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“Viabilizar os partos é uma das prioridades dessa administração, diz secretária de Saúde

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Mirely Weirich/OP

Secretária de Saúde, Marciane Specht: Com o início dos partos, também pretendemos avançar na realização de cirurgias eletivas de pequeno e médio porte, que traz mais comodidade aos rondonenses e mais conforto no período pós-operatório

 

Com uma demanda diária de pelo menos 200 rondonenses que buscam encaminhamento para consultas, exames e cirurgias somente na Secretaria de Saúde, além de outros em atendimento na Clínica da Mulher e da Criança, na Unidade de Saúde 24 Horas, no Hospital Municipal Dr. Cruzatti, nas Unidades Básicas de Saúde e na Farmácia Básica, a saúde de Marechal Cândido Rondon é um dos setores da municipalidade com maior demanda direta da população e uma das que tem impacto direto na qualidade de vida dos rondonenses.

Pelos gargalos no atendimento, como a falta da realização de partos e cirurgias eletivas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) no município, o anseio dos munícipes para que os olhos do novo governo se voltem para o setor é cada vez maior, especialmente com a expectativa de abertura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e da promessa da volta dos partos e cesáreas para o município. Para iniciarmos esses procedimentos no município ainda temos um caminho a seguir, mas não é um caminho muito longo. Viabilizar os partos e cesáreas é uma das prioridades dessa administração, mas precisamos garantir a qualidade e a segurança da assistência prestada à população, declara a secretária de Saúde, Marciane Specht.

Além da falta de médicos, tanto de ginecologistas quanto pediatras e anestesiologistas para completar a escala, a responsável pela pasta informa que o município carece de equipamentos e reorganização de estrutura para iniciar o atendimento às gestantes. Hoje há duas médicas concursadas em ginecologia e obstetrícia para o período diurno, mas não temos profissionais para o período noturno. Da mesma forma acontece na pediatria, onde há um profissional contratado em regime T12, que atua um dia sim um dia não, porém o outro chamado no concurso declinou, expõe. Na fila dos pediatras, diz a secretária, há dois profissionais finalizando a residência, que deve ocorrer no fim de março. Mas mesmo com a vinda desses profissionais, nós teríamos apenas a escala de 12 por 36 horas diurno completa e sabemos que os partos podem ocorrer nas 24 horas, por isso precisamos viabilizar profissionais para cobrir à noite e também os fins de semana, complementa, enfatizando que os dois anestesiologistas aprovados no último concurso não se apresentaram no período determinado.

Estrutura e equipamentos

Apesar de o Hospital Municipal contar com equipamentos no centro cirúrgico, Marciane enfatiza que ainda faltam materiais e aparelhos para prestar o atendimento. Para o centro cirúrgico estar completo precisamos adquirir, por exemplo, monitor cardíaco, instrumentais cirúrgicos, que, apesar de termos algumas caixas, precisamos completar com outras, porque para um parto não existe improviso, pontua.

Outro aspecto está na Relação Municipal de Medicamentos (Remume), que hoje não contempla medicamentos em nível hospitalar para o desenvolvimento de partos. Já estamos fazendo o levantamento junto das farmacêuticas para verificar o que temos de vazio com relação a isso para iniciar os processos licitatórios, menciona a secretária de Saúde.

Mesmo com o hospital já estruturado, a gestora informa que também há necessidade de uma reorganização de leitos, estruturando o alojamento conjunto onde ficam mãe e bebê – que hoje é utilizado para internamentos clínicos – além da sala de pré-parto, com objetivo de preservar a qualidade e a assistência ao parto humanizado. Dentro da linha guia do que é preconizado pelo Rede Mãe Paranaense, assim que iniciados os partos, nós vamos seguir, destaca. Também vamos adquirir um cardiotoco fetal, utilizado para avaliar a evolução do trabalho de parto, para ter o cuidado com o feto evitando intercorrências, óbitos fetais ou da gestante, enfatiza.

 

Orçamento

A secretária de Saúde destaca que, apesar de existir uma previsão orçamentária prévia para os procedimentos, há necessidade de ajustes a serem feitos, por isso, recursos devem ser viabilizados junto à Secretaria de Estado da Saúde e ao Ministério da Saúde. Em conversa com a diretora da 20ª Regional de Saúde, Denise Liell, fomos informados de que o município não foi contemplado com recursos do HospSus, mas já estamos organizados com as equipes para atingir a meta de 70% de cobertura da atenção primária em saúde para estarmos aptos a receber o recurso, que é de R$ 20 mil mensais, menciona.

O Poder Público também está em busca de recursos para a ampliação do Hospital Municipal Dr. Cruzatti, que hoje não possui o setor de esterilização. Atualmente, o processo é feito na Unidade de Saúde 24 Horas devido à baixa demanda de instrumentais utilizados, contudo, com o início dos partos, a secretária garante que a Unidade não conseguirá mais suprir essa demanda. Estamos organizando um processo licitatório para o reprocessamento de artigos médicos e hospitalares, ou seja, vamos terceirizar o serviço de esterilização até que tenhamos um recurso do Estado ou da União para a construção da esterilização e de mais uma ala cirúrgica, discorre.

Atualmente, o hospital conta com uma ala feminina, uma masculina, ginecologia e obstetrícia e uma ala cirúrgica, que conta com quatro leitos. Com o início dos partos, também pretendemos avançar na realização de cirurgias eletivas de pequeno e médio porte, que traz mais comodidade aos rondonenses e mais conforto no período pós-operatório, cita.

 

Porta aberta para emergências

Com expectativa de que a UPA tenha custo mensal de R$ 1,5 milhão, de acordo com relatório entregue pela administração passada, Marciane relata que, para este ano, há previsão de transferência da urgência e emergência da Unidade 24 Horas para a UPA. Essa é a nossa porta de entrada para todos os munícipes, e que a partir do momento que se torna Unidade de Pronto Atendimento porte um, de acordo com as portarias do Ministério da Saúde, atende uma população de até 100 mil habitantes, explica. Neste sentido, Marechal Cândido Rondon deve absorver as emergências de Mercedes, Quatro Pontes, Entre Rios do Oeste e Pato Bragado.

Após a transferência, o 24 Horas deve se tornar uma Unidade Básica de Saúde para o centro e moradores dos arredores, que deve atender em horário estendido. Estamos estudando essas questões junto à equipe, por meio do diretor-técnico Fernando Wild, para decidirmos quais especialidades do ambulatório permanecerão no local e qual o melhor horário de atendimento, que passará a ser eletivo, ou seja, os atendimentos que não são urgência e emergência continuarão no 24 horas, destaca.

Com processos para a mobília da UPA já licitados, as empresas vencedoras estão sendo contatadas para iniciar o processo de organização física do local. Também estamos verificando quais os equipamentos e materiais mínimos preconizados na portaria para o início do funcionamento para fazer a aquisição destes, comenta a secretária de Saúde, enfatizando que, mesmo com a emenda parlamentar de R$ 140 mil da deputada Leandre Dal Ponte para aquisição dos equipamentos, será necessária contrapartida do município.

A exigência do Ministério da Saúde é de que Marechal Rondon coloque a UPA para funcionar em 90 dias, entretanto, Marciane ressalta que tanto ela quanto a diretora da 20ª Regional de Saúde consideram o prazo curto para estruturação e transferência do pronto atendimento. A Denise nos informou que teríamos a condição de pedir uma prorrogação de prazo para que o município não sofra penalizações civis, criminais ou improbidade administrativa, e que priorizemos a estruturação, garantindo com condições técnicas para não expor os profissionais que atuarão no local a fim de que promovam um atendimento de qualidade à população, que é o nosso principal objetivo, enaltece.

 

Demandas

Apesar de os partos e a UPA serem as principais demandas em aberto da Secretaria de Saúde, Marciane diz que outros projetos também estão em andamento com o início do novo mandato. Nas Unidades Básicas de Saúde, o projeto de tutoria já foi iniciado nos bairros Augusto e São Lucas e deve ser estendido para as demais unidades. A tutoria são pactuações entre o gestor em saúde, a equipe e a 20ª Regional. Neste projeto, todos os membros da equipe de saúde se comprometem em desenvolver as atividades de acordo com 105 itens avaliados pela Regional de Saúde para atingir o selo bronze, que já foi conquistado por municípios como Toledo, Mercedes, Nova Santa Rosa e Palotina e nós estamos nos encaminhando para receber, o que reflete diretamente na qualidade do atendimento prestado, explica.

Nos demais setores, como Farmácia Básica e agendamento de consultas e exames, a secretária da pasta informa que a equipe técnica está realizando uma avaliação para melhorar a qualidade do atendimento à população. Estamos olhando para isso com muita responsabilidade, bem como para as endemias, que é um setor tratado com muito cuidado e que demanda um trabalho intenso dos agentes comunitários, a fim de minimizar os focos do mosquito Aedes aegypti, completa Marciane.

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