Marechal CNH
Valor da Carteira de Habilitação reduz cerca de 10%; saiba os motivos
Aguardada por muitos, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é um desejo principalmente daqueles que completam 18 anos. Em 2020, os que pesquisaram preços e locais para realizar suas aulas tiveram uma agradável surpresa: os valores da primeira CNH não cresceram desde o ano passado, como era de se esperar, mas, sim, diminuíram. E esse decréscimo não tem a ver com a pandemia do coronavírus.
Para saber as reais motivações da queda no preço, a reportagem de O Presente consultou alguns centros de formação de condutores (CFCs) em Marechal Cândido Rondon.
MELHOR MÊS
O proprietário da Autoescola Marechal, Tiago Port, afirma que são dois os principais motivos para o valor da habilitação ter diminuído. “O simulador deixou de ser obrigatório. Eram cerca de R$ 350 e representa um custo que o aluno não tem mais. Além disso, não houve o reajuste das taxas por parte do Detran (Departamento de Trânsito do Paraná), o que acontecia anualmente”, aponta, acrescentando que o valor final diminuiu em cerca de 10%.
Como reflexo da pandemia do coronavírus, o empresário conta que a autoescola teve oscilações no movimento. “O número de habilitações deu uma diminuída no primeiro e segundo mês da pandemia, mas depois disso voltou ao normal. Inclusive, agosto foi o mês do ano que mais tivemos inscrições de novas CNHs em Marechal Rondon e região”, expõe.
Na visão de Port, não há como prever a permanência do atual valor da CNH, haja vista que os preços no geral têm demonstrado tendência de crescimento. “Muitos itens estão ficando mais caros e isso, possivelmente, vai respingar na habilitação. O mercado é quem vai dizer isso”, avalia.
Proprietário da Autoescola Marechal, Tiago Port: “Muitos itens estão ficando mais caros e isso, possivelmente, vai respingar na habilitação. O mercado é quem vai dizer isso” (Foto: Divulgação)
MOMENTO DE PESQUISA
A diretora de ensino da CFC Princesa, Bruna Strey, também aponta a manutenção das taxas do Detran e a não obrigatoriedade do simulador como fatores responsáveis para a diminuição do valor da CNH. “Como esses reajustes não aconteceram e o simulador ficou facultativo, nós não precisamos fazer esse acréscimo na carteira de habilitação”, salienta.
Bruna comenta não ser possível mensurar o movimento da CFC, considerando que as aulas teóricas retornaram apenas recentemente e de forma remota. “Há bastante pesquisa agora que os atendimentos voltaram. As pessoas estão procurando por informação”, relata.
Diretora de ensino do CFC Princesa, Bruna Strey: “Como esses reajustes não aconteceram e o simulador ficou facultativo, nós não precisamos fazer esse acréscimo na carteira de habilitação” (Foto: Divulgação)
RECURSO FACULTATIVO
Gerente administrativa na Autoescola Ila, Clauseni Cassuli diz que a principal contribuição para queda nos preços é a não obrigatoriedade do simulador. “Cinco aulas práticas aconteciam dessa maneira, resultando em 25 aulas ao todo da categoria B, de automóvel. Com a suspensão da obrigatoriedade do simulador, o Detran não restituiu essas aulas a menos e hoje tanto carteira categoria A quanto B precisam de 20 horas/aulas práticas. O simulador, todavia, continua à disposição dos alunos como um recurso facultativo”, menciona.
Clauseni comenta que o valor final da CNH diminuiu pouco mais de 10% em relação aos preços praticados em 2019.
No que diz respeito à procura pelos serviços do CFC, a gerente considera a pandemia e a estiagem fatores influenciadores. “A procura diminuiu cerca de 10%. Algumas pessoas estavam receosas pela pandemia e resolveram aguardar um momento melhor. Por outro lado, a nossa região é fortemente movida pelo agronegócio e a falta de chuvas não facilitou as coisas para esse setor, afetando a sociedade geral e outros ramos”, considera.
A duração dessa faixa de preço das CNHs é imprevisível, de acordo com Clauseni. “Nós não temos previsão, dependemos de iniciativas do Estado. Contudo, se não houver mudança na legislação ou no processo, o valor deve permanecer o mesmo”, pontua.
Gerente administrativa na Autoescola Ila, Clauseni Cassuli: “Com a suspensão da obrigatoriedade do simulador, o Detran não restituiu essas aulas a menos e hoje tanto carteira categoria A quanto B precisam de 20 horas/aulas práticas” (Foto: O Presente)
AULAS PRÁTICAS
Suspensas por um período entre março e maio e posteriormente em junho, as aulas práticas de direção retornaram seguindo todas as orientações de saúde e segurança dos aprendizes. “A atenção com a higiene é redobrada. Nas motos, a recomendação é que cada aluno utilize seu próprio capacete, além de máscaras e luvas. Nos veículos, a higienização se intensificou e acontece posteriormente a cada aula, além do uso luvas por parte dos usuários e capas no volante, freio de mão e câmbio de marchas. Na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), as provas acontecem individualmente”, explica a gerente administrativa da Autoescola Ila.
AULAS TEÓRICAS
Com as aulas teóricas suspensas por cerca de quatro meses, no início de agosto o Centro de Formação Teórico de Condutores Simutran, de Marechal Rondon, deu início às aulas remotas. “Vale salientar que não são iguais às aulas a distância. O curso teórico é ministrado em tempo real, o instrutor na autoescola e os alunos em suas residências. São feitas validações faciais (reconhecimento facial) para validar a presença do estudante em sala durante todo o período da aula, desde o início até o final, em diversos momentos de forma aleatória. Ou seja, é necessário presença integral no curso, mesmo na forma de aulas remotas”, garante a diretora de ensino, Sonia Cristina Knaak.
O centro funciona desde abril de 2019 e agora está se adaptando à nova realidade, sem projeções de retorno presencial. “Presencialmente, há maior interação com o aluno, mas estamos nos adaptando. Temos conversado e visto as dificuldades, problemas de equipamento, de internet e a falta de costume com o formato. Ainda assim, há a aprendizagem”, frisa, emendando que a carga teórica continua a mesma que o curso presencial, de 45 horas divididas em 12 aulas.
A plataforma utilizada pelo Simutran é a Drivin, que possui acesso direto e uma interface facilitadora. “Alguns alunos aguardam pelas aulas presenciais, já outros preferem nessa modalidade. O limite de alunos por turma continua o mesmo e, assim, temos um período extenso para normalizar o fluxo, até porque as provas no Ciretran também acontecem em menor volume”, menciona Sonia.
Diretora de ensino do Centro de Formação Teórico de Condutores Simutran, Sonia Knaak: “São feitas validações faciais para validar a presença do estudante em sala durante todo o período da aula, desde o início até o final” (Foto: Divulgação)
O Presente