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Financiar ou comprar à vista?

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Economista Flávio Braga de Almeida Gabriel: “Vendo que há necessidade, o consumidor precisa definir pela característica do veículo e depois analisar a capacidade de pagamento, ou seja, se consegue pagar à vista” (Foto: Divulgação)

 

De acordo com o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia e professor de Economia na Unioeste em Toledo, doutor Flávio Braga de Almeida Gabriel, está sendo percebida melhora em termos de confiança do consumidor, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Isso demonstra o otimismo das pessoas, que, por conta disso, tendem a consumir mais, estimulando o giro da economia. Considerando que o país estava em retração, é válido que o consumo retorne ao nível de três anos atrás”, pontua.

Por outro lado, Gabriel entende que trabalhadores com menor poder aquisitivo não tendem a trocar de veículo devido ao maior comprometimento das suas rendas. “O Oeste do Paraná é diferenciado devido ao agronegócio, então, apesar da severa crise na economia, a região sofreu menos do que as outras. Portanto, há expectativa de que as pessoas que deixaram de adquirir automóvel novo ou usado realizem essa compra em breve, pois a fase do pessimismo já passou”, prevê.

Conforme ele, dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apontavam incremento de 13% nas vendas de veículos zero quilômetro, mas o número alcançou 13,7% em 2018. “Para este ano o aumento previsto é de 11%, sinalizando confiança em relação ao consumo de automóveis. Lógico que se trata de uma pesquisa em nível nacional, não sendo possível mensurar na nossa região, contudo, pela característica de renda, acredito que o ano passado tenha sido melhor do que a média nacional e nesse ano mantenha o índice estimado”, avalia.

 

NECESSIDADE

No entanto, Gabriel alerta para que o consumidor analise a necessidade de trocar ou adquirir veículo. “Existe tendência das pessoas comprarem muito por impulso, algo relacionado ao status social, excesso de propaganda, o que não supre as necessidades. Vendo que há necessidade, o consumidor precisa definir pela característica do veículo e depois analisar a capacidade de pagamento, ou seja, se consegue pagar à vista. Se for assim (à vista), melhor usado do que utilizar este capital para comprar carro zero quilômetro, porque mesmo que compre zero quilômetro dando entrada, o restante a pagar estará atrelado a juros e o veículo tende a se desvalorizar mais rápido”, enfatiza. “Considerando necessidade e capacidade de pagamento, o consumidor deve comprar aquilo que cabe no seu bolso e deixar de lado o impulso. Nossa dica é não comprar na primeira vez que vê o bem de consumo durável (veículo); que volte para casa, analise se precisa e daí volte para comprar. Tendo recurso, a opção é fazer à vista e de preferência pedindo desconto, porque o dinheiro em caixa possibilita uma boa compra”, acrescenta o economista.

Além das garagens, ele orienta os interessados a pesquisarem modelos nos sites, uma vez que geralmente há boas ofertas. “Também é preciso analisar a credibilidade do vendedor, testar, levar na mecânica, ao funileiro, inspecionar a documentação e depois disso fechar negócio. Sugiro que o interessado pesquise com paciência. Não desconsideramos adquirir carros zero quilômetro, pois há inúmeras vantagens, como, por exemplo, vir sem vícios e danos. Mas o essencial é saber se há condição de comprar, sempre de acordo com a capacidade de pagamento”, reforça.

Gabriel recomenda, todavia, atenção ao modelo do zero quilômetro se a opção de compra for essa, porque alguns carros desvalorizam mais em relação aos outros. “Os importados geralmente desvalorizam mais do que os veículos nacionais porque a manutenção depois de certo tempo acaba sendo mais alta do que nos carros nacionais”, alerta.

 

NEGOCIAR

O economista ressalta que os interessados em adquirir veículos devem se organizar visando a compra à vista e financiar em caso de real necessidade, uma vez que é comum o financiamento mesmo nas negociações de veículos usados. “No caso de zero quilômetro o consumidor deve estar ciente de que não existe taxa zero, pois sempre há algum valor a mais. Se a pessoa tem dinheiro para quitar à vista, é melhor, mas se não tiver recurso sobrando e a troca ou compra for necessária, não há nada errado em financiar”, comenta, acrescentando que existe ampla gama de veículos à venda, tanto zero quilômetro quanto usados. “Em relação aos novos (zero quilômetro), há quantidade significativa de modelos e marcas, fazendo com que a concorrência gere preocupação nos vendedores e esses ofereçam desconto aos clientes. Seja carro novo ou usado, a ampla gama possibilita o cliente se sair bem na negociação e conseguir bom desconto”.

 

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