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Marechal Atendimentos urgentes

Rondonenses reivindicam implantação de heliponto

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(Foto: Divulgação)

Por vezes, segundos a mais no transporte de um paciente grave pode representar a diferença entre a vida ou a morte. Tendo em vista a margem curta de ação, “sempre que o tempo for decisivo para a sobrevida do paciente o helicóptero é acionado”, destaca o diretor-técnico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Regional Oeste do Paraná e responsável pelo aeromédico, Rodrigo Nicácio.

Em Marechal Cândido Rondon, o transporte aéreo de pacientes, seja para atendimentos graves ou transferências, já acontece, porém as aeronaves não contam com um local próprio para pouso. De olho nesta demanda, lideranças e profissionais socorristas têm manifestado o quanto seria importante o município contar com um espaço destinado exclusivamente à decolagem de helicópteros. Na segunda-feira (13), inclusive, o vereador Cleiton Freitag (Gordinho do Suco) sugeriu a implantação de um heliponto nas proximidades da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Segundo ele, a indicação considera o bom trabalho prestado na UPA e pretende ampliar a segurança de pacientes e agentes de saúde. “Com certeza, se a gente conseguir salvar uma ou duas vidas já se paga. É um instrumento de grande importância para a saúde. Teria espaço na UPA e quanto antes feito mais vidas poderão ser salvas”, destaca.

Vereador Cleiton Freitag (Gordinho do Suco): “Sugerimos a implantação de um heliponto nas proximidades da UPA. Se a gente conseguir salvar uma ou duas vidas já se paga” (Foto: Arquivo/OP)

 

Serviços melhores

De acordo com o socorrista do Corpo de Bombeiros da comarca rondonense, cabo Paulo Cordova, a falta de um heliponto não interfere nos atendimentos em si, mas prejudica um encaminhamento posterior. “Quando o bombeiro recebe uma chamada com trauma muito grave na vítima, temos a condição de antecipar e ligar para o Samu de Cascavel para pedir liberação do transporte aéreo. Nesses casos, o deslocamento é simultâneo: enquanto o Corpo de Bombeiros chega no local, retira e estabiliza a pessoa, o helicóptero está vindo para o município”, explica.

Recentemente, no caso de afogamento de uma criança em Porto Mendes, houve acionamento simultâneo do aeromédico à ação dos bombeiros. “O helicóptero ter uma base adequada em Marechal Rondon faz diferença. Fica mais fácil e seguro transferir a vítima da ambulância para o helicóptero”, salienta.

Socorrista do Corpo de Bombeiros de Marechal Rondon, cabo Paulo Cordova: “O deslocamento é simultâneo: enquanto o Corpo de Bombeiros chega no local, retira e estabiliza a pessoa, o helicóptero está vindo para o município” (Foto: Bruno de Souza/OP)

 

Dependência de terceiros

Por não ter um heliponto, o pedido do aeromédico por parte dos bombeiros é acompanhada por uma mobilização para liberar locais de pouso alternativos. “Normalmente, o helicóptero pousa no campo da AACC, perto do viaduto, mas depende de alguém de lá abrir o campo, porque é fechado. Dá uma correria”, pontua o bombeiro.

Apesar da necessidade de contatar terceiros, Nicácio considera que o campo termina sendo um local seguro e, por isso, é usado com frequência. “É um local cercado, aberto e às margens da rodovia. Já utilizamos algumas vezes um terreno particular privado próximo ao Hospital Rondon, mas o comandante precisa sobrevoar e verificar se está em condições para pousar seguramente. Se tiver alguma pessoa, crianças, animais ou se o mato estiver alto não podemos utilizar o terreno por questões de segurança. Fizemos pouquíssimos pousos, três ou quatro no máximo, em um terreno perto da UPA, um local que não é fechado, invariavelmente irregular e, por vezes, tem o mato alto. Cabe ao piloto a responsabilidade de decidir se pousa ali em condições seguras”, menciona.

Cordova diz que, por vezes, o piloto realiza manobras difíceis por não ter um local adequado. “No último acidente grave que aconteceu em Bela Vista, trouxemos o rapaz para cá e ele já foi transferido. O helicóptero veio, não tinha local melhor para pousar e pousou nesse terreno”, relata.

Em Marechal Rondon, Nicácio comenta que, no que diz respeito às solicitações para transferência, a origem dos pacientes é tanto da UPA quanto dos hospitais Rondon e Cruzatti. “Um heliponto próximo à UPA faria com que o processo ficasse mais rápido e seguro, beneficiando o paciente grave”, considera.

 

Agilidade

A maioria dos municípios oestinos atendidos pelo Consórcio Intermunicipal Samu Oeste (Consamu) não possuem estrutura com heliponto e seguem o mesmo padrão de Marechal Rondon: pousam em campos de futebol ou terrenos avaliados pelos comandantes. Por outro lado, o diretor técnico do Samu destaca que helipontos são ideais e simples de serem construídos.

“Podem ser de asfalto ou de concreto em locais estudados. Os comandantes avaliam se o local atende às exigências de segurança para pouso adequado e se facilita o acesso à ambulância, que deve ter condições de chegar de ré, desembarcar e conduzir o paciente pelas rodinhas da própria maca até o embarque na aeronave. Isso faz com que todo o processo de atendimento ganhe em agilidade e, sobretudo, em segurança”, enaltece.

 

Atendimentos aeromédicos chegam a 3,3 mil

O atendimento aeromédico pertence ao programa Paraná Urgência, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), e no Oeste é operacionalizado pelo Consamu desde janeiro de 2014. “Já realizamos quase 3,3 mil atendimentos”, indica Nicácio.

A mobilização acontece por meio da identificação do médico regulador na central em Cascavel, que recebe as solicitações via 192, tanto no que concerne a atendimentos graves ou quanto as transferências para centros especializados. “O médico procura entender o que está acontecendo, onde é a ocorrência, quantas vítimas e a gravidade, depois aciona o helicóptero a partir da central em Cascavel. Não ter acesso ao transporte aéromédico pode resultar num desfecho triste para vítimas de infarto, de acidente vascular cerebral (AVC), bebês prematuros, grandes queimados ou acidentados graves”, pontua.

Diretor-técnico do Samu da Regional Oeste do Paraná e responsável pelo aeromédico, Rodrigo Nicácio: “Sempre que o tempo for decisivo para a sobrevida do paciente o helicóptero é acionado” (Foto: Divulgação)

 

Demanda variada

De acordo com o responsável pelo aeromédico, há grande variação no número de acionamentos. “Chegamos a fazer cinco deslocamentos e outro dia apenas um. O chamado pode ser muito longo como, por exemplo, levar um paciente grave até Curitiba. Não dá para fazer uma segunda missão. Em voos curtos no Oeste do Paraná a demanda é grande, principalmente para transferências que tem como destino Toledo e Cascavel”, informa.

 

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