Presidente da Acimacar avalia cenário econômico e faz projeções para 2020

Se o ano de 2018 começou como uma incógnita, principalmente devido ao novo governo empossado e seu desempenho no campo econômico, 2019 inicia mais otimista, com melhores perspectivas em termos de crescimento e desenvolvimento do país. “A redução da taxa Selic é um fator de suma importância no cenário tanto nacional e estadual como no municipal. Com a diminuição desta taxa em 2019, os juros também caíram e, consequentemente, a Caixa Econômica e outros bancos puderam diminuir suas taxas de financiamento imobiliário e de outros tipos e, com isso, estimular novos investimentos”, expõe o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Ricardo Leites de Oliveira, ao analisar o cenário econômico de inflação controlada e de uma trajetória de juros que deve permanecer no patamar de 5% ao longo de 2020.

Na opinião dele, um dos setores beneficiados com a maior facilidade de empréstimo de dinheiro por parte das agências bancárias é a construção civil. “Nos anos de 2017, 2018 e 2019 houve uma grande queda nesse setor. Agora, com a redução dos juros, acredito que haverá um incremento maior de financiamentos e, consequentemente, mais obras acontecerão”, analisa.

Leites diz que atualmente aproximadamente 10% da população de Marechal Rondon está envolvida com a construção civil, sejam pedreiros, encanadores, eletricistas, profissionais liberais ou vendedores de lojas. “Então, essas pessoas só têm a ganhar nessa nova fase”, pontua, acrescentando que, como arquiteto e urbanista, percebe em seu campo profissional os efeitos das melhorias.

AGRONEGÓCIO

O presidente da Acimacar destaca que quando há dinheiro no campo, o comércio e a indústria também recebem investimentos, haja vista que os indivíduos tendem a consumir localmente. “A safra de soja e milho se aproxima e mesmo não sendo uma colheita cheia, os agricultores estão animados. Houve muitos momentos de falta de chuva, mas felizmente a umidade voltou e as plantas puderam reagir, favorecendo a economia regional”, enaltece.

Para ele, um dos pontos com repercussão positiva em 2020 no agronegócio será o fato de o Paraná ser um Estado livre da febre aftosa. “Isso faz com que aumentem as vendas de suínos, bovinos e aves para países onde antes éramos barrados. O aumento no preço da carne, registrado nos últimos tempos, é fruto disso, pois é natural que com a exportação o valor aumente. Todavia, deve-se ponderar que há o fortalecimento da cadeia agrícola”, salienta, ampliando que o dinheiro extra oriundo deste setor provavelmente também será gasto nas empresas rondonenses.

 

 

 

 

PROJEÇÃO DO PIB

Também há otimismo na projeção do Produto Interno Bruto (PIB). “Em 2019, o crescimento ficou em 1,17% e para este ano está estimado um aumento de 2%. Se comparado a outros países, pode ser considerado pouco. Por exemplo, a China cresce em torno de 6%, mas se considerarmos o cenário atual e o período que o Brasil passou, com o índice quase estagnado, essa porcentagem já é positiva”, destaca Leites.

Ele diz que com o governo federal se encaminhando para o segundo ano de mandato a seguridade gerada pode atrair investidores de peso para o mercado nacional. “Foram aprovadas as novas leis trabalhistas e a reforma da Previdência em 2019 e, ainda, o governo avalia uma reforma tributária, tudo contribuindo para alavancar a economia nacional. Caso aconteça esta reforma, os impactos maiores só serão sentidos em 2021”, projeta.

FERIADOS

O ano de 2020 difere do ano que se encerrou pelo número de feriados nacionais que cairão em dias de semana. Sem considerar feriados estaduais e municipais, 11 dos 12 feriados caem em dias de semana e dez deles têm a probabilidade de serem emendados.

No ponto de vista do presidente da Acimacar, este fator é positivo aos municípios que têm a economia voltada ao turismo, os quais podem se beneficiar com esta situação, como é o caso de Foz do Iguaçu. “Contudo, Marechal Rondon, por exemplo, sente a influência dos dias sem trabalhar, mesmo que de modo mais superficial. Os comércios e as indústrias deixam de vender/produzir durante esses dias, mas nada muito significativo”, aponta.

APOIO DA ASSOCIAÇÃO

Tendo vista o horizonte de possibilidades que surge com o início de um novo ano, Leites frisa que a Associação Comercial rondonense aproveitou o ano de 2019 para capacitar empresários e colaboradores. “Nós tivemos muitas palestras e cursos na nossa entidade. Aqueles que participaram puderam aprender, se capacitar e melhorar os seus negócios. Esperamos que em 2020 seja possível colocar em prática os métodos e aprendizagens obtidos para que haja um desenvolvimento das empresas locais”, ressalta.

Ele lembra que a Acimacar realizou sete treinamentos gratuitos, a partir dos quais foi possível doar 2.179 kg/litros para entidades beneficentes municipais e para a União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer (Uopeccan), sendo que não foi cobrado ingresso, apenas solicitada doação de leite. Ao todo, foram realizadas 32 capacitações que envolveram 18.177 pessoas na Acimacar, de junho a dezembro. Já em eventos realizados no Auditório Ecos da Liberdade foram reunidas 4,4 mil pessoas.

VENDAS DE FIM DE ANO

Em relação às promoções realizadas no período natalino no comércio rondonense, o presidente da Acimacar menciona que ainda não há números exatos que possam ser divulgados. “Mas em conversas com empresários percebemos a satisfação gerada pelas vendas. Alguns achavam que devido às crises dos anos anteriores a economia continuaria estagnada mesmo no Natal, contudo, ficaram felizes ao ver o resultado de vendas”, evidencia.

No que diz respeito à campanha Natal Premiado, Leites avalia que a partir dela foi possível perceber a movimentação dos consumidores a partir dos cupons distribuídos para concorrer aos vales-compras. “Nós imprimimos 400 mil cupons e participaram do sorteio cerca de 350 a 370 mil cupons preenchidos. Sorteamos R$ 80 mil em prêmios, divididos em três sorteios, e 175 empresas participaram da campanha. O engajamento é perceptível”, destaca.

O Presente