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Marechal Fiscalização

Engenheiros e arquitetos alertam sobre conservação de marquises

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Foto: Joni Lang/OP

O Presente

Preocupada com a possibilidade de acidentes devido ao desgaste observado nas marquises de inúmeros edifícios construídos nas sedes municipal e distritais de Marechal Cândido Rondon, a Associação Regional dos Engenheiros e Arquitetos (Area) encaminhou, recentemente, um ofício ao prefeito Marcio Rauber e aos 13 vereadores sugerindo a adoção de medidas quanto ao assunto.

Nele são citadas questões como o risco de queda das marquises que avançam sobre o passeio público.

Em um dos trechos do documento consta que algumas construções possuem mais de 40 anos e necessitam de fiscalização. Um dos principais pontos se refere à sugestão de que a prefeitura ou a Câmara de Vereadores elabore um projeto de lei específico regulamentando a periodicidade de fiscalização, vistoria e manutenção das marquises, avisando que caso não haja manutenção preventiva as mesmas podem causar acidentes e, portanto, colocar em perigo a integridade física e a vida da população.

Alerta

Em entrevista ao Jornal O Presente, a presidente da Area, arquiteta e urbanista Carolina Palma, diz que esta medida é adotada em várias cidades haja vista a frequência com que esse tipo de acidente acontece, além do que parte considerável dessas estruturas segue utilizada de maneira indevida. “Em cima da vivência profissional e do nosso olhar pela cidade, observamos muitas construções deterioradas, que estão rachadas e criando plantas. Entregamos um ofício ao prefeito e a todos os vereadores alertando-os sobre a importância de uma fiscalização nesses prédios e talvez um projeto de lei como acontece em outros municípios”, expõe.

Segundo Carolina, as marquises podem avançar até 50 centímetros pelo passeio de acordo com a lei municipal, contudo a falta de manutenção gera corrosão de materiais como cimento, ferro e do próprio impermeabilizante, ocasionando rachaduras que fazem a estrutura desprender do prédio, seja através de blocos ou da queda na calçada, o que pode ferir cidadãos que circulam no local.

Os profissionais da área encontraram inúmeros problemas nas marquises, como, por exemplo, rachaduras, vegetação crescendo e acúmulo de água, cuja falta de manutenção e de cuidados faz o material descascar, apodrece o ferro e a estrutura cai. “A responsabilidade de preservação das marquises recai ao proprietário do edifício”, avisa a presidente da Area.

Ela salienta que o primeiro passo está no Poder Público realizar a fiscalização detalhada de todos os prédios, de como estão essas marquises e depois, dependendo de cada situação, retirar ou aplicar um reforço nas estruturas mais antigas e castigadas. “Isso pode ser tratado em reunião com o Poder Público. Estamos prestando um serviço à comunidade, então o que está ao nosso alcance será feito enquanto associação”, salienta.

Manutenção

O engenheiro civil Marcondes Luiz da Silva diz ter verificado mato e plantas em inúmeras marquises, concluindo que tais locais têm presença constante de umidade. “Provavelmente as armaduras da estrutura que sustenta a marquise devem estar sendo atacadas por essa umidade e corroídas, portanto é questão de tempo até que essa marquise venha a desabar. Há casos de desabamento, sendo um dos exemplos a Universidade de Londrina, deixando feridos e levando um estudante a óbito”, exemplifica.

Segurança

De acordo com o engenheiro agrônomo com atuação na área de segurança do trabalho, Gustavo Konieczniak, há necessidade de fiscalizar e regulamentar obras existentes que podem oferecer risco à população e aos trabalhadores em geral. “Há riscos de queda, e Marechal Rondon tem histórico de pessoas que sofreram acidentes ao trabalhar sobre marquises, inclusive risco elétrico”, alerta.

Konieczniak menciona que algumas pessoas colocam platibandas ou constroem marquises sem projetos e sem dimensionamento por parte de um engenheiro responsável. “A ideia é se reunir porque o Poder Público tem responsabilidade de fazer isso. Nós, da associação, não temos poder de fiscalização, mas de apontar problemas e demandas que a sociedade tem. Como somos uma classe de profissionais, temos o dever ético de requerer providências de modo a favorecer a sociedade como um todo”, enfatiza.

Execução

De acordo com o engenheiro civil Alan Rodrigo Fava, a maior preocupação diz respeito à segurança das pessoas, que estão sujeitas a acidentes no caso de marquises mal dimensionadas pelo projetista, mal-executadas ou então malconservadas pelo proprietário. “A solução seria a fiscalização pelo Poder Público, além do bom senso do proprietário, acompanhamento de um profissional técnico e habilitado ao verificar situações que podem gerar riscos. Na hora de construir o maior cuidado passa pela escolha de um bom profissional, depois na elaboração do projeto, execução e conservação, o que fica a cargo do proprietário”, frisa o engenheiro.

Leia a matéria completa na edição impressa de O Presente que circula nesta sexta-feira (23).

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