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Pouco utilizada por empresas, Agência do Trabalhador pode ser fechada

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O Presente

Diretor da Agência do Trabalhador, Arli Neodi Costa (Perera): “Continuaremos visitando e entrando em contato com as empresas, para termos a garantia de que nosso trabalho está sendo bem feito”

 

A maioria das pessoas sonha ter um trabalho digno, com recompensas e também prazer profissional. Porém, muitas ainda se encontram sem emprego e estão cada dia mais preocupadas e correndo atrás do tão sonhado trabalho. Por conta disso, grande parte desse público procura se cadastrar nas chamadas Agências do Trabalhador à procura de emprego.

Muitas destas agências têm como principal foco a intermediação de mão de obra. Mas para que tal propósito seja atingido é preciso que as empresas disponibilizem as vagas de emprego nessas agências, fato este que não vem ocorrendo em Marechal Cândido Rondon, por exemplo. Tal postura tem gerando preocupação na Agência do Trabalhador local.

“Desde o princípio da nova gestão municipal, os agentes lotados na Agência do Trabalhador têm se empenhado num trabalho de visitação às empresas do município com o intuito de conscientizar os empresários da necessidade do uso da Agência na contratação de novos colaboradores”, enfatiza o diretor da Agência do Trabalhador, Arli Neodi Costa (Perera).

Segundo ele, no caso específico de Marechal Rondon, as empresas costumam armazenar um banco de dados próprio para esse fim, suprindo as suas necessidades. “As empresas estão um pouco resistentes, pois elas gostariam de continuar com esse sistema próprio de contratação. Algumas até utilizam nosso trabalho, mas acabam não disponibilizando as vagas, ou às vezes disponibilizam, mas não contratam”, ressalta o diretor.

 

Trabalho em conjunto

Perera destaca que após a instituição da Agência do Trabalhador (Sistema Nacional do Emprego – Sine) em 1975 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (exigência da Organização Mundial do Trabalho, para os países membros), percebeu-se a necessidade da criação de um espaço que promovesse o encontro entre empregado e empregador, facilitando substancialmente os dois lados da moeda. “É por isso que estamos indo até as empresas e tentando conscientizá-las que elas precisam da Agência do Trabalhador, assim como nós precisamos das empresas. É um trabalho conjunto”, frisa o diretor. Ele declara que o objetivo não é atrapalhar as empresas, mas, sim, colaborar com elas. “Queremos ser úteis para as empresas no momento em que forem em busca de uma pessoa profissional para a vaga que estão abrindo”, complementa.

Seleção

De acordo com Perera, antes do encaminhamento de pessoas para as empresas sempre é realizada uma seleção. Tal seleção é feita com base no perfil da vaga, além de uma pré-entrevista com o interessado, visando realmente ver se a pessoa está apta para vaga. “Primeiramente as empresas disponibilizam as vagas na Agência do Trabalhador e nós encaminhamos os currículos que se encaixam no perfil da vaga. Muitas vezes, porém, a vaga já foi ocupada e eles acabam guardando o currículo dessas pessoas para uma futura necessidade e mais uma vez a contratação é feita diretamente com o interessado, sem a intermediação da Agência”, relata.

Além da empresa que cadastra a vaga no sistema, com todos os dados, exigências e funções que o funcionário irá desempenhar, os interessados também irão fazer o cadastro. “Analisando informações como formação, trabalhos anteriores e expectativas futuras, o próprio sistema realizará o cruzamento dos dados exigidos pela empresa com os do candidato, classificando-o ou não para a vaga”, explica o diretor da Agência do Trabalhador.

Ainda conforme ele, as vagas são divulgadas, mas não as empresas que as oferecem. Sendo assim, as pessoas somente são informadas após passarem pelo sistema de classificação. Isso, segundo Perera, garante maior confiabilidade na contratação por parte da empresa e também futuros transtornos que esta possa vir a ter.

 

Agência pode fechar

Se até algum tempo a função da Agência do Trabalhador era apenas a intermediação de mão de obra, com o passar dos anos novas atividades foram sendo atribuídas, tais como liberação do seguro desemprego, cursos de reciclagem e aperfeiçoamento para desempregados e que estão dentro do período de recebimento do seguro, serviço de solicitação e emissão de CTPS (utilizado principalmente por jovens que estão acessando o mercado de trabalho) e Banco do Fomento, com financiamento a micro e pequenos empreendedores, com valores que chegam a R$ 20 mil.

“Todos são programas de elevada importância para a sociedade de modo geral. Por isso são levados em consideração pelo Ministério do Trabalho e Emprego no momento que este faz a avaliação de desempenho das Agências”, salienta Perera.

Entretanto, o peso atribuído à Intermediação de Mão de Obra (IMO) é diferenciado em termos de valorização, quando se quer determinar se a Agência cumpriu ou não plenamente as suas funções. “A intermediação de mão de obra é o principal critério avaliado pelo Ministério do Trabalho. A partir do momento que as empresas têm seu próprio sistema de contratação e o município um sistema alheio à Agência do Trabalhador, o Ministério vai entender que esse município não precisa da Agência e a mesma será fechada”, alerta o diretor.

Ele informa que isso já ocorreu em outros municípios e que depois fechada há um grande risco da Agência não ser reaberta. “É um custo muito alto manter uma Agência aberta, então, de certa forma, o Ministério do Trabalho se vê livre desta despesa”, menciona.

Por conta disso, Perera reforça a importância de as empresas buscarem a Agência do Trabalhador para fazer essa intermediação de mão de obra. “A visitação nas empresas não é um trabalho que vai parar. Continuaremos visitando e entrando em contato com elas, para termos a garantia de que nosso trabalho está sendo bem feito”, conclui.

 

Vagas disponíveis

Perera atribui as poucas vagas disponíveis ao fato de o trabalho da Agência do Trabalhador nunca ter sido amplamente divulgado e levado até o conhecimento das empresas e indústrias, além do período de crise pelo qual o país está passando.

Do total de postos de trabalho disponibilizados na Agência, a ampla maioria atende o setor industrial. Segundo o diretor, a expectativa é que os números de vagas aumentem nessa área.

As atuais vagas disponibilizadas na Agência do Trabalhador são: atendente/balconista, atendente de balcão, auxiliar de linha de produção, farmacêutico, porteiro, promotor de vendas, psicólogo social, técnico em eletromecânica, vendedor interno, vendedor pracista e zelador.

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