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Marechal Esporte e saúde

Grupos de pedal atraem cada vez mais mulheres em Marechal Rondon

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(Fotos: Divulgação )

Liberdade. Essa é a palavra que melhor define a bicicleta. E para as mulheres, historicamente, é um símbolo que representa a independência feminina. Afinal, foi com as bikes que elas passaram a ir sozinhas de um lugar ao outro em uma época em que as vias públicas eram dominadas basicamente por homens. Foi também por causa deste meio de transporte que as vestimentas femininas foram ficando mais confortáveis, já que para pedalar era necessário uma roupa que não limitasse os movimentos.

No entanto, até hoje as mulheres ciclistas sofrem assédios, enfrentam preconceitos e têm suas habilidades colocadas em dúvida. Mas elas não baixam a cabeça diante destas situações.

Em Marechal Cândido Rondon, por exemplo, há grupos de pedal formado exclusivamente por mulheres. É o caso do Pedal das Meninas, que, além de aprendizados técnicos, promove a amizade e a sororidade, deixando de lado a rivalidade feminina.

O grupo foi criado em setembro de 2020, com apenas dez mulheres. Atualmente, já são mais de 200.
“Sempre tive um desejo de ter um grupo formado somente por mulheres e chamei algumas amigas que eu sabia que gostariam de participar. Algumas já pedalavam, outras não. Assim, marquei um pedal e fomos curtir a tarde de um sábado. Foi uma alegria só. Meu coração transbordava de tanta felicidade. Com o tempo foram surgindo mais meninas interessadas, que olhavam nossas fotos e vinham pedir se poderiam participar do nosso grupo”, conta Monique Schroder, a idealizadora do grupo.

Monique Schroder, idealizadora do grupo:“A autoestima e a mente renovada de cada mulher após um pedal sãofatores que contribuem para cada dia termos mais integrantes no grupo”

Estilo de vida
Para a auxiliar administrativa Aline Franzmann, que faz parte do grupo das ciclistas, o que era para ser apenas um dia se tornou um estilo de vida. “Sair para pedalar se torna uma válvula de escape para nossos contratempos diários. Permite-nos viver um sentimento de liberdade, de diversão e nos abre os olhos para coisas que antes não dávamos a devida importância. Aprendemos a esperar e a nos importar com o próximo, estender a mão e ajudar”, relata.

Ela diz que um dos maiores desafios na sua trajetória de ciclista foi pedalar 100 quilômetros com apenas dois meses de pedal.“Consegui com muito incentivo, pois era algo que nunca esperava conseguir”, comenta.

Outro momento marcante que Aline viveu com o grupo foi em agosto deste ano. Ela sofreu uma queda de bicicleta e várias integrantes a ajudaram na recuperação. “Eu me machuquei bastante e muitas delas se preocuparam com remédios, faziam curativos e preparavam comida para eu conseguir me alimentar. Foram gestos de tanto amor e carinho que tenho certeza que essas atitudes foram fundamentais para a minha recuperação, além das inúmeras mensagens de apoio”, lembra.

Aline Franzmann: “Sair para pedalar se torna uma válvula de escape para nossos contratempos diários. Permite-nos viver um sentimento de liberdade, de diversão e nos abre os olhos”

 

Novo sentido à vida
Já a auxiliar de Departamento Pessoal, Rosângela Oliveira dos Santos, menciona que conheceu o pedal quando estava passando por uma fase difícil na vida. “Nada mais tinha sentido e eu sentia que precisava fazer algo para mudar. Meu primeiro pedal rendeu uma das maiores subidas que já enfrentei. Estava exausta e não via a hora de chegar em casa. Foi então que fui surpreendida e naquele dia pude ver o pôr do sol de uma maneira que eu jamais vi. Aquele momento me fez sentir o amor de Deus e todo o seu cuidado por mim. Naquele dia eu senti o quanto a vida é maravilhosa”, compartilha.

Rosângela diz que seus lugares preferidos para pedalar são no interior e o que mais marca é poder ver o sol nascer. “Ver o dia começar e sentir que nós estamos tendo mais uma oportunidade para viver e desfrutar do que a vida tem a nos oferecer, sentir que eu tenho liberdade para fazer o que eu gosto é maravilhoso”, enaltece.

Rosângela Oliveira dos Santos conheceu o pedal quando estava passando por uma fase difícil na vida: “Nada mais tinha sentido e eu sentia que precisava fazer algo para mudar”

Pedal das Meninas
O pedal oficial é realizado sempre aos sábados pela tarde, mas a atividade também pode ser feita em outros dias durante a semana e aos domingos. Não há limite de idade.

“Marcamos pedais para todos os gostos de limites de cada pessoa. Os de sábado são os mais longos e desafiadores. Em abril deste ano algumas meninas se desafiaram e conseguiram percorrer 200 quilômetros. Já no último dia 17 tivemos o nosso pedal de 150 quilômetros”, explica Monique.

Segundo ela, além da saúde física, o ciclismo ainda ajuda no bem-estar feminino. “A autoestima e a mente renovada de cada mulher após um pedal são fatores que contribuem para cada dia termos mais integrantes no grupo. Tudo isso somado à compaixão e à empatia que uma menina tem com a outra, o amor, a alegria, além do brilho nos olhos e o sorriso estampado no rosto”, ressalta.

As interessadas em participar podem entrar em contato pelo Instagram Pedal das Meninas. Lá elas explicam como funciona.

Pedal oficial é realizado sempre aos sábados à tarde

Grupo foi criado em setembro de 2020, com apenas dez mulheres. Atualmente, já são mais de 200

Grupo costuma explorar roteiros do interior: um dos maiores desafios foi percorrer 200 quilômetros (Fotos: Divulgação)

 

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