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Marechal Volta às aulas

“As escolas terão que se desdobrar para dar conta do ensino híbrido”, diz diretor do Martin Luther

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Diretor do Colégio Martin Luther, Ildemar Kanitz: “As escolas terão que se desdobrar para poder dar conta. O ensino híbrido vai dar muita dor de cabeça porque as aulas serão presenciais e remotas ao mesmo tempo” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

O ano letivo nem bem havia começado e no dia 20 de março a pandemia do coronavírus forçou instituições de ensino da rede pública e privada a suspender as aulas.

A solução encontrada foi oferecer aulas on-line para direcionar conteúdo e minimizar os prejuízos aos alunos.

As aulas remotas ainda estão sendo aperfeiçoadas na maioria das instituições de ensino do país. Pais, alunos e educadores estão se adaptando às mudanças e precisam de muito jogo de cintura para encarar os desafios de ensinar e aprender a distância.

Recentemente, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) apresentou um protocolo de volta às aulas presenciais, desenvolvido em conjunto com outras secretarias estaduais, instituições ligadas à educação, Secretaria de Estado da Saúde e pelo Ministério Público do Paraná (MPPR).

O retorno dos alunos às salas de aula no Paraná não tem data para acontecer. Cogita-se o mês de setembro, contudo, não há certeza. Segundo a Seed, o retorno depende da evolução epidemiológica e deve acontecer assim que houver condições de segurança para alunos, professores, funcionários e colaboradores.

 

ENSINO HÍBRIDO

Um dos principais pontos do protocolo é o ensino híbrido ou semipresencial, que deverá ser adotado pelas escolas públicas e privadas.

O ensino híbrido valerá para alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Os pais ou responsáveis poderão optar por mandar ou não o estudante para a escola. Para o aluno assistir às aulas presenciais os pais terão que assinar um termo de compromisso, o que o torna ciente sobre os protocolos de segurança necessários durante a pandemia.

Conforme o protocolo, as aulas remotas devem continuar de forma diária e as aulas presenciais acontecerão de maneira escalonada. Os estudantes serão divididos em grupos que revezarão com uma semana em casa com aulas on-line e uma semana com o ensino na escola. Todas as turmas precisam ser atendidas presencialmente pelo menos uma vez na semana.

 

DESAFIOS

De acordo com Ildemar Kanitz, diretor do Colégio Martin Luther, de Marechal Cândido Rondon, a instituição está preparada para a volta das atividades presenciais, mas algumas dificuldades devem aparecer, justamente por causa da necessidade de conciliar o ensino on-line e o presencial. “Tanto as escolas públicas quanto as privadas terão que se desdobrar para poder dar conta. Vai dar muita dor de cabeça porque será presencial e remota ao mesmo tempo”, enaltece.

Segundo Kanitz, algumas questões pedagógicas também podem apresentar dificuldades relacionadas à assimilação do conteúdo. “Avaliar o aluno que está na sala de aula e avaliar o aluno que está em casa é diferente. A gente não tem garantia que o aluno aprendeu”, pontua.

 

AVALIAÇÃO

Conforme o protocolo, os estudantes que acompanham as atividades não presenciais de forma satisfatória e que demonstraram bom rendimento na avaliação podem continuar exclusivamente em atividades não presenciais, se os pais ou responsáveis assim concordarem.

Caberá às instituições de ensino contabilizar por meio de pesquisa quantos estudantes retornarão às aulas presenciais e quantos continuarão no ensino a distância.

A frequência às aulas presenciais não substituirá as atividades remotas, devendo o estudante continuar a realizar as atividades propostas nas plataformas on-line.

O diretor do Colégio Martin Luther explica que será feita uma avaliação para saber quais alunos têm condições de acompanharem as aulas apenas remotamente. “Assim que os alunos retornarem, começaremos a fazer provas para avaliar se eles aprenderam ou não”, revela.

Kanitz diz que isso deve variar de acordo com o nível escolar do estudante. “O tipo de avaliação será diferente, conforme o nível. Infantil e fundamental I é um jeito de trabalhar, fundamental II e médio é outro jeito de trabalhar”, salienta.

Ele menciona que será feita uma pesquisa para saber quais alunos optarão por não retornar às aulas presenciais. “Esses dados nós não temos ainda. Achamos melhor esperar até mais próximo ao retorno das aulas para fazermos um levantamento mais real daquilo que as famílias querem”, ressalta.

 

AULAS ON-LINE: MAIS AUTONOMIA

Apesar dos prejuízos para os alunos durante a pandemia serem inevitáveis, o ensino remoto é, sem sombra de dúvida, de suma importância para o aprendizado dos estudantes. O diretor do Martin Luther avalia que um dos pontos positivos que as aulas on-line trouxeram foi o desenvolvimento da autonomia dos alunos. “Esse modelo trouxe para o aluno que soube aproveitar e para família que soube conduzir um modelo de autonomia muito bom. Eles foram meio que forçados a se virar um pouco mais, coisa que talvez no dia a dia não conseguiríamos”, considera.

 

RETORNO GRADATIVO

De acordo com o protocolo, a volta dos alunos deverá ocorrer de forma escalonada por região do Estado, conforme o desenvolvimento da pandemia.

Os primeiros a retornarem serão os alunos do 3º ano do Ensino Médio e o 9º ano do Ensino Fundamental. Em seguida os estudantes do Ensino Médio, seguidos do Ensino Fundamental I e II e alunos da Educação Infantil.

As crianças com menos de dois anos não poderão retornar às salas devido à dificuldade de cumprimento das normas.

Kanitz acredita que o retorno das turmas poderia acontecer simultaneamente. “Eu acho que não precisaria ser assim. Estamos preparados para voltar com todas as turmas ao mesmo tempo, desde que observados todos os cuidados de proteção e distanciamento”, destaca.

 

CASO HAJA CONTAMINAÇÕES

Segundo o protocolo, após o retorno das aulas presenciais, caso algum estudante, professor ou profissional da instituição seja contaminado, a escola deverá ser interditada por 14 dias e durante esse período as atividades retornarão ao modelo de aulas totalmente on-line.

Conforme o diretor do Martin Luther, se porventura isso acontecer, não deve representar maiores perdas no aprendizado dos estudantes. “Mesmo se o aluno tiver que ficar em casa até o final do ano e se comprometer em realmente fazer as aulas, não terá prejuízos”, entende.

 

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