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Marechal

Homens rondonenses têm 20 vezes mais carteiras cassadas do que mulheres

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O Presente

 

Ser detentor de uma das maiores frotas veiculares do Estado do Paraná tem pontos positivos e negativos. São aproximadamente 40 mil veículos de todos os tipos emplacados em Marechal Cândido Rondon para uma população de pouco mais de 50 mil habitantes. Mas a quantidade elevada de veículos no município não pode servir de desculpa para os motoristas infringirem as normas contidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

De janeiro de 2015 a maio de 2017, 63 condutores que residem em Marechal Rondon tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada. Os homens lideram o total de CNHs cassadas, somando 60 casos, ao passo em que as mulheres aparecem com três habilitações retidas, ou seja, são 20 vezes mais casos envolvendo homens. Somente neste ano, de 1º de janeiro a 31 de maio, já são 12 casos.

A faixa etária campeã de habilitações cassadas é a de 40 a 50 anos, com 18 registros; em seguida aparece a de 33 a 39 anos, com 15 casos; pessoas com mais de 50 anos geraram 13 retenções de habilitação; de 18 a 25 anos foram 11 situações; enquanto que de 26 a 32 anos foram seis registros. Os casos mais comuns são por dirigir veículo com CNH ou permissão suspensa, permitir posse ou condução a pessoa sem habilitação e dirigir sob influência do álcool ou entorpecente.

As informações foram repassadas à reportagem de O Presente pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR).

 

Reincidência

Antes de ter a habilitação cassada, o condutor tem ela suspensa. É que a cassação só vale para o caso do motorista suspenso ser flagrado conduzindo veículo no período em que está inabilitado, ou seja, quando reincide.

De acordo com o instrutor teórico, prático e de cursos especializados da Autoescola Dinâmica e Nacional, Signei Rodrigo Scheel (Magal), os cursos de reciclagem são frequentados por pessoas que tiveram habilitação suspensa por pontuação igual ou superior ao limite de 20 pontos. Ele lembra que as infrações (notificações) valem para o período de um ano no calendário da abordagem ou flagrante. “A pessoa que teve a habilitação suspensa por determinado período e que for autuada dirigindo pode ter a suspensão elevada de 12 a 24 meses”, explica.

Também há outros critérios, uma vez que o condutor pego por excesso de pontuação em um ano é punido em seis meses de suspensão, além de infrações específicas que elevam o tempo sem poder dirigir.

Conforme Magal, apesar de saber se tratar de suspensão, os condutores ainda se confundem e cometem erro de interpretação. “A pessoa reincidente numa infração própria tem a CNH cassada ou então se for flagrada dirigindo veículo no período em que a CNH estiver suspensa. Ela está ciente da suspensão, por isso tem a CNH cassada ao ser pega dirigindo novamente, abordada ou autuada. Esse procedimento decorre de dois anos de cassação, cujo cidadão fica proibido de conduzir qualquer veículo e aí vai iniciar do zero o processo para obter uma nova habilitação”, informa.

 

Cursos

O instrutor de autoescola diz que os cursos de reciclagem são frequentados por uma média de 15 a 20 candidatos, que devem assistir a 30 aulas com período de 50 minutos cada. “É preciso permanecer em sala porque existe uma filmagem para constatar a participação do candidato”, expõe, acrescentando que um curso foi concluído recentemente em Marechal Rondon e outra turma deve ter aulas iniciadas na segunda quinzena de junho.

Se a pessoa fez o trâmite com curso e foi aprovada no teste, Magal menciona que ela resgata a habilitação zerada, mas se voltar a pontuar no período de um ano, toma suspensão maior, agora de um a dois anos. “A cassação provém de uma suspensão, pois o condutor está ciente de que não deve dirigir, o que prevê dois anos no mínimo. Neste caso a pessoa precisará se submeter aos testes práticos, fazer aula de rua, exame psicológico e refazer a habilitação do zero”, enaltece.

Segundo ele, mesmo que a pessoa tenha a habilitação cassada, o curso de reciclagem na fase de suspensão já é o suficiente. “Ou seja, as aulas teóricas se tornam obrigatórias apenas se a pessoa precisa ser avaliada novamente até mesmo na parte psicológica. Felizmente esses casos são isolados, porque a grande maioria precisa frequentar apenas as aulas práticas”, destaca.

Conforme o instrutor, os cursos de reciclagem são mais frequentados pelo público masculino, pois, acrescenta, os homens estão mais expostos e se mostram mais explosivos no trânsito. “As mulheres são mais cautelosas. O que gera essa participação das mulheres é que muitas vezes o marido e o filho transferem pontos para a habilitação da esposa e da mãe, que não se dá conta e acaba levando suspensão”, lamenta.

 

Conscientização

No entendimento de Magal, a palavra que mais combina com trânsito e condutores é conscientização. “A pessoa estando consciente de seus direitos e deveres contribui para um trânsito cada vez mais seguro, e toda a sociedade tem a ganhar com isso. Por outro lado, a gente vê pessoas que não têm essa consciência e desagregam em risco no trânsito. Nós constatamos que as pessoas submetidas ao curso de reciclagem saem com outra visão, pois elas entendem que o trânsito deve fluir pelos caminhos mais seguros, tornando-se mais tranquilas e cautelosas ao dirigir e mais responsáveis sobre as suas obrigações”, opina.

 

Suspensões diminuem na análise com o ano passado

Embora de forma tímida, o total de condutores suspensos diminuiu de 1º de janeiro a 31 de maio deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar disso, os homens continuam liderando, desta vez com o dobro de casos das mulheres.

Enquanto no ano passado foram 33 casos, dos quais 23 envolvendo homens e dez relativos às mulheres, neste ano foram anotadas 25 situações, 17 delas tendo homens e outras oito tendo mulheres. Em números dos dois períodos analisados, 40 homens tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa, enquanto 18 foram de mulheres.

Neste período, foram contabilizadas 3.240 primeiras habilitações em Marechal Cândido Rondon, das quais 1.719 para homens e 1.521 para mulheres. A análise neste ponto vale de 1º de janeiro de 2015 até a última quarta-feira (31).

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