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Marechal Educação no trânsito

Material didático reforça trabalho de conscientização nas escolas

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Secretário de Mobilidade Urbana, Welyngton Alves da Rosa: “É um material lúdico, com brincadeiras e informações práticas, fazendo com que fora da sala de aula as crianças continuem discutindo a questão de trânsito” (Fotos: O Presente)

 

Educação no trânsito é uma das grandes prioridades das políticas públicas de segurança e desenvolvimento para as novas gerações. Preocupadas com a realidade em que pedestres e motoristas, em sua grande maioria, não respeitam as leis de trânsito, a Secretaria de Mobilidade Urbana e a Polícia Militar (PM) de Marechal Cândido Rondon desenvolvem em parceria o projeto Cidadania no Trânsito em todas as escolas municipais e colégios estaduais da rede pública e particular do município.

As razões do por que se deve ensinar trânsito nas escolas são inúmeras. Dentre elas, a mais importante é resolver o problema dos acidentes, das vítimas e das mortes. Por isso, mais do que nunca, tanto a Secretaria quanto a PM acreditam que a escola deve participar ativamente da educação para o trânsito, pois as crianças de hoje serão os jovens, homens e mulheres do futuro, serão os usuários e mantenedores do trânsito, capazes de transformar essa realidade.

Conforme o secretário de Mobilidade Urbana, Welyngton Alves da Rosa, o projeto Cidadania no Trânsito segue um dos princípios norteadores para o processo de municipalização do trânsito rondonense: a educação de trânsito nas instituições de ensino do município. “Nós começamos, desde o ano passado, uma série de mudanças no trânsito de Marechal Rondon e somos muito cobrados pela municipalização, mas para o município conseguir isso é preciso cumprir quatro etapas: fiscalização do trânsito, engenharia de tráfego, controle de dados estatísticos e principalmente a questão de educação de trânsito nas escolas”, menciona.

Diante disso, o município começou a cumprir os requisitos estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), pois, segundo Rosa, “a municipalização não é uma obrigação do município, e sim uma obrigatoriedade”. “Começamos, então, a fazer uma série de mudanças na parte do trânsito, como engenharia de tráfego, controle de estatísticas e como não existia nada acerca de educação de trânsito nas escolas, implantamos o projeto”, comenta o secretário.

 

Palestras e debates

O projeto consiste em palestras ministradas por uma servidora da Secretaria de Mobilidade Urbana e uma policial militar que abordam as leis de trânsito e cidadania e oportunizam aos estudantes o esclarecimento de dúvidas, além de debates sobre a importância da segurança no trânsito. Dividido em etapas, o projeto já atendeu estudantes do 2º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano, compreendendo a faixa etária entre oito e 14 anos.

Com a iniciativa, Rosa destaca a intenção de levar às crianças o dia a dia e as peculiaridades do trânsito de Marechal Rondon, abordando questões como faixa de pedestre, uso do cinto de segurança e capacetes, além do uso correto das bicicletas nas ruas, que é uma constante no município. “Buscamos fazer as palestras atingindo os principais problemas da área de trânsito e sentimos uma receptividade muito boa. Só no ano de 2017 atingimos quase cinco mil crianças dentro do município, passando por quase todas as escolas tanto da sede quanto do interior, pertencentes à rede pública municipal, estadual e particular”, frisa.

 

Incremento

Com o projeto de volta às salas de aula neste ano, o secretário de Mobilidade Urbana relata que foi verificada a necessidade de que as crianças continuassem a falar sobre trânsito além do ambiente escolar e levassem os conhecimentos adquiridos para os pais, irmãos e amigos. Com isso surgiu a ideia de criar um material que compilasse todos os ensinamentos sobre trânsito e cidadania discutidos em sala de aula. O material pedagógico foi desenvolvido em parceria com a Editora Amigos da Natureza, de Marechal Rondon, tendo em seu corpo normatizações do trânsito e tratando de temas e assuntos específicos que são abordados nas palestras. “Conseguimos trazer para dentro da cartilha tudo o que estava sendo ministrado em sala de aula no programa há mais de um ano. O material veio com boa qualidade e receptividade, e hoje nas palestras em sala de aula estamos entregando o material para que os alunos levem para casa e mostrem para seus familiares e amigos. É um material lúdico, com brincadeiras e informações práticas, fazendo com que fora da sala de aula as crianças continuem discutindo a questão de trânsito”, enaltece o secretário.

Até o fim do ano letivo de 2018, uma média de 3,5 mil alunos recebeu o projeto em suas salas de aula. As cartilhas, por sua vez, começaram a ser entregues em novembro, quando foram finalizadas, e continuam como parte do projeto a partir de fevereiro de 2019. “Fizemos cinco mil exemplares e estamos distribuindo para o nosso público-alvo, inclusive as crianças que visitam o paço municipal também as recebem”, declara. “Trânsito é uma coisa sobre a qual precisamos falar todos os dias e essa cartilha veio atender essa necessidade da complementação do programa”, acrescenta.

 

Fiscal dos pais

Rosa também lembra que a criança que participa do programa passa a ser uma fiscal do trânsito, cobrando dos pais o uso do cinto, capacete, respeito à faixa de pedestre, a maneira correta de conduzir o veículo e como o ciclista deve se portar nas ruas. “Precisamos lutar por isso porque infelizmente a nossa geração de motoristas não respeita as regras de trânsito, e comprovamos através dos números. Com o projeto buscamos uma nova geração de motoristas e a conscientização necessária para a redução de acidentes e a preservação de vidas humanas”, enfatiza.

 

Impacto positivo

“Quando chegamos na sala há um impacto muito positivo porque as crianças gostam de ver policiais fardados”, revela a soldado Thais Campos Lambert, instrutora do projeto Cidadania no Trânsito. “E explicamos também sobre o trabalho que é feito com o Batalhão de Patrulha Escolar (BPEC), que é uma unidade diferenciada por trabalhar diretamente com as escolas e alunos”, complementa.

Já nas primeiras aulas é possível perceber que os alunos realmente aprendem e colocam em prática os ensinamentos. “Até mesmo os professores acabam comentando que eles cobram, falam sobre as placas e que agora sabem o que significa”, diz Thais.

Ela salienta que nessa faixa etária as crianças estão descobrindo muitas coisas e tudo o que descobrem querem colocar em prática. “Então esse material é muito importante porque eles chegam em casa e não deixam guardado, querem mostrar o quanto eles sabem e como foi importante o que aprenderam”, relata.

A militar afirma que o material é bem participativo e chama atenção dos alunos. “Eles passam a refletir, levam para seus pais e tornam algo cotidiano. E isso é muito importante porque o trânsito está na vida de todos, principalmente das crianças, e muitas coisas elas não sabem, pois acabam tendo contato apenas quando tiram a Carteira de Habilitação, com 18 anos, o que acaba sendo tarde”, acredita.

Em sala de aula o objetivo é transmitir o máximo de informações para que haja principalmente a diminuição de acidentes. “Além da conscientização dos pais com as crianças, pois muitos ainda não têm consciência de que o cinto de segurança salva vidas, de que a cadeirinha é necessária, e muitos, inclusive, andam de motocicleta com a criança no meio e sem capacete”, alerta.

 

 

Instrutora do projeto Cidadania no Trânsito, soldado Thais Campos Lambert: “Eles passam a refletir, levam para seus pais e tornam algo cotidiano. E isso é muito importante porque o trânsito está na vida de todos, principalmente das crianças”

 

 

Projeto continua em 2019

Em 2019, o projeto Cidadania no Trânsito continua nas salas de aula, com público-alvo de 12 a 15 anos, visando atingir os jovens que estão próximos de buscarem a Carteira de Habilitação. Além disso, vai ganhar uma complementação. “Vamos atingir os pais e mães dos alunos que já passaram pelo programa, reunindo todas as escolas, possivelmente duas vezes ao mês, no período noturno, e fazer uma palestra de trânsito voltada a eles, mostrando o que os alunos viram em sala de aula com o programa e pedindo a conscientização para que eles complementem a educação de trânsito em relação a seus filhos”, revela o secretário de Mobilidade Urbana.

Rosa acredita que com o projeto atendendo crianças e pais será possível realizar um círculo completo de educação de trânsito, tendo como objetivo uma maior conscientização e a diminuição de acidentes. “Vamos incrementar a palestra com vídeos verídicos sobre acidentes de trânsito, focando nas suas consequências, procurando conscientizar o nosso adolescente e pré-adolescente para que ele realmente viva sadiamente na área de trânsito e preserve vidas, pois verificamos que os jovens, com a ingestão de bebidas alcoólicas, excesso de velocidade e outras imprudências é o público mais passível para sofrer acidentes e perder vidas”, enaltece.

 

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