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Vacinação contra HPV: agora é a vez deles!

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Foco neste primeiro momento serão meninos na faixa etária de 12 a 13 anos, que poderão receber as doses gratuitamente nos postos de saúde

 

Primeiro foi a vez delas. Meninas e adolescentes foram alvo de campanha do Ministério da Saúde de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV). O principal foco? Protegê-las contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus.

Apesar de sua importância, a adesão tem sido baixa. Segundo o chefe da Vigilância Epidemiológica da 20ª Regional de Saúde, Marcos Cardoso, na primeira etapa da campanha ainda houve uma aceitação melhor, mas o mesmo não aconteceu com as outras doses da vacina que precisariam ser aplicadas. Está havendo rejeição, admite.

A chefe da Vigilância Epidemiológica de Marechal Cândido Rondon, Vera Lehr, informa que a vacinação no município atingiu apenas 40% das meninas e adolescentes na faixa etária que teriam direito a participar da campanha. No Paraná e Brasil os índices são semelhantes. Acredito que a divulgação não conseguiu sensibilizar as mães. Notamos que há resistência, pois é uma vacina que previne o câncer genital ou, no caso dos meninos, genital ou da boca, e é ligada à orientação sexual, avalia, acrescentando que outro fator prejudicial foi a divulgação de algumas pessoas de que a imunização poderia até mesmo estimular um início precoce da vida sexual dos adolescentes. Inclusive alguns profissionais levantaram essa bandeira. Isso prejudicou a campanha, entende.

E em meio à polêmica da imunização contra o HPV, o Ministério da Saúde divulgou este mês de janeiro como início da vacinação voltada para os meninos. Hoje (06) acontece videoconferência entre as Regionais de Saúde do Paraná, ocasião em que devem ser repassadas informações detalhadas sobre a introdução da vacina para um novo público-alvo. Desta forma, os 18 municípios de abrangência da Regional de Toledo devem receber as orientações somente na próxima semana e, a partir daí, deve começar a vacinação. Assim que a Regional recebe as informações organiza uma reunião com os 18 municípios de abrangência para repassar as orientações. Não sabemos ainda exatamente quando a vacinação começa aqui na região e nem quantas doses serão disponibilizadas, expõe Cardoso.

Segundo o Ministério da Saúde, o foco neste primeiro momento serão meninos na faixa etária de 12 a 13 anos, que poderão receber as doses gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o 7º do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com nove anos até 13 anos.

A expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de nove a 26 anos vivendo com HIV/Aids, que também passarão a receber as doses. Sabemos da importância da vacinação e o resultado esperado é muito bom. É uma prevenção contra o câncer na região genital no caso das meninas e da região genital e boca dos meninos. Não há número exato, mas é muito comum médicos receberem pacientes masculinos e femininos com HPV para tratamento, ressalta Vera Lehr.

Esquema vacinal

O esquema vacinal para os meninos contra HPV será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV a faixa etária é mais ampla (nove a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de zero, dois e seis meses). No caso dos portadores de HIV é necessário apresentar prescrição médica.

A decisão de ampliar a vacinação para o sexo masculino visa protegê-los contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação tem como objetivo resguardar as crianças antes do início da vida sexual – quando podem ter contato com o vírus. Até porque os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.

A vacina disponibilizada para os meninos é a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal.

 

Outra novidade

Outra novidade anunciada pelo Ministério da Saúde é a inclusão na campanha de vacinação das meninas que chegaram aos 14 anos sem ser imunizadas ou que não completaram as duas doses indicadas. A estimativa é de que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Até o ano pas-

sado, a faixa etária para o público feminino era de nove a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no calendário nacional, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal.

As meninas que não foram vacinadas ou tomaram apenas uma dose podem procurar o posto de saúde mais próximo de casa, pois todos dispõem de vacinas, reforça a chefe da Vigilância Epidemiológica de Marechal Rondon.

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