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Marechal Acordo de cooperação

Hospital Rondon abre as portas para estudantes de Medicina da UFPR

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Diretor do Hospital Rondon, médico anestesista Dietrich Seyboth (Dr. Hippi): “O acordo é o reconhecimento da qualidade técnica do que nós fazemos aqui e que podemos servir de base para que uma turma de estudantes de Medicina venha trabalhar na nossa instituição. A UFPR não iria para qualquer instituição que não tivesse a qualidade que nós possuímos” (Foto: Joni Lang/OP)

Solenidade agendada para as 13h30 de segunda-feira (10), no campus de Toledo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), marcará a assinatura de acordo de cooperação técnica entre a UFPR e o Hospital Rondon. A parceria tem por objeto o estabelecimento de condições para o desenvolvimento de atividades teóricas e práticas por parte dos acadêmicos do curso de Medicina do campus de Toledo junto ao Hospital Rondon, em Marechal Cândido Rondon, visando o aprimoramento técnico-científico e aproximação das condições reais de trabalho para a formação do estudante.

Estarão presentes ao ato o reitor da UFPR, doutor Ricardo Marcelo Fonseca, a vice-reitora, doutora Graciela Inês Bolzon de Muniz, bem como o diretor do Hospital Rondon, Dietrich Rupprecht Seyboth, e demais membros da diretoria. A instituição de ensino também será representada pela diretora do campus Toledo e titular de Pediatria junto à UFPR, professora Cristina de Oliveira Rodrigues.

 

FORMAÇÃO

Em entrevista ao O Presente, o diretor do Hospital Rondon, médico anestesista Dietrich Rupprecht Seyboth (Dr. Hippi), diz que quando o campus da Universidade Federal foi aberto em Toledo, precisava de um hospital para treinamento dos acadêmicos, denominado de hospital-escola. “Isso é necessário e obrigatório, sendo que a participação dos alunos varia de acordo com a evolução deles dentro do curso”, salienta Hippi.

Inicialmente era previsto que o Hospital Regional servisse de hospital-escola, o que não aconteceu devido às complicações na obra, ainda não concluída. A partir de um acordo de cooperação, o Hospital Bom Jesus assumiu esse papel, contudo, recentemente rescindiu este acordo e não permite mais o acesso de acadêmicos e professores aos pacientes internados.

“Com esta dificuldade de acesso dos acadêmicos a pacientes para anamneses, exame físico e discussão diagnóstica, o doutor Bruno Rigon, neurologista em Marechal Rondon e professor da UFPR, me pediu autorização para trazer os alunos dele para atuarem dentro do Hospital Rondon em treinamento como estudantes de Medicina. Eu concordei por considerar interessante ter gente jovem pressionando um pouco os parâmetros, pressionando os paradigmas que a gente vive na atividade”, enaltece Hippi.

O diretor do Hospital Rondon lembra que Rigon começou trazendo turma toda quinta-feira e o consultou sobre a possibilidade de assumir os estudantes de Medicina no Hospital Rondon tão logo surgiu o impasse com o Bom Jesus. “Considerei isso muito interessante porque quando traz o aluno você se obriga a estudar, quando vai ensinar se obriga a saber e quando você não sabe procura, portanto o estudante serve de estímulo aos mais velhos e os mais velhos são exemplo, referência aos estudantes. Depois, conversando com a diretora da universidade e com a diretora do campus, acordamos em formalizar este acordo de cooperação entre UFPR e Hospital Rondon”, menciona.

 

CHANCELA

Na visão de Hippi, a assinatura do acordo é uma chancela. “É praticamente o reconhecimento da qualidade técnica do que nós fazemos no Hospital Rondon e que podemos servir de base para que uma turma de estudantes de Medicina venha trabalhar na nossa instituição. A UFPR não iria para qualquer instituição que não tivesse a qualidade que nós possuímos”, destaca, acrescentando: “Estamos preparados para receber instrutores, médicos instrutores e os acadêmicos”.

O diretor entende que a presença de acadêmicos no Hospital Rondon forçará, de forma sugestiva, a manutenção e a melhora do nível de excelência empregado pelos profissionais da instituição. “Nos obriga ao comportamento ainda mais ético, bem como a presença de instrutores e coordenadores dos grupos fará com que tenhamos revisão, inclusive dos nossos processos, da forma de trabalhar e das nossas estruturas de operação”, enfatiza. “É possível que desses alunos, mais tarde tenhamos profissionais qualificados que, conhecendo e tendo referências na cidade, acabem se estabelecendo aqui, reforçando o padrão que já temos na área médica”, acrescenta Hippi, frisando que o Hospital Rondon não possui nenhum benefício econômico ao disponibilizar áreas de estágio para os acadêmicos. “Nosso único benefício é realmente técnico e científico”, ressalta.

 

CAMPO DE ESTÁGIO

O diretor clínico do Hospital Rondon, professor do curso de Medicina da UFPR em Toledo, neurologista Bruno Rigon, lembra que a UFPR está instalada em Toledo há três anos e como instituição nova ainda não dispõe do hospital-escola. “A gente utiliza a estrutura de saúde da região como campo de estágio para os alunos que entram em contato com pacientes ou com pessoas saudáveis, se for o caso. A contrapartida do Hospital Rondon será disponibilizar sua estrutura para campo de estágio para que os acadêmicos entrem em contato com pacientes e aprendam um pouco mais. O projeto é benéfico para todos, no meu ponto de vista”, evidencia.

A partir da assinatura do convênio, ambas as partes estarão formalmente habilitadas, de maneira que a presença dos alunos de Medicina deverá ocorrer de forma mais frequente no início do próximo ano letivo, sempre com o acompanhamento de um professor. Rigon diz que o foco do Hospital Rondon deve continuar no assistencialismo, por meio do cuidado ao paciente, com as famílias, ou seja, tudo o que a instituição possui como característica própria. “O que muda, na verdade, é o ganho à instituição com a presença do meio acadêmico, que produz conhecimento. Se o conhecimento passa a ser produzido ou desenvolvido dentro da sua instituição, ela só tem a ganhar ainda mais em qualidade de atendimento. Com o passar do tempo deve ter benefício na questão de diagnósticos, que podem se tornar um pouco mais precisos. Além disso, o estudante de Medicina é questionador, portanto vai fazer perguntas e elas geram respostas, então quanto mais respostas sobre os casos dos pacientes, mais benéfico ao paciente e à instituição hospitalar”, enfatiza.

Rigon salienta que a Universidade precisa oferecer campo de estágio para os alunos entrarem em contato com as pessoas. “Necessitamos dos instrumentos de saúde da região para ensinar a vida prática aos alunos para estagiarem e aprenderem a lidar com pacientes. O hospital se beneficia do ganho de capacitação técnica porque a presença do aluno qualifica o nosso serviço, passando não só a ser um hospital assistencial, mas agora incorporando uma veia de educação, o que é muito importante. Conhecendo o doutor Hippi, eu acho que ele perdeu a oportunidade de ser professor, pois está sempre ensinando e isso gera vontade nele de trazer a instituição para perto, então há vários pontos favoráveis para ambos os lados que possibilitam esta parceria”, destaca.

 

CREDENCIADO

O diretor-clínico do hospital e professor de medicina da UFPR comenta que o Hospital Rondon é o único hospital privado em atividade no município e possui grande volume de pacientes sendo atendidos. “É uma instituição de média complexidade, com taxa de lotação que gira em torno de 90% em todo ano. A diversidade de volume, o perfil de pacientes e a característica do hospital em abranger diversas especialidades atraíram a Universidade Federal para cá, assim como a facilidade de colocar os acadêmicos em Toledo para a região para ter maior exposição de perfis de pacientes e a vontade dos doutores Hippi e Eduardo Seyboth de colocar esses estudantes aqui dentro para compartilharem conhecimento”, enaltece.

Rigon define a assinatura do acordo com a UFPR como uma guinada positiva ao Hospital Rondon, a considerar que a presença do meio acadêmico obriga a evoluir enquanto estrutura. “Este acordo projeta o Hospital Rondon no caminho de migrar para uma Medicina ainda mais qualificada, uma vez que já é muito bem executada. O meio acadêmico produz conhecimento e ele deve ser disseminado, tornando a instituição ainda mais destacada na região e quem sabe em nível nacional”, ressalta.

O Hospital Rondon foi fundado no município em 1957 e está sob direção da família Seyboth desde 1981.

 

O Presente

 

Diretor clínico do Hospital Rondon e professor do curso de Medicina da UFPR em Toledo, neurologista Bruno Rigon: “O hospital se beneficia do ganho de capacitação técnica porque a presença do aluno qualifica o nosso serviço, passando não só a ser um hospital assistencial, mas agora incorporando uma veia de educação” (Foto: Joni Lang/OP)

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