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Marechal Tráfego livre

Movimento Pró-Brasil ocupa três pontos de Marechal Rondon

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(Fotos: Sandro Mesquita/OP)

Os movimentos liderados pela classe dos caminhoneiros vêm acontecendo desde quarta-feira (08) em um ritmo alternado entre novos bloqueios e recuos em 15 Estados. A ação suscita a memória da greve de três anos atrás, em 2018, quando a força da categoria gerou desabastecimento nas cidades.

Naquele momento, a reivindicação era pela diminuição dos preços dos combustíveis, cuja solução aconteceu mais no papel do que na prática. Agora, com inspiração nos movimentos de 07 de Setembro, os manifestantes pedem pelo impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre áudio vazado do presidente Jair Bolsonaro, vídeo do ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o desencontro entre lideranças, o protesto avança. Em Toledo e região, a paralisação segue concentrada no entroncamento das rodovias PR-239, saída para Assis Chateaubriand, e PR-182, acesso a Palotina. Caminhões estavam sendo barrados, sendo liberados ao tráfego somente veículos de passeio, cargas vivas, insumos hospitalares, ambulâncias, veículos oficiais e ônibus.

Receosas com a paralisação, muitas pessoas correram aos postos de combustíveis, temendo a escassez do produto. Isso acabou provocando filas enormes em vários postos e, em consequência, ontem não havia mais gasolina disponível em muitos deles, apenas etanol.

 

Marechal Rondon

Em Marechal Cândido Rondon, um movimento de caminhoneiros começou a ser organizado por integrantes da categoria na manhã de ontem. Eles acompanham uma comissão de caminhoneiros em Brasília e, desde às 06 horas desta sexta-feira (10), iniciaram oficialmente o protesto.

O portal de entrada de Marechal Rondon, na BR-163, o viaduto da AACC e o trevo para Nova Santa Rosa devem receber manifestações do “Movimento Pró-Brasil”, como nominam os organizadores.

Apesar das muitas maneiras que vem sendo chamada, participantes alegam que “não é uma paralisação, mas, sim, uma manifestação”. “Vamos convidar caminhões a parar. A população é convidada a aderir, porque se todo mundo vier conseguimos (nossas reivindicações) mais rápido”, enfatiza o líder dos caminhoneiros que participam da ação em Marechal Rondon, Roberto Correia dos Santos (Beto). “Conversamos com as autoridades policiais, que estão informadas. Vamos cantar o hino e fazer uma coisa legal para mostrar que não somos baderneiros”, destaca.

Líder dos caminhoneiros que participam do Movimento Pró-Brasil, Roberto Correia dos Santos (Beto): “Ele (Bolsonaro) também não pode chegar e falar para fechar tudo, ele é um líder. Não foi, talvez, o que ele quis dizer. Não é o que o Bolsonaro falou ou o Zé Trovão está falando, o que vamos fazer é coisa nossa” (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

Impeachment do STF

Beto informa que o Movimento Pró-Brasil tem representantes de todas as classes. “Temos uma comissão de caminhoneiros em Brasília. Estamos em live constantemente com eles. Tem um documento para ser entregue no Senado, mas eles não receberam ontem (quarta-feira). Agora (ontem), estão lá com o Bolsonaro para levar o documento até o Senado. O que queremos está nesse documento e as paradas são em virtude do Senado estar evitando receber”, explica.

Segundo o rondonense, a pauta do movimento segue os objetivos das manifestações do Dia da Independência. “A reivindicação é o impeachment dos ministros do STF e o voto impresso. Estou dizendo pelo lado dos caminhoneiros, mas chamamos a população. Como eu falo, o movimento tem várias bandeiras para fazer uma coisa só”, enfatiza.

Beto, que esteve à frente de grupos em 2018, diz que mesmo sendo motivações diferenciadas, ambas culminam em um mesmo bem. “A pauta era diferente, mas liderada por nossa classe. É diferente, mas também é a mesma daquela vez, porque se melhora uma coisa melhora tudo. Para nós seria bom baixar o preço do combustível e o valor do frete melhorar, mas vem tudo como consequência da pauta principal”, considera.

 

Público

O movimento surgiu dos caminhoneiros, mas o organizador enaltece que produtores, empresários e comunidade em geral já demonstraram apoio à causa. A reportagem de O Presente esteve com o líder da categoria por volta das 17 horas de ontem, às margens da BR-163, e presenciou inúmeros cumprimentos e buzinas como sinal de aprovação aos manifestantes ali reunidos.

De acordo com o rondonense, há participantes anunciados para sexta-feira de Mercedes, Pato Bragado, Toledo, dentre outros municípios. Ele destaca que, a depender dos trâmites em Brasília, a causa pode ser solucionada e não mais haver manifestação. “Estamos on-line toda hora, se vir alguma coisa vamos falar”, adianta.

 

Áudio vazado

Questionado sobre a repercussão do áudio vazado do presidente sobre a manifestação dos caminhoneiros, ele reforça que o protesto é apartidário. “Ele (Bolsonaro) também não pode chegar e falar para fechar tudo, ele é um líder. Não foi, talvez, o que ele quis dizer. Não é o que o Bolsonaro falou ou o Zé Trovão (Marcos Antônio Pereira Gomes, suposto líder da classe) está falando, o que vamos fazer é coisa nossa”, frisa.

Declarando-se apartidário, Beto reforça que todos os públicos são convidados. “Não é só para quem vota no Bolsonaro. Cada um tem o seu partido e precisamos respeitar. Queremos aqui um bem para o Brasil inteiro. Precisamos dosar a coisa, não é coração nem emoção, vamos devagar e fazer a coisa séria”, enfatiza.

 

Reunião com Bolsonaro

A comissão de caminhoneiros citada por Beto se reuniu com presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, no final da tarde de ontem.

Segundo informações, o movimento deve prosseguir até que a comissão da classe seja recebida pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.

A intenção é que os representantes dos protestos entreguem em mãos ao parlamentar o pedido para abertura de impeachment contra os ministros do STF.

(Fotos: Sandro Mesquita/OP)

 

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