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Rondonenses são pré-selecionados ao Parlamento Jovem Brasileiro 2017

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Na lista dos estudantes pré-selecionados para a 14ª edição do Parlamento Jovem Brasileiro (PJB) da Câmara Federal estão alunos dos terceiros anos do Colégio Estadual Eron Domingues, de Marechal Cândido Rondon.

Os estudantes, de acordo com a realidade da sua cidade e de seu país, observando os problemas que precisam de solução e propondo possíveis alternativas, elaboraram projetos de lei com base nos temas escolhidos por cada um, para participar do PJB.

Recentemente foi divulgado o resultado da primeira fase do projeto (estadual), sendo que a instituição teve sete projetos de lei pré-selecionados. Os autores são: Almir Frank, Deborah Sabrina Bleich Lettnin, Gustavo Model da Silva, Kethlin Inara Hedel, Luana Maiara Moraes Tibolla, Mylena dos Santos Silva e Thais dos Santos Pinheiro. Agora, na próxima nova fase (nacional), uma comissão formada por servidores da Câmara dos Deputados que atuam diretamente no processo legislativo fará a análise e seleção final dos projetos.

 

Trabalho em sala de aula

A professora Vera Pagnussatti, que coordenou os trabalhos com os alunos, ressalta a importância do estudante participar e elaborar os projetos de lei, visando sempre a sua escola, o seu município, além daquilo que interfere diretamente no seu cotidiano. “Vejo que o trabalho em sala de aula é muito importante a partir do momento em que coloca o aluno como alguém que é capaz de produzir algo, pensando na sua própria e atual realidade”, afirma. “A partir dessa realidade, cada aluno passou a pensar na sua vivência e o que os incomoda enquanto cidadãos”, acrescenta.

Após apresentar aos alunos vários projetos de lei, bem como trabalhar todo o gênero textual e sua organização, a professora mostrou a eles o que era o Parlamento Jovem Brasileiro, seu objetivo e funcionamento. “A partir daí os alunos começaram a desenvolver as suas próprias propostas. Os projetos foram elaborados com base naquilo que eles mesmos acham que deve ser feito e o que precisa ser melhorado dentro do seu ambiente escolar, no seu bairro ou até mesmo em todo o município”, explica.

Ao todo, foram elaborados 80 projetos de lei sobre as mais diversas temáticas, como educação, economia, saúde, meio ambiente, trânsito, direitos da criança e do adolescente, entre outros. Destes 80 projetos, 18 foram escolhidos e enviados para a fase estadual. “Esse trabalho foi desenvolvido em sala de aula, dentro da disciplina de gênero textual, e após a avaliação de todos os projetos elaborados, os próprios alunos escolheram aqueles que seriam enviados”, conta a professora.

No Paraná, foram selecionados 20 projetos de lei e, destes, sete são dos alunos rondonenses. Agora serão escolhidos cinco para participar do Parlamento em Brasília. O resultado do processo seletivo será divulgado dia 14 de agosto. “A partir de agora começaremos a realizar a revisão dos projetos selecionados, visto que são vários itens que são cobrados dentro de um projeto de lei. Como eles irão competir em nível nacional, precisam estar todos bem estruturados, claros e sem falhas”, menciona Vera.

Os 78 alunos que serão empossados como deputados jovens terão a oportunidade de desenvolver habilidades de argumentação e respeito à diversidade de opiniões, além de construir um olhar mais crítico sobre sua realidade. Somado à experiência de convivência com as culturas e cores de todas as partes do país, o programa Parlamento Jovem Brasileiro potencializará a atuação mais democrática dos jovens e seu protagonismo político. Após o resultado final, os cinco alunos escolhidos de cada Estado irão a Brasília. Lá, poderão vivenciar o dia a dia de um deputado, o funcionamento da Câmara, a votação de um projeto de lei e, principalmente, defender o projeto elaborado por eles mesmos.

 

Posicionamento mais crítico

Para a professora, o PJB é uma oportunidade para os alunos perceberem que possuem ideias e que podem ser agentes de transformação da sociedade. “Quando o aluno começa a criar um projeto de lei, além de ter todo o conhecimento de como se estrutura e organiza o documento, ele também passa a adotar um posicionamento mais crítico e maduro dentro da sociedade. Além disso, o estudante tem a chance de pensar sobre o que é importante para ele, sua família e as pessoas com as quais convive e assim englobando todas as esferas da sociedade”, constata.

 

Projetos

A aluna Kethlin Inara Hedel, de 16 anos, estruturou seu projeto de lei acerca da questão da segurança no trânsito do município, mais especificamente sobre a obstrução de visão nas ruas. “Muitas vezes, há caminhões e a presença de galhos nas esquinas e isso atrapalha as pessoas ou outros veículos que precisam atravessar a rua. Por terem que ir até o meio da rua para conseguir visualizar se a passagem está livre, acabam acontecendo muitos acidentes”, pontua a estudante, que sugere a proibição de estacionamento de caminhões nesses locais e a eliminação de todos os pontos de obstrução existentes nas vias da cidade.

Já a estudante Deborah Sabrina Bleich Lettnin, de 17 anos, elaborou seu projeto de lei voltado para a necessidade de psicopedagogos nos colégios, ou seja, profissionais voltados especificamente ao acompanhamento psicológico dos alunos. “Nessa fase do ensino, nós somos submetidos a uma constante pressão, tanto individual quanto de nossos pais e colégios, para conseguirmos faculdade e empregos. Por conta disso, eu acho necessário, até mesmo porque eu, inclusive, estou passando por essa fase”, revela a jovem, que pretende cursar Psicologia.

Com o tema “escola sustentável”, o aluno Gustavo Model da Silva, de 17 anos, resolveu compor seu projeto de lei pensando no quão sustentável uma escola pública pode ser. “Fiz ele pensando na questão ecológica, como uma forma de influenciar a população e também como um meio de trazer algum desenvolvimento no setor tecnológico para dentro das escolas. Hoje vemos que os colégios de todo o Estado estão paralisados nesse aspecto”, avalia.

O estudante buscou pontuar em seu projeto principalmente a importância das escolas terem coleta de água e também de energia solar. “Eu acredito que meu projeto tem peso para ser selecionado, até mesmo pelo fato dos parlamentares já estarem focados nessa área da ecologia. Além disso, como o projeto não abrange somente uma área, a possibilidade de ele ser aprovado é maior”, acredita.

 

Professor como incentivador

Na opinião da professora Vera, o aluno, na maioria das vezes, não tem conhecimento de que ele pode participar de várias coisas que transcendem o muro da escola, então cabe ao professor orientar os estudantes. “Eu preciso mostrar para o meu aluno que ele tem capacidade para elaborar um projeto de lei, participar de um concurso ou fazer qualquer outra coisa, até porque, em algumas situações, o próprio aluno não acredita no seu potencial. Por conta disso, o professor deve instigar e motivar cada vez mais esse aluno”, ressalta. “Dá um trabalho a mais para o professor, mas eu vejo que é gratificante, principalmente quando você percebe que o aluno se sente valorizado. É uma metodologia diferente e um trabalho de colaboração entre professor e aluno”, completa.

 

O que é o PJB?

O programa Parlamento Jovem Brasileiro é realizado anualmente e tem por objetivo possibilitar aos alunos de Ensino Médio de escolas públicas e particulares a vivência do processo democrático, mediante a participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados, em que os estudantes tomam posse e atuam como deputados jovens.

A primeira edição do programa ocorreu em 2004. De lá para cá, houve a participação de 924 jovens parlamentares. Mais que isso, milhares de estudantes e professores em todos os Estados se mobilizaram para trabalhar o PJB em sala de aula e possibilitaram que esses aprendizados também se estendessem a todos os que se inscreveram ao longo de todas as edições.

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