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Marechal

Rotatórias melhoraram o trânsito, mas rondonenses ainda não se habituaram a usá-las

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Joni Lang/OP
Um ano depois de terem sido instaladas, redondinhas até são aprovadas pela maioria, o que muitos questionam é a forma como alguns motoristas as utilizam. Ainda há condutores que não sabem ao certo como se portar no trânsito em sentido giratório. Município vai promover nova campanha de conscientização

 

Implantadas com o objetivo de tornar o trânsito mais humano e seguro, a partir da maior fluidez de veículos, as rotatórias ainda são um assunto polêmico em Marechal Cândido Rondon. Um ano depois de terem sido instaladas, à época da remodelação do trânsito urbano, as redondinhas até são aprovadas pela maioria dos rondonenses, o que muitos questionam é a forma como alguns motoristas as utilizam. Há condutores que não se habituaram à inovação e ainda não sabem ao certo como se portar no trânsito em sentido giratório. Tal postura faz com que alguns rondonenses questionem a eficácia desta modalidade.

Entre os 334 acidentes registrados no ano passado no município, parte considerável ocorreu nas rotatórias. O ponto-chave é o desconhecimento do condutor rondonense, que se mostra imprudente, de acordo com a Polícia Militar (PM).

Conforme o comandante da 2ª Companhia de PM, capitão Marco Aurélio de Carvalho, o motorista precisa sempre estar atento e dar preferência para quem estiver completando o percurso na rotatória. Assim como em qualquer via, é preciso conduzir com atenção, prudência e respeito à sinalização, o que acaba evitando os acidentes, diz.

Carvalho destaca que o condutor de veículo em geral não se habituou a utilizar as rotatórias. Esta não é uma questão exclusiva do rondonense, isso é algo do condutor em geral por pura falta de atenção. Se o motorista não tem atenção e não respeita a sinalização, ele vai acabar se envolvendo em algum tipo de acidente. Ele deve dirigir com prudência. A gente enxerga as rotatórias como uma inovação que foi colocada no trânsito, cabendo ao motorista, com sua cautela, prudência e perícia, utilizá-las de forma a não causar danos e nem produzir vítimas no trânsito, pontua.

O comandante menciona que a PM multará quem for flagrado infringindo as leis de trânsito. Sendo verificada qualquer infração nas rotatórias ou mesmo em outras vias, os nossos policiais atuarão com a emissão das notificações competentes. Não vamos realizar orientações, nós vamos fiscalizar o trânsito como tem sido feito e manteremos o nosso trabalho de aplicar a lei, enfatiza.

Motoristas imprudentes preocupam

Para alguns empresários de Marechal Cândido Rondon, as rotatórias implantadas há pouco mais de um ano, por ocasião da revitalização do trânsito, não são sinônimo de segurança. Das quatro pessoas entrevistadas pela reportagem de O Presente, uma acredita que o índice de acidentes diminuiu, assim como a agressividade do impacto. Os outros três, contudo, entendem que o trânsito ficou mais perigoso, uma vez que os condutores por vezes invadem as rotatórias sem observar se alguém vem em sua direção.

O fisioterapeuta Gilberto Oswald, que tem empreendimento na esquina das ruas Espírito Santo e Independência, entende que a implantação da rotatória no cruzamento destas vias trouxe mais segurança aos cidadãos. Entendo que neste ponto a intervenção melhorou, pois diminuiu o índice e a gravidade dos acidentes. Muitos motoristas estão passando em menor velocidade neste trecho. Por outro lado, falta respeito por parte de alguns condutores, mesmo porque são poucos que dão aquela breve parada para olhar se tem gente circulando na rotatória. Motocicletas geralmente passam direto. Mesmo assim, vejo a mudança como positiva, salienta.

O diretor de ensino de autoescola Tiago Port é da opinião que o trânsito fluía melhor e de forma mais segura quando havia o semáforo no cruzamento da Rua Mem de Sá com a Avenida Rio Grande do Sul. O semáforo tem o mesmo objetivo da rotatória, porém é mais eficiente no controle do fluxo de veículos. Agora é comum ouvir freadas fortes, além de buzinaços todos os dias. Antes praticamente não ocorriam acidentes, agora são vários. A estrutura não comporta rotatória aqui e nem no cruzamento da Rua Sete de Setembro com a avenida. A rotatória é positiva quando mais de um veículo consegue trafegar por ela, todavia o condutor ainda desrespeita a preferência que é de quem trafega por ela, enaltece.

Para o dentista Marco Tomasi, que tem empreendimento na esquina da Rua Espírito Santo com a Dom João VI, onde foi implantada uma rotatória, diversas intervenções feitas no trânsito foram positivas, mas há ressalvas quanto a determinados locais. Antes da rotatória as freadas perto da clínica eram diárias e agora diminuíram. Também percebemos breve redução nos acidentes, mas ainda são índices razoáveis. A questão é que a maioria dos condutores trafega em alta velocidade na Rua Dom João VI, mantendo como se fosse preferencial mesmo na rotatória. Os nossos pacientes dizem que a rotatória gerou pouca segurança porque muitos condutores ainda são imprudentes. As mudanças foram uma tentativa, contudo não resolveram o problema. Quem sabe a solução seja realizar uma campanha educativa ou a polícia multar mais, opina.

Para Jean Michell Lange, professor e sócio-proprietário de uma escola de idiomas localizada na esquina onde também foi instalada uma rotatória (Rua Independência com a Pernambuco), não houve melhorias porque os condutores não sabem usufruir do local. O pessoal passa reto na rotatória das ruas Independência e Pernambuco, pois antes da implantação a Independência era preferencial. Agora quase que virou uma pista de corrida porque no geral o condutor é imprudente. É comum os pais dos alunos se queixarem da baixa segurança ocasionada pelos veículos que utilizam as vias. Só no último ano nós percebemos cerca de dez acidentes aqui, felizmente sem gravidade. Não vemos as rotatórias como algo ruim, mas elas não cumprem suas funções porque os condutores não respeitam a sinalização e são imprudentes, gerando perigo. Talvez esta rotatória pudesse ser retirada e a Rua Pernambuco transformada em preferencial devido à facilidade de acesso dos Bombeiros e da Polícia Militar, sugere.

 

Como dirigir

De acordo com Carvalho, quem está na rotatória tem a preferência, independente de onde tenha vindo. Os motoristas ou motociclistas que estiverem passando nessas rotatórias devem respeitar a sinalização, o limite de velocidade e olhar para ambos os lados para ter certeza de que não vão colidir com outro objeto na hora que entrar na rotatória, explica.

Segundo ele, pelo fato do trânsito ser democrático, há ciclistas, pedestres e veículos, sendo que todos precisam ter cautela. O pedestre deve cuidar para não se jogar na via enquanto o veículo estiver transitando. Tudo se resume a uma questão de atenção e respeito à sinalização e ao próximo, opina, acrescentando que onde há rotatória com travessia elevada o condutor deve respeitar o pedestre e diminuir a velocidade.

 

Mudanças não estão em planejamento, diz Welyngton

Podemos adiantar que mudanças de rotatórias não estão em planejamento. O que temos de dados é de que, após a implantação delas, o trânsito flui com maior tranquilidade e rapidez na cidade. A afirmação é do secretário municipal de Segurança e Trânsito, Welyngton Alves da Rosa. Segundo ele, a partir deste recurso, as pessoas chegam de um ponto ao outro com mais segurança e tranquilidade dentro do prazo desejado. Além do mais, o número de acidentes nesses cruzamentos diminuiu sensivelmente, afirma.

O secretário comenta que será trabalhada uma campanha educativa de trânsito de forma mais contundente, para que as pessoas saibam quem tem a preferência nas rotatórias. Quando as pessoas trafegam por elas, os veículos não obedecem. Os condutores devem prestar atenção em todos os lados e ruas. Mesmo o condutor estando nas avenidas Írio Welp, Maripá e Rio Grande do Sul, caso outro veículo faça a conversão, ele passa a ter preferência e isso deve ser respeitado, enaltece.

De acordo com Welyngton, o motorista deve se conscientizar porque a rotatória veio para facilitar o transbordo de todos os veículos. As pessoas precisam respeitar os veículos que estão nas rotatórias. As colisões e acidentes quase sempre são cometidos por imprudência e erro humano, menciona.

Ele salienta que a secretaria municipal está na fase de aquisição de novos equipamentos com o objetivo de melhorar a sinalização. Depois realizaremos uma programação de melhoria da sinalização nas rotatórias, uma vez que elas foram instaladas para ajudar o trânsito. O que falta é uma sinalização mais visível e conscientização por parte dos condutores de veículos, finaliza.

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