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Marechal Custo anual de R$ 2,5 milhões

UPA rondonense completa seis meses sem repasses do Ministério da Saúde

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Município pleiteia habilitação e qualificação do serviço para recebimento de recursos na ordem de R$ 170 mil. Em torno de 33,5 mil pessoas já foram atendidas (Fotos: Leme Comunicação)

 

Há cerca de uma semana, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Edgar Netzel completou seis meses de funcionamento em Marechal Cândido Rondon.

Conforme dados da Secretaria de Saúde do município rondonense, entre 29 de outubro de 2018 e 29 de abril de 2019 foram atendidas na unidade 33,5 mil pessoas. A média de atendimentos mensal é de três mil pessoas, com fluxo diário de 120 atendimentos – cerca de 40 a mais do que eram realizados na antiga Unidade de Saúde 24 Horas. “Esse aumento deve-se, primeiro, a um novo equipamento público de saúde, com qualidade, colocado à disposição da população. Além disso, o fato de termos dois médicos atendendo de forma contínua nos maiores picos de busca também pode ter influenciado no aumento desses números”, avalia a secretária de Saúde, Marciane Specht.

Ao considerar que a abertura da UPA promoveu uma nova dinâmica de atendimento na saúde pública rondonense, Marciane declara que os maiores desafios enfrentados nesse processo de início dos atendimentos foi a estruturação do processo de trabalho, com a contratação dos profissionais, a logística do atendimento e a disponibilidade do material humano para estabelecer maior qualidade de atendimento do que havia na Unidade de Saúde 24 Horas. “O primeiro e maior desafio foi a implantação do serviço, pensando na quantidade de profissionais necessários e que eles estejam sempre à disposição, prezando pela qualidade”, frisa. “Com essa etapa superada, agora a população precisa entender a função da UPA, que é um serviço de urgência e emergência e que os demais serviços e necessidades devem ser buscados nos Postos de Saúde”, ressalta a secretária de Saúde.

Outro fator que aumentou a busca pelo serviços de urgência e emergência, na visão dela, é que desde a abertura da UPA houve uma instabilidade no programa Mais Médicos, do governo federal. Em Marechal Rondon, cinco profissionais deixaram o município e foram repostos entre janeiro e fevereiro deste ano. “Isso criou, por parte dos pacientes, uma certa dependência da UPA”, declara.

Atualmente, o município aguarda a reposição de vagas de dois profissionais do Mais Médicos que pediram afastamento do programa, fazendo com que, em algumas localidades do município, o atendimento esteja acontecendo em escalas.

 

Secretária de Saúde, Marciane Specht: “Com a estimativa de receber do Ministério da Saúde R$ 170 mil ao mês, ainda temos uma contrapartida, porém é um valor extremamente importante para a manutenção deste serviço, mais importante ainda se recebêssemos de forma retroativa desde o início dos atendimentos, no entanto, não sabemos se ele será retroativo a partir de janeiro de 2019, do início dos atendimentos em 29 de outubro de 2018 ou a partir da habilitação”

 

 

MAIS DO QUE ESTRUTURA FÍSICA

Para o prefeito Marcio Rauber, dar condições para a manutenção de um serviço público é um desafio muito maior que construir a estrutura física, especialmente no âmbito da saúde pública, com a mudança no fluxo de atendimento em uma porta de entrada para a população. “A construção de uma unidade nova não é tão desafiadora quanto a abertura desse processo, a manutenção desse equipamento público e a organização do trabalho. Este é o grande desafio em toda a gestão dentro da administração pública”, considera.

Rauber enfatiza que neste processo foram envolvidos inúmeros profissionais que foram além do Poder Público, passando para a união de esforços de servidores municipais, especialmente da Secretaria de Saúde, e a parceria e gestão associadas com o Consórcio Intermunicipal Samu Oeste (Consamu). “Primamos mais do que uma estrutura física de qualidade, dentro das normas vigentes, com planta aprovada pela Vigilância Sanitária, mas o material humano como principal pilar para termos esses resultados nesses primeiros seis meses”, evidencia.

Marciane destaca que, apesar das poucas intercorrências registradas na UPA neste período e das lacunas existentes que ainda precisam ser supridas, os mais de 33 mil atendimentos realizados foram feitos primando, acima de tudo, pela vida dos pacientes, assim como ocorria na antiga Unidade de Saúde 24 Horas. “Apesar da estrutura deficitária, o bem maior sempre foi a vida dos nossos cidadãos na antiga unidade e dentro da UPA, com uma bela estrutura construída e um capital humano único, fez toda a diferença e continuará fazendo dentro do serviço de saúde pública rondonense”, enaltece.

 

Prefeito Marcio Rauber: “A construção de uma unidade nova não é tão desafiadora quanto a abertura desse processo, a manutenção desse equipamento público e a organização do trabalho. Este é o grande desafio em toda a gestão dentro da administração pública”

 

SEM REPASSES

Com custo anual estimado em R$ 2,5 milhões – cerca de R$ 60 mil a mais do que na antiga Unidade 24 Horas, desde o início da operação até hoje, a secretária de Saúde ressalta que o custeio da UPA é realizado exclusivamente com recursos próprios do município. “Ainda não temos a habilitação da unidade junto ao Ministério da Saúde. Este é um outro desafio a ser ultrapassado: a habilitação e, posteriormente, a qualificação do serviço para recebimento dos recursos que serão utilizados em parte no custeio deste serviço”, comenta.

Com o processo de habilitação junto à 20ª Regional de Saúde e ao Governo do Estado já iniciado, bem como o cadastramento no sistema próprio do Ministério da Saúde, o município agora aguarda a aprovação ou as diligências necessárias para a vinda do recurso pleiteado no valor de R$ 100 mil para habilitação e R$ 70 mil para qualificação. “Com a estimativa de receber do Ministério da Saúde R$ 170 mil ao mês, ainda temos uma contrapartida, porém é um valor extremamente importante para a manutenção deste serviço, mais importante ainda se recebêssemos de forma retroativa desde o início dos atendimentos, no entanto, não sabemos se ele será retroativo a partir de janeiro de 2019, do início dos atendimentos em 29 de outubro de 2018 ou a partir da habilitação”, salienta.

Marciane explica que tanto o prefeito quanto a Secretaria de Planejamento têm a ciência de que o recurso para o custeio da UPA não está todo dentro da Secretaria de Saúde, contudo, conforme a necessidade do orçamento e gerenciamento de todo o processo de trabalho na UPA, será suplementado para dentro da Secretaria de Saúde, como aconteceu em meses anteriores. “Seguimos na expectativa de que o Ministério da Saúde faça o repasse de forma retroativa. Entretanto, de qualquer forma é de conhecimento do prefeito a destinação desse recurso para que tenhamos os 12 meses do ano com cobertura financeira”, declara, ressaltando que “todo o processo é feito com base em um planejamento de execução orçamentária para que o serviço tenha qualidade e com garantia de manter todos os compromissos assumidos”, finaliza.

 

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Média de atendimentos mensal na UPA é de três mil pessoas, com fluxo diário de 120 atendimentos

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