiliando na criação de legislação específica de fomento à inovação no município.

 

Três encontros

O primeiro encontro foi realizado no mês de outubro deste ano, tendo por objetivo sensibilizar o grupo sobre o tema para que desse início ao diagnóstico do ecossistema de inovação em Marechal Rondon, mapeando e avaliando o cenário. “Além disso, tivemos uma preparação para o segundo workshop, que será realizado próximo dia 28, e que abordará ‘Planos’, identificando gargalos para a elaboração de projeto do ecossistema de inovação”, explica o vice-presidente de Inovação e Tecnologia da Acimacar, Nilmar João dos Santos.

De acordo ele, a metodologia aplicada nos workshops permite identificar potenciais parceiros e o que cada um deles pode contribuir para o ecossistema de inovação na cidade. “O grande desafio é identificar, conciliar, agregar e sensibilizar os agentes capazes de mobilizar o ecossistema e fazer com que estes se conectem para diálogos e parcerias sólidas e permanentes”, conceitua.

Até agora, ressalta Santos, já foi possível identificar os protagonistas para a promoção da cultura da inovação e empreendedorismo inovador em Marechal Rondon. “Com certeza é um start e outros virão alimentar esse ecossistema num futuro breve. O começo é sempre mais desafiador”, aponta.

 

Última etapa

A última etapa do ciclo de workshops de inovação está prevista para 05 de dezembro e será de preparação dos “atores” para realizar eventos e criar planos de ação. Trata-se da etapa chamada de “Soluções”. Depois dessa etapa deverão ocorrer novos encontros, objetivando a identificação de parcerias e articulação e conectar ações com SRI (Sistema Regional de Inovação), para que o ecossistema se utilize da plataforma SRI, defina modelo sustentável e capte parceiros externos. A última etapa terá como objetivo identificar oportunidades, atualizar planejamento e planos de ação”, comenta Santos.

Os workshops de empreendedorismo e inovação são iniciativa do Sebrae no SRI, um dos eixos do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), em parceria com o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI).

 

Grupo

Fazem parte do ecossistema de inovação: empresas, entidades de classe, parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras, coworkings, empreendedores, inventores, pesquisadores, centros de pesquisa, escolas técnicas, universidades, governo, investidores, mentores e sistema financeiro.

Grupo que, unido, afirma o vice-presidente de Inovação e Tecnologia da Acimacar, gera uma expertise única ao desenvolvimento do empreendedorismo e inovação no município. “A reunião de diversos agentes, entidade empresarial, academia, Poder Público, empresários do setor interessados em desenvolver inovação propiciando que todos se conectem e pensem em ações conjuntas com um mesmo propósito e visando um futuro melhor para todos”, evidencia.

Segundo ele, atualmente dentro do ecossistema de inovação em Marechal Rondon há a incubadora do PTI, as universidades, instituições como Sesc, Sesi/Senai, a própria Acimacar e seus núcleos setoriais, além da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo. “Grandes empresas do município, como Frimesa, Copagril, Agrícola Horizonte, Sicredi e Sicoob também estão começando a ter o entendimento sobre o que é o ecossistema e o que precisa ser feito para ele funcionar”, diz, acrescentando que o programa também visa envolver o jovem que possui características empreendedoras. “Eles serão os empreendedores do futuro e é preciso que estejam acompanhando os processos de inovação”, afirma.

Na região Oeste do Estado, Palotina foi o primeiro município a receber a proposta dos workshops, seguido de Foz do Iguaçu.

 

“Até agora já foi possível identificar os protagonistas para a promoção da cultura da inovação e empreendedorismo inovador em Rondon”

 

Empreendimentos inovadores

Ecossistema de inovação é um conceito da área de economia. Nele existem condições propícias para que empreendimentos inovadores surjam, cresçam, prosperem e, por consequência, gerem riqueza, ganhos de produtividade, aumento da competitividade econômica e emprego de pessoas com maior grau de sofisticação tecnológica.

Santos ressalta que Marechal Rondon tem as condições ideais para fazer um ecossistema de inovação prosperar. “Temos uma cultura de cooperação e associativismo muito forte. Um grande número de empreendedores cívicos que pensam em construir um município melhor e várias instituições que cooperam estrategicamente e de várias formas”, pontua.

Ainda de acordo com o vice-presidente de Inovação e Tecnologia, o ecossistema de inovação abre um leque de novas oportunidades para que empresas e instituições do município encontrem formas modernas de fazer tudo o que já fazem, mas agregando valor e assim produzindo mais resultados. “Se percebe que em muitos lugares quando se fala em ecossistema de inovação, o tema fica restrito às universidades, incubadoras e outras, mas pode e deve envolver o meio empresarial”, alega, acrescentando: “A indústria já é bem integrada, mas o meio empresarial precisa ser melhor ‘socializado’ para que os empresários percebam que a partir do momento em que um elabora uma ideia de empreendimento, tendo o ecossistema de inovação, ele vai ter mais apoio para fazer com que esse empreendimento se desenvolva”.

Santos destaca que a intenção principal é fazer com que os empresários rondonenses se motivem a pegar suas ideias, colocar no papel, transformar em empreendimento, submeter e tentar a aprovação para a pré-incubação. “Por mais que às vezes aconteça de não passar no processo de aprovação, o aprendizado que a empresa teve pode fazer com que o empresário tenha vontade de repetir o processo, com muito mais conhecimento, e posteriormente tentar um novo produto, ou o mesmo, mas com mais preparo”, declara.

Antes disso, no entanto, é preciso que os empresários alimentem as novas ideias. “O ambiente do ecossistema é para que essas ideias surjam de maneira mais rápida e intensa. Se uma grande empresa tem um problema a ser resolvido, o mesmo pode ser resolvido por outra empresa que vai criar um produto ou serviço para esse problema, e essa criação pode servir também para várias outras empresas do mercado”, salienta.

Além do apoio ao empreendedor é necessário que o ecossistema facilite o surgimento de novos empreendedores em empreendimentos de alto conteúdo tecnológico. A educação deve incentivar a ciência, o ensino de lógica de programação e robótica, matemática, interpretação de textos e empreendedorismo, além de qualificar o trabalhador em automação industrial, programação, eletrônica, mecatrônica.

Na visão do ecossistema de inovação, as universidades, como grande geradoras de ideias, devem estimular os estudantes a desenvolver trabalhos de pesquisa com propósito de transformar em empreendimento, além de priorizar a pesquisa aplicada visando soluções para resolver problemas das empresas e da sociedade. “Os estudantes estão em uma condição de aprender, e esse aprendizado pode ser pesquisar o problema de uma empresa, propor uma solução, criar um produto e ele próprio (estudante) desenvolver um empreendimento, apoiado por professores e pesquisadores da universidade”, explica Santos.

De acordo com ele, competições de robótica e programação, hackathon, eventos de startup para incentivar estudantes a criar soluções para segmentos diversos da economia podem e serão realizados dentro do ecossistema de inovação.

 

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