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Marechal Meio século de atuação

“O maior feito da Copagril foi gerar oportunidades”, afirma Ricardo Chapla

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Diretor-presidente da Copagril, Ricardo Chapla: “Quando eu assumi, implementamos uma gestão da maneira como pensávamos, e o objetivo inicial nunca foi querer ficar por muitos anos. As circunstâncias foram acontecendo e eu acabei até hoje sendo presidente. Isso evidentemente só acontece pelo apoio que temos do associado, pois quem decide é o associado” (Foto: O Presente)

O maior feito da Copagril foi gerar oportunidades. A afirmação é do diretor-presidente, Ricardo Chapla, ao analisar a trajetória da cooperativa, que completa 50 anos de história no domingo (09).

Para ele, que é o presidente que está há mais tempo no cargo – 20 anos -, o Oeste do Paraná não seria tão próspero sem a presença das cooperativas na região. “Não tenho nenhum receio de falar que, no Oeste do Paraná, se não tivéssemos as cooperativas, com certeza a nossa região não seria como ela é. Claro que não podemos dizer que só as cooperativas que trabalharam, mas elas foram as maiores responsáveis pelo desenvolvimento do Oeste do Estado”, destaca.

Em entrevista ao O Presente, Chapla faz uma avaliação das maiores conquistas e dos principais desafios enfrentados pela Copagril ao longo de cinco décadas. Ele também opina sobre o cooperativismo regional e a importância da Copagril para o desenvolvimento dos cooperados. Fala, ainda, sobre os impactos da pandemia de coronavírus no planejamento da cooperativa e na programação comemorativa do Jubileu de Ouro. Confira.

 

O Presente (OP): Quais as maiores conquistas que a Copagril teve nesses 50 anos?

Ricardo Chapla (RC): A maior conquista que podemos elencar é de ter desempenhado a função, o papel que exercemos junto ao seu quadro social. Isso a Copagril fez muito bem nesses 50 anos. Na época em que foi constituída, ela tinha um objetivo, e com certeza a cooperativa buscou trabalhar nesse objetivo. À medida que os anos foram passando, ela foi se estruturando, foi se modelando àquilo que surgia de necessidades, conforme o crescimento das produções dos associados. Eu acho que a cooperativa teve e tem até hoje um papel fundamental, proporcionando uma grande conquista, que é fazer com que nós tenhamos cada vez mais as oportunidades de renda para os associados, que são na maioria pequenos produtores rurais. Buscamos ao longo desses anos alternativas de diversificação para poder viabilizar e poder fazer com que esses produtores tenham renda. A cooperativa diversificou suas atividades e consequentemente buscou a industrialização, que faz parte da Copagril como um todo. Nesses 50 anos o papel da cooperativa foi de proporcionar ao quadro social oportunidades de fonte de renda aos produtores em suas propriedades. Acho que esse é o maior feito da Copagril.

 

OP: Nestes 50 anos, o senhor é diretor-presidente da Copagril há 20 anos. Como é dirigir uma cooperativa expressiva por tantos anos seguidos? O que lhe credenciou a exercer esse cargo há tantos anos?

RC: Os tempos vão mudando; as épocas são diferentes. No início, o próprio conhecimento das pessoas era diferente. Era difícil encontrar um produtor ou alguém ligado à produção que tinha um curso superior. Ao longo dos anos as coisas foram evoluindo. Nós sempre queremos valorizar as pessoas que desde o início trabalharam e dirigiram a cooperativa, e são muitas pessoas. Não são só os ex-presidentes e dirigentes que estavam juntos. Uns tiveram mais sucesso, outros menos, e isso faz parte, e muitas vezes isso não é pela vontade das pessoas, mas, sim, pelos fatos que aconteceram, seja na produção, na economia brasileira e mundial. Cada um fez a sua parte no seu tempo, com o seu conhecimento, na sua maneira de ver as coisas. Quando eu assumi, implementamos uma gestão da maneira como pensávamos, e o objetivo inicial nunca foi querer ficar por muitos anos. As circunstâncias foram acontecendo e eu acabei até hoje sendo presidente. Isso evidentemente só acontece pelo apoio que temos do associado, pois quem decide é o associado. Eu sou o presidente que está há mais tempo no cargo, mas esse nunca foi meu objetivo inicial. As circunstâncias levaram a isso.

 

OP: Como é estar à frente da empresa que é a maior geradora de empregos e impostos de Marechal Rondon justamente no ano em que ela comemora seu Jubileu de Ouro, uma marca expressiva na sua história? Que sentimento isso traz ao senhor?

RC: Por um lado fico muito feliz em estar à frente da cooperativa neste ano em que ela completa 50 anos e por outro há um compromisso com a sociedade como um todo, e também envolve o associado. Quando a cooperativa foi discutia e fundada, com certeza as pessoas que estavam na direção não sonhavam com isso, que seria a maior empresa do município. Hoje a Copagril é a maior empresa não só de Marechal Cândido Rondon, ela é a maior empresa em qualquer município onde está instalada. Isso é algo que aconteceu no transcorrer das necessidades. Evidentemente no município-sede temos um número maior de associados, como também do quadro funcional. Temos aqui instalada nossa maior indústria, que é o abatedouro de aves, e ele emprega muitas pessoas que vêm também de vários municípios vizinhos. Praticamente de todos os municípios da nossa área de ação têm pessoas que trabalham em Marechal Rondon. A Copagril na nossa microrregião representa muito para a sociedade como um todo. Somos gratos por isso.

 

Diretor-presidente da Copagril, Ricardo Chapla: “A Copagril sofreu muito quando se formou o Lago de Itaipu. Das cooperativas do Estado, a Copagril foi a mais atingida com isso. Nós tivemos uma perda muito grande com o alagamento. Isso foi se equilibrando com o passar do tempo e hoje podemos dizer que voltamos ao normal” (Foto: O Presente)

 

OP: Quais foram os principais desafios da trajetória da Copagril?

RC: No início da mecanização, tivemos muitas chuvas, muitos problemas com erosão. A água levou muita terra boa para os rios. Buscamos alternativas de conservação de solo. Com o tempo a Copagril foi trabalhando muito nisso, com o auxílio dos órgãos públicos. A Copagril sofreu muito quando se formou o Lago de Itaipu. Das cooperativas do Estado, a Copagril foi a mais atingida com isso. Nós tivemos uma perda muito grande com o alagamento. Perdemos área de plantio e com isso perdemos associados. Lavouras foram submersas ou viraram reserva. Nos dez primeiros anos nossa produção sofreu muito pelo espelho d’água do lago. Teve momentos que produtores não conseguiam colher quase nada, especialmente os da região beira lago. Então, por um lado, a Itaipu foi muito importante para o Brasil, mas, por outro, trouxe muitos prejuízos, especialmente nos dez primeiros anos de formação do lago. Isso foi se equilibrando com o passar do tempo e aos poucos a própria reserva foi crescendo e houve um equilíbrio. Hoje podemos dizer que voltamos ao normal, comparado ao que tínhamos antes do lago.

 

OP: Na sua opinião, o que a Copagril representa para o cooperativismo regional?

RC: Representa muito. Não tenho nenhum receio de falar que, no Oeste do Paraná, se não tivéssemos as cooperativas, com certeza a nossa região não seria como ela é. Claro que não podemos dizer que só as cooperativas que trabalharam, mas elas foram as maiores responsáveis pelo desenvolvimento do Oeste do Paraná. A Copagril está junto das outras cooperativas, cada uma com sua área de atuação. Assim como outras cooperativas, a Copagril sempre prezou pelo cooperativismo, pela filosofia cooperativista, e isso tem dado resultados altamente positivos. Nos sentimos honrados de estarmos participando do cooperativismo da região Oeste e do Paraná como um todo.

 

OP: Como o senhor vê a importância da Copagril para o desenvolvimento dos cooperados?

RC: Hoje na nossa microrregião a cooperativa é uma reguladora geral. Qualquer empresa se baseia na Copagril para fazer seus negócios. Com isso, já conseguimos ver a importância da cooperativa para os associados. Ela representa muito. Cada produtor, cooperado, tem seu modo de agir e de pensar, e nós sempre colocamos à disposição o que temos de tecnologia, buscando não só no Brasil, mas no mundo todo. Trabalhamos para melhorar a produção dos associados. Na somatória de tudo isso, podemos dizer que a Copagril é uma grande reguladora de um todo, da produção à comercialização, e a empresa que mais proporciona empregos na nossa região. Nós temos muitas empresas que indiretamente também prestam serviços para a Copagril. Então, ela é muito importante não somente para o associado, mas para a sociedade como um todo.

 

OP: A Copagril é hoje uma cooperativa sólida e de sucesso. Quais os principais pontos deste sucesso todo?

RC: Tudo o que acontece é pelas pessoas. São elas que sempre participaram e participam até hoje e fazem com que se tenha sucesso. Sempre pensamos e valorizamos muito as pessoas, por isso a cooperativa tem um papel muito importante na nossa região. Temos em Marechal Cândido Rondon vários empresários que passaram pela Copagril e estão tendo sucesso nos seus empreendimentos, mas sua primeira escola da vida e dos negócios foi a Copagril. Nos sentimos bem, porque, além de proporcionar oportunidades para o associado, podemos dizer que a Copagril é uma das grandes formadoras de pessoas na sociedade. O sucesso e o reconhecimento se devem ao que as pessoas têm feito por ela.

 

OP: A pandemia de Covid-19 mudou de alguma forma o planejamento da cooperativa?

RC: Estamos vivendo uma situação que jamais imaginávamos. Como planejamos todos os anos, iniciamos 2020 de uma forma fantástica e, dentro disso, tínhamos programações, sejam comerciais, sociais. Havíamos programado muitas coisas. Até dia 15 de março era uma situação. Tudo estava ocorrendo conforme nós imaginávamos, com a estabilidade do governo, as projeções de melhorias, mas a partir do dia 15 de março, quando o Brasil começou a ser assolado pelo coronavírus, isso tudo mudou muito. Nós tivemos que cancelar praticamente todos os nossos eventos. Não falamos somente em eventos, mas também no desenvolvimento dos negócios da cooperativa como um todo. Isso tudo nos frustrou muito. Nosso produtor, nosso associado, para eles está bom, nas atividades, eles estão bem, mesmo com a pandemia, mas quando vem para a empresa as coisas mudam. Adotamos uma série de protocolos para conter a disseminação do vírus. Os negócios também não permaneceram da mesma forma. Então, temos que buscar alternativas para poder superar isso, olhando para frente. Nós sempre acreditamos e continuamos a acreditar na linha de pensamento do nosso presidente Bolsonaro.

 

OP: A Copagril possui planos futuros de investimentos e melhorias para o pós-50 anos?

RC: Temos planos para aquilo que é função da cooperativa, com foco nos seus associados. Buscamos e vamos continuar buscando sempre alternativas, oportunidades para os associados. Isso pensamos e vamos continuar pensando, com todas as atividades que a cooperativa tem. E dentro disso, com certeza teremos investimentos, negócios e parcerias que são normais no mundo comercial. Se fizermos investimentos, nas projeções que temos, o foco sempre será beneficiar os associados.

 

OP: Os grandes eventos comemorativos aos 50 anos da Copagril que foram inviabilizados devido à pandemia de Covid foram adiados ou cancelados? Haverá alguma programação virtual?

RC: Havia uma grande programação de atividades para este ano, sendo que algumas conseguimos fazer e outras infelizmente foram adiadas. Esse mês de agosto seria de muitos eventos. Teríamos evento para as lideranças da cooperativa, com homenagens para os fundadores e familiares, teríamos um evento para a imprensa, associações comerciais e prefeitos dos municípios. O grande sorteio de prêmios dos 50 anos da Copagril está mantido e vai acontecer amanhã (08) de forma on-line. No dia 22 de agosto teríamos a festa para os associados da Copagril e seus familiares, quando serviríamos boi assado no rolete, prato típico de Marechal. Para domingo (09) havíamos programado um show especial, que estava sendo trabalhado em parceria com o município para comemorar os 50 anos da Copagril e os 60 anos do município, um show especial com o padre Reginaldo Manzotti. Alguns desses eventos acredito que dificilmente iremos fazer, mas não descartamos que no ano que vem possamos realizá-los.

 

O Presente

 

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