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Marechal Polêmica

Saae considera “populista” projeto que extingue tarifa mínima de água

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Diretor técnico do Saae, Vitor Giacobbo: “Não adianta aplicarmos uma tarifa tão baixa e daqui a dois ou três anos a população inteira pagar por isso. Estaremos com um sistema de atendimento falido, sem poder atender às necessidades básicas da nossa população” (Foto: O Presente)

O projeto é populista e pode causar prejuízos incalculáveis para Marechal Cândido Rondon no futuro. É desta forma que o diretor técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Vitor Giacobbo, resume o projeto de lei 24/2019, apresentado pelo vereador Josoé Pedralli, que prevê o fim da cobrança da tarifa mínima nas contas de água e que foi aprovado em primeira votação na sessão da Câmara de segunda-feira (08).

Conforme Giacobbo, toda tarifa de água está subordinada a uma legislação federal. “Na Lei de Saneamento consta a forma de cobrança de água e esgoto, na qual o Saae está inserido. Hoje, como mais de 90% das outras autarquias, outros fornecedores de água, definimos como taxa mínima dez metros cúbicos de água. Já existem algumas alterações para que se cobre desde o primeiro metro cúbico e assim por diante, mas é preciso esclarecer que essa é a forma de cobrança. O valor da cobrança, quanto se vai cobrar por cada metro cúbico, é definido pelo órgão regulador”, enaltece.

 

CUSTOS

Segundo ele, cabe ao Saae apresentar uma planilha de custos com gastos de manutenção e produção de água para que o órgão regulador defina o valor a ser pago. “Existe um custo fixo para a companhia se manter em pé. Isso se chama taxa de disponibilidade e a lei federal permite que se cobre”, explica, exemplificando: “Supomos que ninguém consuma água um mês inteiro em Marechal Rondon, ainda assim o Saae precisará ter equilíbrio financeiro. É preciso pagar funcionários, equipamentos, energia elétrica e tudo mais que envolve o custo da produção de água pelo mínimo que seja”.

A partir dessa taxa de disponibilidade, complementa Giacobbo, passa a se cobrar por metro cúbico de água. “Qualquer empresa, seja pública ou privada, precisa de um percentual de valores para investimento, precisa estar equilibrada financeiramente e ter uma taxa de investimento. É isso o que nós estamos fazendo em Marechal Rondon: investimos em esgoto, melhorias de água e assim por diante com o dinheiro que se arrecada dentro do dia a dia”, menciona.

 

TARIFA SOCIAL

O diretor técnico do Saae salienta que se o objetivo do projeto aprovado em primeira votação na Câmara é atender a comunidade carente, hoje existe a tarifa social. “Mais de uma centena de residências estão enquadradas nessa fatura e pagam em torno de R$ 15 por mês em água, com tarifa de esgoto isenta”, destaca.

Ele compara a taxa mínima rondonense e a de outros municípios vizinhos. “Nossa taxa mínima é de R$ 30,70, quase 50% menor que em municípios como Toledo, Cascavel, Palotina. Isso é possível porque o Saae é uma empresa que trabalha de forma enxuta, faz seu dever de casa, consegue ter um preço de custo da água mais em conta e repassa ao consumidor”, salienta.

 

“ATITUDE IMPENSADA”

Giacobbo pede para que os munícipes se atentem a esse projeto de lei, que, no seu entendimento, é “impensado”. “É importante que a população entenda e observe projetos de leis populistas que querem jogar para o público em épocas próximas à eleição. Eles podem trazer prejuízos incalculáveis no futuro para nossa cidade”, considera, emendando: “Não adianta aplicarmos uma tarifa tão baixa e daqui a dois ou três anos a população inteira pagar por isso. Estaremos com um sistema de atendimento falido, sem poder atender às necessidades básicas da nossa população”.

 

Com Rádio Difusora

 

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