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Marechal Expectativa positiva

Vendas de Natal prometem aquecer o comércio rondonense

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Fotos: O Presente

 

Entra ano e sai ano e o Natal garante ao comércio o maior número de vendas durante o ano, com uma enorme margem sobre outros períodos, como a Black Friday, Dia dos Namorados e Dia das Mães. Mas o que faz com que o Natal tenha essa força gigantesca de, no final de todo ano, aumentar exponencialmente o gráfico de vendas em diversos segmentos varejistas no país?

A resposta para essa pergunta não guarda grandes segredos. O alto volume de vendas neste período do ano se dá devido à própria tradição do Natal, que é extremamente forte no Brasil. O principal responsável por levar o consumidor às compras no período natalino é o hábito de presentear.

Agora, faltando menos de 30 dias para a data mais esperada do ano, o otimismo vem ganhando espaço entre os empresários rondonenses. Muitas lojas já estão decoradas para a época de maior venda e nas vitrines os objetos natalinos, coloridos e repletos de magia dividem espaço com roupas, calçados e brinquedos.

 

Expectativa

Após um ano em que o fator climático impactou negativamente na saída de mercadorias de inverno para o varejo, além da estiagem fora de época e o cenário econômico do país, as vendas de fim de ano trazem expectativa de crescimento para o empresariado rondonense. “Tivemos um ano atípico em vários setores, principalmente o econômico, e com a recessão em vários segmentos o comércio acaba sendo impactado”, comenta a vice-presidente para Assuntos do Comércio da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Geovana da Silva Krause.

Apesar disso, Geovana avalia que o fato de Marechal Rondon estar em uma região predominantemente promissora no agronegócio, que vem colhendo boas safras, deixa os empresários esperançosos de que as vendas de fim de ano possam recuperar a deficiência obtida nos meses anteriores. “No Natal sempre temos um aquecimento nas vendas e os empresários estão confiantes. Além disso, agora, com a definição política, vemos que existe uma grande expectativa de melhora por parte da classe empresarial”, destaca, acrescentando: “Inclusive alguns setores já estão contratando para o fim de ano, então estamos vendo uma boa possibilidade de fechar o ano com números melhores do que aqueles obtidos anteriormente”.

De uma forma geral, a vice-presidente do Comércio da Acimacar diz que os empresários esperam que o fim de ano aconteça de forma positiva para “balançar” os números. “Muitos setores trabalharam no vermelho durante o ano, então estamos com esperança de que esses últimos meses sejam de recuperação para que consigamos fechar 2018 com os números no azul”, frisa.

O intuito, segundo Geovana, é começar 2019 com o pé direito. “Sabemos que ainda teremos um início de ano com muitas dificuldades, então da mesma forma que o consumidor está mais seguro, analisando muito bem antes de gastar, o empresário também está cauteloso nos investimentos. Esperançoso, mas cauteloso, esperando que os números se mostrem positivos para ele realmente poder investir e reinventar o seu negócio”, expõe.

 

13º salário deve alavancar vendas

Um aspecto positivo para alavancar as vendas de Natal é o recebimento do 13º salário. O varejo espera o pagamento das duas parcelas para elevar o faturamento neste fim de ano. “O 13º salário sempre é um incentivo para o empresário, que sabe que nesse período vai circular um montante maior no comércio”, diz Geovana. No entanto, ela ressalta que muitos utilizam esse dinheiro extra para quitar dívidas. “Muitos consumidores vão guardar esse dinheiro, mas, mesmo assim, vai ter um aquecimento das vendas no comércio”, garante a vice-presidente. “Estamos contando que o 13º fará uma diferença no comércio em geral, mas também será utilizado na quitação de dívidas que vêm se enrolando e que muitos deixam para colocar em dia agora no fim do ano”, completa.

 

Inadimplência

Ainda que presentear seja um ato de carinho, é importante lembrar que os primeiros meses do ano sempre acumulam muitos pagamentos, como viagens, matrícula na escola das crianças, IPTU, IPVA e outros impostos. É neste cenário, aliado às facilidades de concessão de crédito, que as estatísticas de superendividamento e inadimplência ganham corpo.

Com relação a isso, Geovana afirma que o consumidor aparenta estar mais preocupado com a sua situação financeira. “Marechal é uma cidade, segundo estudos do SPC, em que temos vários CPFs inadimplentes, mas o índice daqui é inferior ao de cidades vizinhas, então sabemos que é uma cidade em que o consumidor mantém seu cadastro em dia e com isso o comércio tem um aquecimento maior até porque muitos acabam saldando suas contas”, observa, afirmando que os rondonenses têm perfil de serem bons pagadores.

 

Ano negativo

Desde o enxugamento de estruturas a demissões de funcionários e empréstimos tomados para pagar as contas, as circunstâncias impostas pela recessão econômica vivida no país obrigaram a adoção de medidas duras por parte de muitas empresas, mas que foram necessárias para a continuidade do negócio. “O comércio sentiu a recessão. Tivemos um maior número de demissões, mas não nos mesmos índices de outras regiões do país, então podemos dizer que o nosso comércio ficou um pouco estagnado, mas comparando com outros setores tivemos um bom ano até agora”, avalia a vice-presidente para Assuntos do Comércio da Acimacar.

Na visão dela, o comércio em geral teve queda expressiva e não havendo vendas se torna necessário dispensar funcionários. “Tivemos um ano em que algumas empresas demitiram e outras que não o fizeram, mas que agora, se forem olhar os números, deveriam ter demitido, então não estamos fechando um ano positivo”, afirma.

Em vista disso, Geovana reitera que o comércio está trabalhando para conseguir fechar o ano dentro de números mais aceitáveis. “Esperamos que o rondonense prestigie o comércio local, valorizando as empresas da nossa cidade, porque é isso que nós precisamos. O consumidor comprando na nossa cidade gera impostos que se revertem à população em formas de serviço que o Poder Público oferece”, analisa. “Com cada um fazendo sua parte e valorizando o que temos aqui, nossa cidade fica a cada dia mais bonita, cresce e gera mais empregos”, acrescenta.

 

Incentivo ao consumidor

Com o aumento da procura por presentes, uma escala de atendimento está sendo montada para que os consumidores possam fazer compras em expedientes alternativos, e devido ao sucesso auferido nas outras edições, novamente o comércio de Marechal Cândido Rondon atenderá em horário especial a partir do dia 15 de dezembro, até a tarde, e nos demais dias se estendendo até o período da noite. O objetivo é de que os clientes utilizem o 13º salário com mais opções de horário para realizar as compras para o período de Natal.

De acordo com a vice-presidente para Assuntos do Comércio da Acimacar, os horários especiais proporcionam mais facilidade, tempo e comodidade para o consumidor realizar suas compras. “Ainda não temos definido ao certo os horários porque essa é uma questão que cabe aos sindicatos Patronal e Laboral homologar, mas o nosso Conselho Consultivo do Comércio já encaminhou para o sindicato, ainda no início do ano, um pedido de horário de funcionamento mais estendido para esse fim de ano”, revela Geovana.

Ela conta que foi solicitada ao sindicato uma liberação para que o comércio fique aberto no domingo, dia 23, pois muitas pessoas, por conta do horário de trabalho, têm dificuldade para fazer as compras nos outros dias. “E também é uma oportunidade para poder vir toda a família, porque Natal é isso: alegria, compras, famílias visitando o comércio e fazendo a aquisição dos presentes”, menciona.

O número de dias com horários estendidos para este ano é maior também pelo fato do Natal ser em uma terça-feira. “Para que dessa forma o consumidor não deixe de presentear por falta de atendimento no comércio”, salienta.

Geovana também reitera que os horários especiais são apenas uma sugestão de funcionamento para o comércio e que o empresário é livre para trabalhar ou não nesses horários. “Mas é importante frisar que isso facilita muito ao consumidor, para que ele consiga fazer as compras com mais facilidade”, diz.

 

Inovar para crescer

A Confederação Nacional do Comércio espera crescimento de 4,3% nas vendas de fim de ano em relação ao ano passado. O cenário econômico de queda da inflação, dos juros e do desemprego contribui para o ânimo dos varejistas. Entretanto, o consumidor continua cauteloso na decisão de comprar. “Hoje, nós estamos em um momento bem delicado, em que o nosso consumidor está valorizando muito o dinheiro dele, até porque ele tem acessibilidade a vários produtos”, avalia Geovana.

Ela lembra que os empresários do comércio sabem que hoje a concorrência não é apenas com o vizinho da porta, mas, sim, além das cidades vizinhas, pois há as lojas virtuais. “E isso realmente exige que o comércio se reinvente, inovando todos os dias, porque é o que o consumidor espera, ou seja, que tenha um diferencial no atendimento, bons produtos, e em Marechal há muitas empresas que podem oferecer tudo isso”, aponta Geovana, emendando: “O que se vê em grandes centros, Marechal também disponibiliza, porque da mesma forma que o consumidor tem mais acesso, o empresário também tem mais acesso a treinamentos para aperfeiçoar o seu empreendimento”.

Sobre isso, Geovana comenta que a Acimacar focou neste ano em treinamentos para os funcionários, a fim de melhorar o atendimento ao consumidor. “Inclusive falamos muito sobre inovação, para que o empresário olhe seu negócio, pense de formas diferentes, inove e realmente traga um atrativo para o seu comércio”, declara.

Ela enfatiza que falar de crise o tempo todo não vai atrair consumidores para os negócios. “É preciso ser arrojado e fazer alguma coisa diferente para que as vendas consigam superar as expectativas”, ressalta.

 

Contratação de temporários

A abertura de vagas temporárias deve aumentar neste fim de ano. Sondagem realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) identificou que 17% das empresas dos setores de comércio e serviços do Estado devem contratar trabalhadores temporários, o que deve gerar mais de cinco mil vagas temporárias no Paraná.

Em Marechal Cândido Rondon, segundo Geovana, haverá, sim, contratações, mas devido ao ano de crise econômica não serão tantas como era no passado. “Isso porque muitos empresários estão com sobras pela produtividade e já esperando esse período de final de ano, em que a demanda acaba sendo maior”, explica a vice-presidente para Assuntos do Comércio da Acimacar. “Devido à recessão, tivemos um ano com taxa de desempregos muito grande. O empresário que não demitiu, muitos por ter um quadro de funcionários muito bem treinados, absorveu o prejuízo e manteve os colaboradores, mesmo tendo dificuldades, esperando uma melhora”, complementa.

Lojas já estão decoradas para a época de maior venda e nas vitrines os objetos natalinos, coloridos e repletos de magia, dividem espaço com roupas, calçados e brinquedos

 

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