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Marechal Alerta nacional

Marechal Rondon tem demanda por oxigênio suprida dentro das necessidades

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Dez tubos de oxigênio se conectam à rede e outros saem da sala de gás e vão junto ao leito na Ala Covid (Foto: Divulgação)

No meio do mês, alertados pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, general Ridauto Fernandes, as atenções passaram, de repente, para o abastecimento de oxigênio no interior do país.

No início do ano, a crise do oxigênio assolou outra ponta do Brasil, a Capital do Amazonas, Manaus. Em dois dias com oxigênio em falta, cerca de 31 pessoas foram a óbito, conforme documentos do Ministério Público de Contas. A situação foi tão grave que, diante do alerta de Fernandes, municípios se desdobraram a levantar dados sobre o abastecimento em suas localidades.

No levantamento realizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Guaíra foi a única cidade da região que declarou possibilidade de desabastecimento, com período crítico entre 24 de março e sábado (03 de abril).

Diante disso, a reportagem de O Presente entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Marechal Cândido Rondon a fim de verificar a situação do abastecimento de oxigênio na rede hospitalar pública. Segundo a secretária municipal Marciane Specht, a demanda tem sido suprida. “Estamos com a demanda atendida, com reposição a cada 24 ou 48 horas, conforme necessidade. Atualmente com a demanda menor de pacientes intubados, nosso estoque tem suprido entre 48 e 60 horas”, indica.

Secretária de Saúde de Marechal Rondon, Marciane Specht: “Possuímos contratos com empresas que não conseguem fazer a entrega dentro do prazo, pois a demanda por estes produtos está muito além da projeção anual de consumo” (Foto: Arquivo/OP)

 

SUPORTE DE ATENDIMENTO

No início da segunda quinzena de março, Marechal Rondon recebeu quatro ventiladores mecânicos de transporte, por meio de repasse do Ministério Público. Com os novos equipamentos, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) conta com 19 ventiladores mecânicos para atendimentos.

Marciane declara que tanto no que diz respeito a ventiladores quanto às demais necessidades, Marechal Rondon está de acordo com a demanda local. “É importante dizer que a estrutura organizada é para suporte. O paciente fica ali até que a vaga de UTI (unidade de terapia intensiva) ou enfermaria seja disponibilizada pela central de leitos”, informa, acrescentando: “Nossa equipe é altamente capacitada para atendimentos de urgência e emergência, além do manejo clínico diário que os pacientes Covid-19 necessitam”, expõe.

 

UPA E HOSPITAL DE CAMPANHA

O Hospital de Campanha, investimento do Poder Público para que pacientes com coronavírus sejam atendidos ao menos em suas necessidades básicas, tem sua abertura ligada ao funcionamento da UPA. Quando a UPA não tiver como prestar suporte a esses pacientes, o Hospital de Campanha deve ser aberto.

Mesmo com altos e baixos nos diagnósticos da Covid-19, recorde de casos ativos e mortes cada vez mais recorrentes, a UPA e as unidades de saúde têm dado conta dos pacientes com coronavírus, sendo possível postergar a abertura do Hospital de Campanha.

“O atendimento a toda população é prestado através das unidades de saúde e da UPA, que serve também como ala de internamento e suporte de pacientes críticos, nossa maior porta de entrada. Neste momento e ao longo de toda a pandemia, a UPA vem cumprindo com seu papel ao prestar um atendimento de qualidade e excelência”, enaltece.

De acordo com a secretária, muitos municípios não possuem uma estrutura como a de Marechal Rondon. “Posso dizer que mesmo nos momentos mais críticos vivenciados nesta pandemia, a população sempre foi bem atendida, com a qualidade que cada um necessita. Por vezes, a demora no atendimento foi maior do que gostaríamos, mas é importante lembrar que devemos atender primeiro aquele mais grave com risco de morte e posteriormente os demais pacientes”, pondera.

Estrutura da UPA serve como suporte: o paciente permanece no local até que a vaga de UTI ou enfermaria seja disponibilizada pela central de leitos (Foto: Divulgação)

 

DISPONIBILIDADES DE INSUMOS

Outra realidade vivenciada pelos sistemas de saúde em nível federal é a disponibilidade de insumos. Marciane reconhece a debilidade mesmo em nível estadual e conta ao O Presente a postura tomada diante do abastecimento em âmbito municipal.

“Diariamente fazemos o monitoramento com a equipe, pois a situação no Paraná é muito preocupante. É do nosso conhecimento que os insumos estão disponíveis para poucos dias; aqui, me refiro em especial aos medicamentos usados para intubação e manutenção do estado de coma. Em nível local, possuímos contratos com empresas que não conseguem fazer a entrega dentro do prazo, pois a demanda por estes produtos está muito além da projeção anual de consumo”, indica.

A dirigente da pasta salienta que, ao fim, todo o sistema de saúde depende das empresas que fornecem esses insumos. “Em sua maioria, são os mesmos fornecedores e quando há um consumo em grande quantidade, como é o momento, infelizmente, a entrega dos produtos acontece em menor quantidade do que a necessidade do local”, indica.

 

O Presente

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