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Marechal Após decreto de epidemia

Procura pela vacina da dengue triplica em Marechal Rondon

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(Foto: Bruno de Souza/OP)

Muita gente ainda desconhece, mas a vacina contra a dengue – a Dengvaxia – é uma realidade disponível para a população brasileira desde 2015, quando a Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou seu uso para a rede privada de saúde. Em Marechal Cândido Rondon, a procura pelo imunizante triplicou após a Secretaria Estado da Saúde (Sesa) também decretar situação de epidemia no Paraná.

De acordo com a proprietária da Saúde Livre Clínica de Vacinas, enfermeira Flávia Fenner, a procura diária pela vacina aumentou 90%, após o quadro epidemiológico local se agravar e a Secretaria Municipal de Saúde decretar situação de epidemia. “As pessoas estão preocupadas com o aumento de casos e querem se prevenir através da vacina”, comenta.

Ela explica como o imunizante funciona. “É uma vacina atenuada composta pelos quatro sorotipos vivos do vírus da dengue, estimulando as defesas naturais do corpo e levando à produção de anticorpos. Assim, quando a pessoa entra em contato com o vírus da dengue, o corpo reage mais rapidamente para combater a doença”, explana.

Ou seja, a vacina contém os vírus enfraquecidos da dengue, assim como a tríplice viral, varicela e febre amarela. O único detalhe, segundo a enfermeira, é que a vacina precisa ser usada com cautela e seguindo as recomendações descritas na bula conforme o fabricante. “A eficácia do imunizante na prevenção da doença é de 65,5%; na prevenção de dengue grave e hemorrágica é de 93% e de internação é de mais de 80%”, informa Flávia, observando: “Quem está com dengue não pode se vacinar. Deve esperar 30 dias”.

 

Quem pode tomar?

A vacina é recomendada para pessoas dos nove aos 45 anos, que já tiveram dengue. “Isto porque pessoas que nunca estiveram expostas ao vírus podem ter maior risco de agravamento da doença, havendo necessidade de internamento hospitalar, caso tomem a vacina sem este conhecimento”, salienta Flávia.

A orientação é que todos que já tiveram a doença se vacinem. “Ela diminui muito os efeitos caso a pessoa contraia a dengue novamente, como, por exemplo, a complicação por dengue hemorrágica”, destaca.

Já as contraindicações são para as pessoas imunodeprimidas, pessoas que possuem alergia grave (anafilaxia) a algum dos componentes da vacina, gestantes, mulheres amamentando e pessoas sem contato prévio com o vírus da dengue (soronegativos).

O imunizante deve ser feito em três doses, sendo o esquema recomendado a 1ª dose na data escolhida pelo médico, a 2ª dose seis meses após a primeira dose e a 3ª dose seis meses após a segunda dose.

 

Efeito colateral

Flávia diz que as reações adversas mais frequentemente relatadas nos estudos e nas pessoas vacinadas são mal-estar e indisposição. “Nada que possa ser preocupante. É importante lembrar que vacinas salvam vidas e que é melhor ter medo da doença do que medo da vacina. Elas são desenvolvidas através de muitos estudos e tecnologias avançadas para que sejam efetivas e seguras para as pessoas, auxiliando na prevenção e erradicação de doenças”, argumenta.

 

Valor

O valor da vacina contra a dengue varia entre R$ 300 e R$ 350.

Enfermeira Flávia Fenner, da Saúde Livre Clínica de Vacinas: “A vacina é recomendada para pessoas dos nove aos 45 anos, que já tiveram dengue” (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

Município tem 450 casos confirmados

Conforme o Boletim Epidemiológico divulgado nesta semana pela Secretaria de Estado da Saúde, Marechal Rondon conta com 2.449 casos de dengue notificados. Destes, 450 são confirmados, sendo 371 autóctones (contraídos localmente).

O número de casos descartados soma 394, já os que ainda estão em análise chegam a 1.601. “Estamos em epidemia e atualmente não tem como dizer quais regiões da cidade tem mais focos da dengue”, pontua a coordenadora do Setor de Endemias do município, Solange Terezinha Rohr.

Ela pede para que a população siga as medidas de prevenção contra o mosquito. “Verifiquem seu quintal todos os dias e eliminem tudo o que tem ou pode conter água parada. É preciso que a população esteja consciente que tudo isso pode ser um criadouro”, orienta, solicitando, também, que as pessoas verifiquem possíveis focos da dengue no trabalho, instituições de ensino ou até mesmo em lotes. “A dengue mata sim, e na primeira vez que se pega já pode se desenvolver para forma grave, levando a óbito”, adverte.

 

Paraná

De acordo com o último boletim epidemiológico da dengue, o Paraná já confirmou 30.010 casos e cinco óbitos. São 94.344 notificações desde o período sazonal de monitoramento, que iniciou em agosto de 2021 e segue até julho deste ano.

 

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