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Marechal

Natal: época de esperança para o comércio

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Mirely Weirich/OP
Mesmo com Intenção de Consumo abaixo do esperado, empresários acreditam que vendas da principal data comemorativa do ano devem se manter no mesmo patamar de 2015

 

Apesar de a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada regionalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), ter chego ao fim de 2016 com pontuação abaixo do esperado, o que os empresários de Marechal Cândido Rondon têm visto no comércio são clientes que buscam preços mais em conta, mas não deixam de comprar ainda que uma pequena, mas singela lembrança para os familiares e amigos mais próximos neste Natal. O consumidor vai comprar a lembrança, sem deixar o Natal passar em branco para seus entes queridos, porque esta é a principal data comemorativa do ano, expõe a vice-presidente para Assuntos do Comércio da Associação Comercial e Empresarial (Acimacar), Carla Rieger Bregoli.

Para que seja considerada positiva, o ideal é que o ICF esteja entre 100 e 200 pontos e, em 2016, a média do Paraná fechou em 80,7 pontos, superando a nacional, que alcançou 73,6 pontos. Conforme a Fecomércio, os principais indicadores que influenciaram a diferença entre as médias dos índices estadual e nacional foram a satisfação com a renda atual, que ficou com média de 155 pontos no Estado, a satisfação com o emprego atual, com média de 111,2 pontos, e a inclinação do consumidor para a compra de bens duráveis, com 92,3 pontos no Paraná. O índice abaixo do ideal foi movido pelos indicadores perspectiva de consumo e consumo atual, com pontos médios de 32,8 e 56,8 respectivamente.

Para Carla, além do Paraná estar em um patamar acima da média nacional, a região Oeste tem um diferencial maior ainda por ser uma região agrícola, o que melhora o poder de compra dos consumidores e impulsiona as vendas do comércio. Durante o ano vimos uma retenção. As pessoas estão com medo dessa crise, se perguntando o que vai acontecer daqui para frente, e por isso estão segurando os gastos, avalia. Além disso, tivemos o aumento do desemprego, que levou muitas pessoas a estarem hoje recebendo o seguro-desemprego. Porém, em Marechal Rondo muitas pessoas conseguem se recolocar no mercado de trabalho porque na nossa cidade há vagas de emprego, o que é muito positivo, complementa.

De acordo com ela, os empresários que se reinventaram, realizaram promoções e compraram produtos acessíveis e repassaram isso aos clientes conseguirão se colocar no mercado e ficar dentro da expectativa de venda neste fim de ano, trazendo clientes para sua empresa. Nesta semana, com o horário especial, vimos um movimento significativamente maior em todo o comércio, e não somente à noite. Durante o dia as empresas também receberam um grande fluxo de pessoas, enfatiza.

 

Nas lojas

Com o horário especial de atendimento iniciado no começo desta semana, os comerciantes destacam que o maior fluxo de venda acontece no horário noturno, quando as famílias não têm compromissos como trabalho ou escola e estão mais tranquilas para conferir as vitrines e também a decoração da cidade. Percebemos uma queda no volume de vendas, porque normalmente no início de dezembro os clientes já começavam a buscar presentes para o Natal, mas neste ano o alto fluxo foi agora nesta semana, com o horário especial, afirma a proprietária da Livraria Nota 10, Mariane Marcon.

Na visão da empresária, por ser a principal data festiva do ano a intenção de compra existe, porém, em um preço menor do que nos anos anteriores, especialmente pelos problemas econômicos enfrentados pelos brasileiros em 2016, como o aumento do custo de vida e de itens essenciais. Quando o cliente busca presentes para os filhos, por exemplo, ele paga um pouco mais e preza por itens de melhor qualidade ou melhores marcas, ficando na média de R$ 150, porém, quando o presente é voltado para outros membros da família ou para amigo secreto, o valor gira em torno de R$ 30 a R$ 50, exemplifica.

Já para a gerente da Joias Canaã, Maria Luiza Roos Formighieri, a expectativa é de ultrapassar as vendas do Natal de 2015. Ninguém vai deixar passar em branco, mesmo que seja um brinco de menor valor as pessoas estão comprando porque essa é a principal data comemorativa do ano, avalia.

No empreendimento, segundo com ela, os clientes têm prezado pelo valor e qualidade da peça de acordo com quem será presenteado. Se é para mãe, esposa ou sogra, por exemplo, os clientes buscam cristais, pedras, peças com valores mais altos. Porém, para outros membros da família, amigos ou para amigo secreto, são peças que giram em torno de R$ 15,

R$ 20 e R$ 30, informa, destacando que, assim como nos anos anteriores, o pico de vendas será na véspera de Natal: hoje (23) e amanhã (24).

Na visão de Liani Bruxel Armanje, proprietária da Lojas Liani, já passou o tempo em que os clientes buscam pelo preço baixo. Hoje eles querem novidade. Vejo que quando a pessoa gosta da peça ela não se importa em pagar, especialmente quando vai presentear, enfatiza.

Na comparação com o Natal de 2015, a rondonense ressalta que o fluxo de pessoas na loja está maior. Por isso, a expectativa é de que as vendas se mantenham no mesmo patamar do ano passado. Estabeleci a mesma meta de vendas de 2015, mas acredito que podemos ultrapassar. Se eu igualar já me dou por satisfeita, porque levamos em conta esse ano que foi de dificuldade econômica para as famílias brasileiras, menciona.

 

Injeção no comércio

A vice-presidente da Acimacar ressalta também que a campanha do Natal Premiado, promovida pela entidade, será responsável por injetar R$ 80 mil no comércio local. No início desta semana, o segundo sorteio realizado contemplou 30 pessoas com R$ 34 mil em prêmios. Essas pessoas vão injetar esse montante no comércio ainda antes do Natal, comprando os presentes para as pessoas que são importantes em suas vidas, declara Carla.

O fator decisivo para a permanência dos empreendimentos no comércio no próximo ano, de acordo com ela, será a visão de mercado e a persistência dos empresários neste momento, por meio de estratégias aplicadas nas vendas, em sua equipe e na empresa como um todo. Para o momento que vivemos hoje, o empresário tem que saber articular da melhor forma possível para se manter no mercado, pontua. As expectativas para o próximo ano são boas, estamos tendo chuvas boas e, se tudo continuar como está, teremos uma boa safra, que também é vislumbrada pelo comércio, pois a agricultura nos faz impulsionar os negócios. Sabemos que 2016 foi um ano difícil para os comerciantes, mas a expectativa é que, a partir do segundo trimestre de 2017, o crescimento seja retomado, conclui Carla.

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