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Marechal Fique em casa, mas não caia em golpe

Polícia Civil de Marechal Rondon registra aumento considerável de tentativas de estelionato

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Flagrantes registrados na delegacia rondonense tiveram queda de 80% neste período de quarentena (Foto: Sandro Mesquita/OP)

O isolamento social, segundo especialistas da área da saúde, é a forma mais eficaz para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, responsável pela doença que já causou a morte de milhares de pessoas mundo afora, a Covid-19.

Desde que foram anunciados decretos nas três esferas dos Poder Executivo (federal, estadual e municipal) orientando a população a evitar sair de casa, além de outras medidas, uma parte da população está seguindo as orientações e sai às ruas somente em extrema necessidade.

Diante das medidas restritivas, a permanência das pessoas em suas casas proporcionou tempo extra para navegar na internet. Elas estão passando mais tempo conectadas em redes sociais, e esse tempo maior em frente aos computadores ou smartphones, principalmente as consideradas do grupo de risco, como os idosos, despertou a atenção de golpistas, que estão conseguindo fazer mais vítimas nos últimos dias.

Desde o início do isolamento social, há pouco mais de duas semanas, a Delegacia da Polícia Civil de Marechal Cândido Rondon registrou aumento considerável de tentativas ou situações consumadas de estelionato. “Possivelmente esse crescimento deve-se ao fato das pessoas ficarem mais tempo em casa e consequentemente passando mais tempo em redes sociais e na internet alguns golpistas se aproveitam disso e aplicam os golpes”, comenta o delegado Rodrigo Baptista Santos.

Ele diz que muitos golpes são comuns e conhecidos pelas autoridades de segurança. Em alguns deles, conta Santos, os estelionatários utilizam sites falsos semelhantes aos de instituições oficiais com o objetivo de obter informações das pessoas, como senhas, dados bancários e de cartão de crédito. “Os estelionatários enviam mensagens via celular, no WhatsApp, e-mail ou utilizam links maliciosos em postagens de mídias sociais”, expõe.

Em posse dessas informações, o delegado comenta que os criminosos podem efetuar transferências bancárias para contas de “laranjas” ou extorquir valores de pessoas próximas à vítima, a partir do envio de mensagens falsas, se passando por elas e pedindo dinheiro emprestado, por exemplo.

Crime nestes moldes aconteceu no último dia 25 em Marechal Rondon. A vítima relatou aos policiais que recebeu uma ligação em seu aparelho celular, com DDD 11, do Estado de São Paulo. A pessoa se apresentou como funcionário do site comercial Mercado Livre e solicitou informações sobre o cancelamento de um anúncio, todavia, para realização da operação, seria enviada uma mensagem por SMS para confirmação. Ao realizar o acesso à mensagem, a vítima percebeu que o WhatsApp do seu aparelho começou a apresentar falhas e não e foi mais possível acessar o aplicativo. Em seguida, a vítima informou que alguns contatos de sua agenda disseram ter recebido mensagens solicitando depósitos em dinheiro e que uma de suas amigas transferiu R$ 800 para uma conta bancária usada pelos golpistas.

Delegado Rodrigo Baptista Santos: “Quando receber ligação de alguém desconhecido anunciando um possível sequestro ou algo parecido é importante manter a calma, desligar o telefone imediatamente e tentar fazer contato com a pessoa que supostamente teria sido sequestrada” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

FALSO SEQUESTRO

Outra modalidade de golpe é o falso sequestro. Com os dados pessoais das vítimas, muitas vezes conseguidos através das redes sociais, os criminosos conseguem acessar os smartphones ou computadores e ligar para parentes das vítimas anunciando um falso sequestro. “Os bandidos simulam o sequestro com a ajuda de cúmplices que se passam pela pessoa que supostamente está sequestrada. E assim, eles exigem valores das vítimas em troca da libertação da pessoa sequestrada”, expõe o delegado.

Ele menciona que recentemente na comarca rondonense criminosos conseguiram concretizar um crime de falso sequestro, subtraindo da vítima cerca de R$ 40 mil.

Outro caso de falso sequestro ocorreu com um idoso, que recebeu uma ligação telefônica de um número restrito. Do outro lado da linha uma pessoa disse que havia assaltado o filho da vítima e que o mesmo estava machucado.

A vítima relatou que para liberar o rapaz o bandido exigiu dinheiro e no momento da ligação ouviu uma pessoa, supostamente seu filho, que lhe pedia para ele depositar o dinheiro, pois estava sofrendo com os ferimentos.

O criminoso ordenou o idoso a não desligar o telefone e disse que outros bandidos estariam monitorando a vítima.

O idoso relatou aos policiais que os bandidos tinham informações privilegiadas sobre a família.

Disse também que havia realizado três depósitos em contas diferentes, no total de R$ 3,2 mil.

De acordo com Santos, esse tipo de crime geralmente é cometido de dentro de cadeias ou presídios.

Ele orienta as pessoas que receberem esse tipo de ligação a manter a calma, desligar o telefone imediatamente e tentar fazer contato com o familiar que supostamente teria sido sequestrado.

Idosos são as vítimas preferidas dos estelionatários, que usam o WhatsApp para aplicar golpes (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

ROTINA NA DELEGACIA

Desde o último dia 20, data em que a Secretaria da Segurança Pública editou a resolução nº 064, baseada no decreto 4.230/2020, o atendimento presencial na 47ª Delegacia da Polícia Civil de Marechal precisou ser parcialmente suspenso por 15 dias para atender o decreto que estabelece medidas direcionadas ao controle da pandemia do novo coronavírus.

Somente casos de homicídios, feminicídios e latrocínios, violência doméstica e contra crianças e adolescentes, estupro, sequestro e cárcere privado, roubos de veículos e cargas estão sendo atendidos de forma presencial na delegacia.

Conforme o delegado, durante o período de isolamento social, os flagrantes registrados na delegacia tiveram queda de aproximadamente 80% em comparação com meses que antecederam a pandemia causada pela Covid-19.

Segundo Santos, essa queda já era esperada, pois com menos pessoas circulando nas ruas, ele afirma que é natural que alguns tipos de crimes diminuam. “Devido à reclusão das pessoas, registramos a diminuição no número de casos como embriaguez ao volante, brigas, furto e roubos”, revela.

Alerta da Polícia Civil do Paraná para evitar ser vítima de golpes (Imagem: Divulgação)

 

TIPOS DE GOLPES

• Agendamento de teste do novo coronavírus (Covid-19)

• Kit gratuito com máscara e álcool gel

• Aplicativos que rastreiam a doença pelo mundo

• Links com notícias de empresas conhecidas que estão ajudando de alguma forma no combate à doença

• Vacina contra o novo coronavírus

• Acesso grátis a serviços de empresas de TV a cabo

 

CANAIS DE ATENDIMENTO

A 47ª Delegacia de Polícia Civil está localizada na Rua Goiás, 130, no centro de Marechal Rondon. O telefone é (45) 3284-8450.

O atendimento on-line pode ser feito nos seguintes casos:

• Boletim de furto: documentos pessoais, de veículo, eletrônico, financeiro.

• Boletim de extravio/perda: documentos pessoais e/ou do veículo, eletrônico e financeiro.

• Boletim de extravio/perda ou furto de placa de veículo: serão aceitas apenas ocorrências registradas pelos proprietários do veículo.

• Boletim de pessoa desaparecida.

Acesse: delegaciaeletronica.pr.gov.br

 

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