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Marechal 8º dia consecutivo

Paralisação dos caminhoneiros continua em Marechal Rondon

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Foto: O Presente

A reunião entre o governo federal e representantes dos caminhoneiros, realizada no domingo (27), resultou em um pacote de medidas provisórias, mas não levou ao fim a paralisação da classe, que hoje entra em seu 9º dia consecutivo em todo o país.

Após fortes impactos na economia e temendo consequências maiores, o governo cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. Isso equivale, segundo o presidente, a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. Os representantes dos caminhoneiros autônomos não aceitaram o congelamento do diesel por apenas 30 dias, como havia sido inicialmente proposto.

As medidas propostas no acordo foram publicadas na manhã de ontem (28) no Diário oficial da União, mas não agradaram a maioria dos caminhoneiros, que garantiram dar continuidade às paralisações. “Esse valor (do diesel) não seria ruim para nós, desde que fosse uma lei, não um decreto. O que está no Diário Oficial são apenas medidas provisórias”, diz o porta-voz do movimento dos caminhoneiros em Marechal Cândido Rondon, Roberto Correia dos Santos.

O descontentamento do caminhoneiro é pautado na desconfiança. “O que ele (Michel Temer) fez foi uma medida provisória que em 30 dias pode ser revogada. Mesmo de toda essa paralisação, ele não está querendo negociar, mas quer que acreditemos que em 30 dias, com todo mundo trabalhando normalmente, vai ser feita alguma alteração? Não vai”, frisa Santos.

Para ele, o novo acordo proposto pelo governo foi mais uma manobra para tentar colocar o povo contra os caminhoneiros. “Não queremos algo provisório, queremos algo efetivo”, afirma.

 

Pedágios

Além da diminuição no preço do diesel, outra reivindicação dos caminhoneiros se refere à isenção de pedágio para eixo suspenso em todas as rodovias federais e estaduais. “O pedágio é uma briga antiga dos caminhoneiros. E no Paraná ele é um dos mais caros do Brasil. Se eu carregar caminhões daqui até Curitiba, 20% do frete é em pedágio. Paga-se o frete, motorista e não sobra mais nada”, ressalta Santos.

Como resposta, o governo federal concordou em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.

Apesar disso, os caminhoneiros temem pelo não cumprimento da medida estabelecida. “Como que em um dia ele consegue fazer algo que em todos esses anos de reinvindicações nunca foi feito?”, questiona o representante da classe.

 

Mais apoio

Rodovias estaduais e federais de todo o Brasil estão tomadas por mobilizações que a cada dia ganham mais força e apoio. Até a tarde de ontem (28), balanços das polícias Rodoviária Federal e Estadual indicavam 172 pontos de protestos nas estradas estaduais e 84 em rodovias federais do Paraná.

Em Marechal Cândido Rondon, a mobilização dos caminhoneiros teve início na terça-feira (22) e hoje marca seu 8º dia de manifestações. São inúmeros os caminhões parados às margens das rodovias. No total, de acordo com a organização do movimento, são cerca de 200 caminhões paralisados na BR-163, na saída para Toledo, no trevo de acesso aos municípios de Mercedes e Nova Santa Rosa e no distrito de Iguiporã.

Municípios vizinhos, como Quatro Pontes, Mercedes, Pato Bragado, Santa Helena e Missal, também registram atos de apoio à paralisação dos caminhoneiros.

Apesar de mobilizações em prol da causa serem registradas em todo o país e encabeçadas por todas as classes, Santos reconhece a ajuda, mas acredita que o movimento precisa de ainda mais apoio. “Se a população entrar com nós eu acredito que vai ser mais rápido. Precisamos ‘parar’ para mostrar que estamos aqui”, enfatiza.

 

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