Fale com a gente

Marechal Morte de idosa

Inquérito sobre atropelamento que comoveu a comunidade rondonense deve ser concluído em dez dias

Publicado

em

Idosa Irmelia Drews Schmitd atravessava a Avenida Írio Jacob Welp, quando foi atropelada a quase 200 quilômetros por hora (Foto: Sandro Mesquita/OP)

O grave acidente que culminou com a morte de Irmelia Drews Schmitd, de 80 anos, registrado na última quarta-feira (05), em Marechal Cândido Rondon, causou forte comoção na comunidade.

A idosa foi atropelada na faixa de pedestre enquanto atravessava a Avenida Írio Jacob Welp, próximo à subestação da Copel. A motocicleta era conduzida por um empresário. Ele seguia em sentido ao trevo da BR-163 em alta velocidade, quando perdeu o controle e sofreu uma queda. A motocicleta derrapou por cerca de 100 metros e atingiu a idosa, que teve um dos pés decepados, além de vários outros ferimentos graves.

Irmelia recebeu os primeiros atendimentos de profissionais que ocupavam uma ambulância da prefeitura que passava pelo local e foi encaminhada pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi constatada a morte da idosa.

A Polícia Militar atendeu o acidente e encaminhou o condutor da motocicleta ao hospital para atendimento médico e posteriormente ele foi levado à Delegacia de Polícia Civil.

No mesmo dia do ocorrido, o delegado da Polícia Civil, Rodrigo Baptista Santos, realizou oitivas de policiais militares e do motociclista.

Segundo o delegado, o homem que causou o acidente relatou que estava testando a motocicleta, e que a mesma estava sendo preparada para competições em autódromos. “Ele não poderia trafegar em área urbana, pois a motocicleta não possui as condições de segurança e obrigatoriedade exigidas pelo Código de Trânsito Brasileiro(CBT)”, afirma Baptista.

Ainda de acordo com o delegado, o empresário transitava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.

Depois de ouvir a todos e analisar imagens de câmeras de segurança de comércios próximos ao local do atropelamento, o delegado constatou que no momento do acidente o condutor da motocicleta trafegava em velocidade três vezes superior ao limite da via, que é de 60 quilômetros por hora. “Diante de todo o conjunto de provas e principalmente das imagens, concluímos pelo homicídio doloso do Código Penal, artigo 121, uma vez que o acusado assumiu o risco de matar alguma pessoa agindo daquela forma em uma avenida tão movimentada e em excesso de velocidade”, declarou ao O Presente.

Motocicleta usada pelo empresário foi modificada para competições e não poderia circular em via pública (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

AGRAVANTES

Conforme o delegado, durante o inquérito, que deve transcorrer nos próximos dez dias, ainda podem ser incluídas algumas qualificadoras, o que pode agravar a situação do empresário. “Depois de concluído, o inquérito será enviado ao Judiciário e o acusado pode ser indiciado por homicídio simples com pena de até 20 anos ou homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos de cadeia”, informa.

Delegado da Polícia Civil, Rodrigo Baptista Santos: “Depois de concluído, o inquérito será enviado ao Judiciário e o acusado pode ser indiciado por homicídio simples com pena de até 20 anos ou homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos de cadeia” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

AUDIÊNCIA

No final da tarde da última sexta-feira (07), o empresário passou pela audiência de custódia no Fórum de Marechal Rondon. O juiz da comarca, Clairton Mario Spinassi, decretou a prisão preventiva do motociclista, ou seja, por tempo indeterminado.

O procedimento judicial não julga se o acusado é culpado ou inocente, serve apenas para o juiz verificar se os policiais militares e civis conduziram os trabalhos dentro da legalidade.

O advogado que defende o empresário entrou com pedido de revogação da prisão preventiva na comarca rondonense e deve requerer o habeas corpus do acusado.

O condutor da motocicleta segue preso na cadeia pública rondonense.

 

FAMÍLIA DA IDOSA 

Por telefone, um dos filhos de Irmelia, Cesar Ottomar Schmitd, relatou à reportagem de O Presente que os familiares estão muito abalados com a morte da idosa e que ainda estão tentando entender como aconteceu o acidente. Segundo ele, somente depois de esclarecer alguns fatos sobre o ocorrido a família se pronunciará a respeito.

 

O Presente

 

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente