Marechal Criminalidade
Furtos de fio de cobre voltam a ser registrados em Marechal Rondon
Uma modalidade de crime que há algum tempo não era mais registrada com frequência voltou a chamar atenção em Marechal Cândido Rondon. Trata-se de roubo de fio de cobre.
De acordo com o comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar (PM), tenente Daniel Zambon, são poucos os casos em que as vítimas fazem o registro da ocorrência junto à PM. “Os furtos de valores menores se caracterizam por criminosos oportunistas. Eles enxergam facilidades em subtrair esses bens e assim o fazem, pois muitas vezes não fica ninguém nas obras, então normalmente levam ferramentas ou materiais que seriam usados na construção. Geralmente são furtos de pequenos volumes que esses elementos conseguem levar a pé”, menciona.
Comandante da 2ª Cia da PM, tenente Daniel Zambon: “Quem comete esses furtos geralmente é para alimentar o consumo de drogas. É importante que a vítima registre esses crimes para a polícia designar esforços visando impedi-los. Hoje o boletim pode ser feito até via on-line” (Foto: Joni Lang/OP)
PREJUÍZOS E ATRASOS
Na construção da casa de uma rondonense ouvida pelo O Presente, que prefere não se identificar, recentemente foi furtado fio de cobre de uma betoneira. Além de gerar prejuízo financeiro devido à necessidade de aquisição de nova fiação para a obra, a ação dos ladrões retardou em alguns dias o andamento dos trabalhos.
A proprietária do imóvel, localizado em um bairro na cidade, conta que também foi furtado calçamento em paver da frente da casa e de toda a área do quarteirão.
O bairro em questão está situado nas imediações de um supermercado inaugurado há poucas semanas. Informações extraoficiais, inclusive, dão conta de que outros furtos foram observados nas proximidades.
Devido ao ocorrido, a rondonense diz que um segurança vai realizar o trabalho de vigia no período em que não houver trabalhadores na obra, a fim de evitar novos dissabores.
A representante da construção da residência afirma que atua na área há cerca de oito anos, tendo conduzido obras em vários bairros do município, e até então não havia registrado ações de furto como esta. Ela lamenta o ocorrido, uma vez que por ter sido contratada para este serviço terá de arcar com o prejuízo.
Engenheiro civil e construtor Pedro Haag: “Tive muitos problemas no passado, mas com o uso de containers de cinco anos para cá nunca mais houve arrombamento e furto nas nossas obras” (Foto: Joni Lang/OP)
LEVAM DE TUDO
Conforme o sócio-proprietário de uma construtora rondonense, engenheiro civil Pedro Haag, no passado haviam muitos problemas em relação a furtos de materiais de construção nas obras em que foi responsável. “Chegava no local, o barraco estava arrombado e faltavam materiais como fios de cobre, piso, betoneira, motor, serra circular, alguns materiais caros e outros baratos”, lembra.
Haag menciona que após criar uma empresa, há cerca de cinco anos, que desenvolve containers para guardar materiais e equipamentos, nunca mais houve arrombamento e furto nas suas obras. “O cara vai preferir ir onde tem um barraco de madeira, ele tira eternit ou chuta a porta, entra e furta o material. Amigos meus falam que os caras levam de tudo, até cimento, que é algo pesado. No container isso não acontece por ser blindado e possuir quatro sistemas de trancas”, frisa.
COMÉRCIO CLANDESTINO
O comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar alerta para o comércio clandestino de produtos furtados. “Estes sujeitos que furtam colocam tais itens no comércio clandestino, os quais são comprados por outras pessoas que, muitas vezes, não buscam saber a origem do produto ou se sabem contribuem para esses crimes que lesam trabalhadores. As pessoas que compram e se julgam espertas compactuam com o mal que gera prejuízos”, ressalta.
Zambon salienta que o indivíduo responsável por praticar furtos nestes moldes normalmente o faz para alimentar o consumo de drogas, ou seja, tem o objetivo de fazer dinheiro para comprar drogas ou algo de uso próprio. “Por envolver um valor pequeno, esses furtos, muitas vezes, não são registrados nas polícias Militar e Civil, o que dificulta direcionar o policiamento para combater essas modalidades de crimes. É importante que a vítima registre esses crimes para a polícia designar esforços visando impedi-los. Hoje quem não tem disponibilidade de se dirigir à PM ou à Polícia Civil pode registrar boletim de ocorrência também de forma on-line”, orienta.
Calçamento em paver também foi subtraído das imediações da residência (Foto: Joni Lang/OP)
O Presente