Fale com a gente

Marechal

Professores comemoram “meia vitória”

Publicado

em

Giuliano De Luca/OP

A semana que passou já entrou para a história do Paraná. A avaliação praticamente unânime é por conta da guerra travada entre professores da rede estadual de ensino e Governo do Estado, que protagonizaram – e ainda protagonizam – cenas que rodaram o país.

Os educadores entraram em greve na segunda-feira (09), quando aconteceria o primeiro dia de aula do ano letivo. O estopim do impasse foi o pacote de medidas enviado pelo governador Beto Richa à Assembleia Legislativa (AL), que traria prejuízos à classe. A semana foi de invasão da Casa de Leis, culminando na quinta-feira (12) com a retirada do projeto da pauta de votação, não antes de um confronto entre policiais e educadores e deputados a favor do projeto sendo escoltados em um blindado da Polícia Militar. Vitória parcial. É assim que avaliam os líderes do movimento grevista em Marechal Cândido Rondon.

A reportagem de O Presente conversou com vários professores que fazem vigília em frente ao escritório do deputado estadual Elio Rusch, aliado do governo e um dos 35 parlamentares que na terça-feira votou a favor de transformar o plenário da Casa de Leis em comissão geral. Entre eles duas docentes que foram até a Capital do Estado reivindicar os direitos da classe e participaram do confronto que assombrou o Paraná.

Foi com a luta dos professores que conseguimos retirar o projeto de pauta, mas até conseguirmos isso vivemos momentos de muita tensão. Com vários professores, eu estava ocupando o espaço interno da Assembleia. De repente, escutamos barulhos de botas. Era a tropa de choque (da Polícia Militar), avisando antes mesmo de chegar para que todos deitássemos no chão, conta a professora Neiva Maria Fritzen, do Colégio Eron Domingues. Em seguida escutamos os barulhos de tiros. Era o início do confronto. Do lado de fora da AL, policiais usavam bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha para tentar acalmar o movimento, que ao longo da semana se mostrou sólido e decidido. Grades derrubadas e uma nova invasão acontecia a primeira tinha sido na terça-feira, quando o projeto iria ser votado pela primeira vez, mas a sessão foi cancelada por conta da invasão. Naquela ocasião, a cena da bandeira do Brasil sendo alçada no plenário da Casa rodava o Brasil. Pessoas se lançavam das galerias para o plenário, indicando que desistir não era uma opção.

Desde o princípio da greve, o movimento ganhou força, dia após dia. Cada vez mais inflado, como o grito de desabafo dos professores em frente a Assembleia, angariou simpatizantes de outras classes, como funcionários estaduais da saúde e da segurança, também em greve no Paraná. É o que conta a professora Aline Kirchheim, do Colégio Frentino Sackser, que acampou desde terça-feira em Curitiba para reclamar os direitos da classe. A polícia não queria nos enfrentar. A gente via que eles queriam é estar do nosso lado. A coisa só não foi pior porque eles (policiais) estavam sensibilizados, diz.

 

*Confira a matéria completa na edição impressa do Jornal O Presente.

 

Copyright © 2017 O Presente