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Marechal 600 mil quilômetros

Rondonense com mais quilômetros rodados atinge marco sobre duas rodas

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Elson Gehlen completa nesta semana 600 mil quilômetros percorridos de moto. Ele acumula viagens pelo Brasil e outros cinco países e só não atingiu marcas pessoais ainda maiores por causa da pandemia (Foto: Divulgação)

Aos 63 anos, Elson Antonio Gehlen está prestes a completar um importante marco em sua vida: 600 mil quilômetros rodados de moto. “Do conhecimento que tenho, essa é a maior quilometragem que alguém de Marechal Cândido Rondon já percorreu de moto”, palpita.

Acumulando viagens pelo Brasil e outros cinco países, ele tem a vida sobre duas rodas como sua paixão e menciona estar feliz com o marco a ser conquistado. “Vou comemorar muito esse número, que devo completar nesta semana. Em breve, quando os números da pandemia diminuírem, vou viajar pelo Caminho dos Diamantes, Caminhos Velhos e pela Rota Imperial”, menciona o rondonense, alegando que a pandemia freou parte das viagens previstas para os últimos meses: “Poderia ter completado 700 mil quilômetros, mas muitas viagens foram adiadas”.

Gehlen atualmente é aposentado e vê muito mais estrada para percorrer pela frente. “Estou rumo a um milhão de quilômetros percorridos. Muitos dizem que sou louco, mas sei que outros ficam admirados e até se inspiram nas minhas aventuras. É preciso acreditar”, afirma.

Elson Gehlen tem 63 anos e começou a andar de moto aos 38. Nas andanças sobre duas rodas, o rondonense já conheceu boa parte do Brasil e outros cinco países da América do Sul (Foto: Divulgação)

 

INÍCIO DE TUDO

Errado está quem pensa que os 600 mil quilômetros foram acumulados ao longo de toda a vida do motociclista, pois, conforme ele, os quilômetros sobre duas rodas começaram há somente cerca 25 anos. “Iniciei tardiamente. Aos 38 anos comecei a andar de moto e a primeira viagem de fato fiz aos 39”, relembra.

Tudo começou, conta ele, pela necessidade de possuir uma moto para se deslocar até o trabalho. “Não tinha nem carteira, ia de Palotina a Nova Santa Rosa pelo interior. A moto quebrava dia sim e dia também, tanto que conheci o pessoal da concessionária, fiz amizade e passei a vender consórcios para motos nos momentos de folga. Com esse dinheiro, comprei uma moto nova e tudo mudou. Comecei a ter amor por moto, passei a usar a moto para lazer, além da necessidade, gostei da aventura e isso segue até hoje”, enaltece.

De viagem em viagem, Gehlen foi aumentando as distâncias percorridas de moto. “Do trabalho passei a usar a moto em passeios, depois para viagens, aventuras e expedições. Hoje sou um mototurista, alguém que faz expedições de moto. Vamos crescendo, ganhando experiência, campo, lugares e países”, pontua.

 

AS VIAGENS

Entre os destinos, quase todos os Estados do Brasil são conhecidos pelo rondonense, além de cinco países da América do Sul: Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. “Falta conhecer o Acre, Roraima e o Amazonas, os demais eu já conheço. Percorri do Oiapoque ao Chuí três vezes, duas dela pelo litoral”, conta.

O motociclista diz que sua maior viagem levou 50 dias, percorrendo 15.462 quilômetros, por dentro do Brasil. Contudo, Gehlen ressalta que não necessariamente longas distâncias fazem boas viagens. “Cada percurso é bom a sua maneira. A rainha das viagens, para mim, foi fazer o Paraguai inteiro pela futura Rodovia Bioceânica, que liga Brasil, Paraguai, Chile e Argentina, quando não era nem asfaltada. Isso foi em 2018, entre as 54 pessoas do grupo de motociclistas somente eu e mais duas pessoas aceitaram o desafio. Pesquisamos e ninguém tinha feito essa travessia de moto e eu fui o mais idoso a completá-la”, engrandece, pontuando que a maioria das viagens que faz, ao contrário dessa, são realizadas sozinho.

A viagem mais emocionante, opina o rondonense, foi a visita ao extremo Sul do continente americano. “Nevava e eu estava sozinho. Enfrentei temperaturas de – 8°C e sensação térmica de – 15°C. As viagens com mais cultura e conhecimento vivenciado foram as três que fiz entre os extremos do Brasil”, detalha.

Ele destaca que apesar de ter feito os trajetos mais de uma vez, houve novas emoções. “Do tchê ao uai, por todos os sotaques, a gente vai aprendendo, conhecendo pessoas diferentes. Sempre é diferente. Todas as viagens são bonitas e importantes ao seu modo”, assegura.

 

COMO COMEÇAR?

Os quase 600 mil quilômetros são divididos entre 14 motos que acompanharam Gehlen ao longo desses anos e, segundo ele, o tamanho da moto não é importante. “Grande parte disso fiz de CG. As motos foram de 125 cilindradas a 660. Uma viagem em volta do quarteirão depende do estado de espírito da sua alma para valer a pena. Viajar de moto é isso”, frisa.

O começo depende do espírito aventureiro, considera o rondonense. “Um amigo viajou toda a América do Sul com uma Pop 100 cilindradas. O tamanho da moto é indiferente. O que precisa ter é o espírito estradeiro. Se você não fizer, não sabe se vai gostar”, expõe.

A união dos grupos de motociclista faz a diferença, entende o rondonense. “Somos bastante unidos e recebemos uns aos outros. Eu recebo motociclistas viajantes em minha casa e fui recebido também. Dos 50 dias da maior viagem, só fiquei em hotel duas noites e por minha opção”, lembra.

Para começar a se aventurar, afirma Gehlen, não há pré-requisitos: “Um amigo viajou toda a América do Sul com uma Pop 100 cilindradas. O tamanho da moto é indiferente. O que precisa ter é o espírito estradeiro. Se você não fizer, não sabe se vai gostar” (Foto: Divulgação)

 

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