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Marechal

Um jeito poeta de ser

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Poesia é um misto de sentimentos, emoções e pensamentos. Com ela se comove, encanta, sensibiliza e desperta novos olhares e maneiras de ser, sentir e viver a vida. Falar de poesia, porém, também significa falar de poetas, os criadores da arte poética. Além de Castro Alves e Gonçalves Dias, existem vários outros poetas da língua portuguesa que precisam ser conhecidos. Poetas muitas vezes anônimos, mas que estão aqui, bem ao nosso lado.

Esse é o caso do rondonense Batista da Cruz Pires, de 67 anos, que desde muito jovem cultiva a paixão pela poesia. Muito mais que um hobby ou passatempo, a poesia é para ele uma forma diferente de ver a vida. “Através das minhas poesias tento transmitir uma mensagem de otimismo para as pessoas, lembrando-as que devemos olhar as coisas com um olhar benevolente, de valorização, e assim poder pensar de uma maneira diferente com relação a muitos aspectos e assuntos”, declara Pires.

Ele conta que escreve poesias sobre diversos acontecimentos, principalmente aqueles considerados históricos para a região, como também para o Brasil.

Além disso, Pires usa suas poesias para fazer críticas a determinados assuntos. O intuito, segundo ele, é tentar transmitir uma mensagem para o seu leitor e também levar conforto e esperança por meio de seus versos e rimas. “Acho que o poder das palavras é muito importante porque existem pessoas que, por falta de ler um texto ou por estar sem inspiração, podem estar tristes, e talvez pensando em fazer alguma coisa que não seja legal. Assim, quem sabe lendo uma poesia ou um texto o pensamento possa ser modificado”, diz. 

 

Motivação

A inspiração do experiente poeta vem desde muito jovem. Natural de Chopinzinho (PR), Pires deu seus primeiros passos no mundo mágico da poesia aos oito anos. “Na época, escrevi o poema para um dos meus professores. Depois disso, fui motivado a continuar escrevendo, principalmente pelo meu pai, que sempre lia minhas poesias e dizia para eu continuar escrevendo caso eu tivesse vontade”, relembra o rondonense, emendando: “Meu pai não tinha instrução e não frequentou escola, mas foi ensinado em casa pelos próprios pais. Ele sempre incentivava para que eu e meus irmãos frequentássemos a escola e seguíssemos em frente, tanto que não se formou apenas quem não quis, porque ele ajudava e incentivava muito”.

Atualmente, Pires é aposentado e trabalha como mas-

sagista, mas ainda não pensa em aposentar a caneta, o papel e sua imaginação. “Acho que cada pessoa tem uma vocação e a minha é a poesia. Já escrevi muitas e enquanto tiver condições continuarei escrevendo”, afirma.

Escrever uma poesia parece fácil, mas não é. Requer muito mais do que apenas dispor palavras aleatórias no papel. Escrever poesia necessita de sentimento. “A verdadeira poesia está no seu íntimo e você traz em forma de palavras para transmitir às pessoas. Todas as pessoas que declamam poesias têm um sentimento profundo, e assim fazem para transmitir às pessoas algo que esteja vivendo ou sentindo”, comenta Pires. 

Com formação apenas até o Ensino Médio, Pires vem de uma família humilde e nunca cursou faculdade. Ele conta que na época prestou vestibular para Engenharia Química, mas não passou, até mesmo porque não tinha recursos para fazer cursos preparatórios, então acabou desistindo.

Entretanto, a vida foi a maior e melhor escola para o rondonense. “Eu leio muito e sobre diversos assuntos e assim vou adquirindo mais experiência e evoluindo o vocabulário”, diz o poeta, enquanto revirava uma pilha de jornais, revistas e poesias já escritos por ele mesmo e que até hoje guarda com muito carinho. “No meu modo de pensar, a poesia representa um lado importante na minha vida, porque eu posso transmitir algo para as pessoas lerem agora, mas que irá permanecer para sempre, para o futuro”, complementa.

Confira a matéria completa na edição impressa desta terça-feira (10).

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