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Marechal Oportunidade para a vida

Rondonense fará intercâmbio totalmente gratuito ofertado pelo Rotary Beira Lago

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(Foto: O Presente)

O Rotary Club de Marechal Cândido Rondon Beira Lago realizou no ano de 2019 o programa de intercâmbio Jovem Destaque. Nesta modalidade, diferente do convencional, o intercambista é selecionado, passa por diversas etapas para, por fim, ter a sua viagem sem custo nenhum para sua família.

“O projeto não é tão antigo, tem cerca de dois anos de existência. Há vários critérios que precisam ser atendidos: o jovem deve ter renda de até três salários, envolvimento na comunidade, em projetos sociais, boas notas, frequência escolar, ou seja, ser um jovem destaque. É interessante que a pessoa seja exemplar porque uma vez o processo concluído com êxito, ela se tornará uma Embaixadora da Boa Vontade”, explica Willian Arnhold, responsável pelos intercâmbios no clube de serviço.

A selecionada para a experiência foi Ana Carolina Medina Immich, de 16 anos, moradora do Bairro Higienópolis e estudante do Colégio Estadual Frentino Sackser.

 

PROCESSO

“Fomos bem audaciosos ao aderir a esse projeto. É bem difícil, pois abrange o Distrito 4640, seus 106 clubes e os mais de três mil rotarianos. A Ana Carolina vai ser a segunda jovem do nosso distrito que será prestigiada com essa oportunidade. A dificuldade vem pelos procedimentos necessários: é preciso fazer um processo seletivo”, expõe Arnhold, ressaltando que 70% dos custos provêm do distrito e os outros 30% ficam com o Rotary Beira Lago.

O primeiro passo, conforme o responsável, foi conversar com a Secretaria de Educação a fim de identificar a instituição de ensino propícia para a seleção.

O presidente do Rotary Beira Lago, Maykel Liotto, conta que o colégio indicado foi o Frentino Sackser. “Entra a figura da então diretora da instituição, Cleuza Reichert. Foi ela quem fez as seleções com os alunos, buscando aqueles que se enquadravam no perfil desejado. Ela explicou o projeto para os dez alunos selecionados e os convocou para uma reunião. Só apareceram cinco destes. Para eles, nós falamos sobre o projeto de forma clara e objetiva, ressaltando os riscos de estar fora do país sozinho, a saudade que viria e outras situações”, comenta.

Arnhold diz que mesmo Marechal Rondon sendo um município com Rotarys ativos e valorizados, alguns pais ainda temiam a seriedade do programa. “Por fim, restaram a Ana e outro menino. Nós pedimos a eles uma carta com a trajetória da vida deles. Não é possível comparar, pois ambas foram muito boas. Iríamos mandar os dois para a próxima fase, mas o menino teve problemas na família. Assim, a Ana passou para a próxima etapa”, detalha.

Na segunda fase, conta o rotariano, foi realizada uma prova com cerca de 90 questões, além de algumas orais. “Classificadas, a Ana e a mãe dela passaram por entrevistas com os governadores do distrito e psicólogos, já na terceira fase”, menciona.

Ele salienta que todos os deslocamentos necessários foram proporcionados pelo Rotary Beira Lago, sem custos para a família da intercambista.

O resultado chegou até Ana no último dia 03. “Eu nem dormia direito antes desse momento. Estou ansiosa para saber qual será meu país de destino, mas me alivia saber que vou”, frisa a intercambista.

Presidente do Rotary Beira Lago, Maykel Liotto, e o responsável pelos intercâmbios do clube, Willian Arnhold, em visita ao O Presente: “Fomos bem audaciosos ao aderir a esse projeto. Ela vai ser a segunda jovem do nosso distrito que será prestigiada com essa oportunidade” (Foto: O Presente)

 

HISTÓRIA

Com 16 anos de vida, pouca coisa veio fácil para Ana Carolina Medina Immich, que teve a vida maculada por muitas pessoas. Todavia, quem tem um sonho, mesmo que por vezes esquecido, tem em que se apoiar.

“Sempre pensei em fazer um intercâmbio, conhecer outros lugares e culturas, mas minha família não tinha condições. Escola e trabalho ocupam grande parte do meu dia e esse desejo foi sendo esquecido, até que surgiu essa oportunidade”, relata a futura intercambista.

A história da menina é recheada de obstáculos, mas nem por isso ela desanima. “Antes de eu nascer, já tive problemas. Minha mãe estava grávida de mim, mas o homem que estava com ela não me desejava, disse para ela abortar. Minha mãe quis manter a gravidez e acabou sozinha; ele fugiu para São Paulo. Passado algum tempo, minha mãe arranjou um outro alguém que aceitou me assumir. Contudo, foi chegando meu nascimento e as dificuldades financeiras foram aparecendo. Eles decidiram me doar”, expõe Ana.

O casal escolhido, conforme a estudante, foi um sobrinho recém-casado e sua mulher, que não poderia ter filhos biológicos. “No caso, são minha mãe e meu pai que estão comigo agora, cuidaram de mim desde que nasci”, emociona-se.

Assim a vida seguiu, Ana começou a trabalhar ao mesmo tempo em que se dedicava aos estudos e à comunidade. “Participo do Grêmio Estudantil do meu colégio e sou ativa na minha igreja, Igreja de Deus Comunidade Emanuel, no Bairro São Lucas. Nela eu frequento os cultos e as células. Também vou no grupo de jovens e no de adolescentes, nesse eu já passei da fase, contudo, costumo auxiliar os líderes”, comenta.

Ana Carolina Medina Immich e Zelita Weidlich de Barros: “Se choro é de alegria. Vai ser difícil, mas sei que é o melhor para o futuro dela” (Foto: O Presente)

 

EXPECTATIVAS

Em breve, a preparação para a viagem se intensificará, juntamente com as expectativas e a ansiedade. “Uma das responsabilidades do Rotary é a parte da comunicação da Ana. Em breve, ela vai iniciar um curso intensivo de inglês”, antecipa Arnhold, acrescentando: “Vamos fazer o passaporte dela e alguns exames médicos. Provavelmente em julho ela saberá seu destino e em agosto vai viajar. Uma vez no exterior, a Ana frequentará a escola e nos representará, participando de reuniões e fazendo relatórios”.

Para a mãe de Ana, Zelita, o coração aperta desde já e lágrimas enchem os olhos ao mencionar a viagem. “Eu estava arredia no princípio, mas a diretora Cleuza me convenceu. Passei a apoiar e tivemos muita fé de que ela conseguiria concluir as etapas necessárias. Agora vejo a dimensão disso tudo e só posso me emocionar”, resume a mãe, concluindo: “Se choro é de alegria. Vai ser difícil, mas sei que é o melhor para o futuro dela. Agradeço ao Rotary, pois eu não poderia proporcionar essa experiência”.

Ana afirma estar muito ansiosa. “Eu sei que ainda não há um destino escolhido, mas penso em algum lugar nos Estados Unidos. Minha mãe disse que quem vai para o exterior sempre volta depois. Eu vou aproveitar muito essa experiência e quem sabe, se aparecer uma oportunidade, futuramente eu volte. Sei que em qualquer lugar que eu for a aprendizagem será gigantesca”, projeta a intercambista.

Ana Carolina Medina Immich: “Vou aproveitar muito essa experiência e quem sabe, se aparecer uma oportunidade, futuramente eu volte” (Foto: O Presente)

 

O Presente

 

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