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13º vai movimentar R$ 1,5 bilhão no Oeste paranaense

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(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

De acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de R$ 232,6 bilhões devem ser movimentados na economia brasileira em virtude do pagamento do 13º salário. Aproximadamente 83 milhões de brasileiros receberão o benefício de, em média, R$ 2,539 mil. No Paraná, R$ 14,2 bilhões devem ser injetados na economia em virtude do salário “extra”.

Somente no Oeste do Estado, os municípios podem contar com R$ 1,5 bilhão circulando a mais na economia devido ao pagamento do 13º salário, destaca o economista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo, Jandir Ferrera de Lima. Segundo ele, 65% dos beneficiados são profissionais com carteira assinada ou regime estatutário. “É um valor significativo e tem um impacto na economia a cada ano, porque boa parte desse valor é destinado ao consumo de bens e serviços”, frisa.

 

Valor adicional

Lima ressalta que o giro financeiro impulsionado pelo 13º salário terá um valor adicional neste ano devido ao Auxílio Brasil (programa substituto do Bolsa Família), que começou a ser pago neste mês. “São recursos que as famílias usam para pagar IPTU, IPVA, despesas escolares do início do ano e outra parte é destinada ao consumo da família. De modo geral, cerca de 80% do 13º vai para o consumo, o que tem um impacto positivo no comércio”, enaltece.

Ele diz que a antecedência do movimento acontece também no momento de os comerciantes organizarem os estoques. “Eles se baseiam nas vendas do ano anterior e qualquer movimento acima já é um elemento positivo em termos de aquecimento do comércio”, pontua.

 

Estratégia financeira

A economia do 13º é uma estratégia financeira, aponta o economista. “Se o cidadão não conseguir guardar este valor, o ideal é que ele quite suas dívidas de curto prazo, que têm taxas de juros significativa. Para aqueles que querem consumir o 13º, o recomendado é deixar uma reserva de 20% a 30% do valor para fazer frente aos impostos e despesas de começo de ano”, indica Lima.

 

Empregos temporários

O fim de ano se destaca pela maior oferta de empregos temporários que, conforme o professor, representam um impacto positivo, mas passageiro na economia. “É uma renda adicional que entra no comércio. Então, de um lado temos o aquecimento devido a salários adicionais do emprego temporário e de outro temos a parcela desses empregos, em torno de 30%, que é efetivado no ano seguinte, o que significa inserção no mercado de trabalho”, expõe.

Ele acrescenta que, geralmente, os empregos temporários não exigem experiência como nos efetivos. “Essa vaga de curto tempo serve para que trabalhadores sem experiência no mercado de trabalho, especialmente no ramo de comércio e serviços, adquiram experiência e melhorem suas condições de empregabilidade no próximo ano”, pontua.

Economista e professor da Unioeste, Jandir Ferrera de Lima: “O 13º é um valor significativo e tem um impacto na economia a cada ano, porque boa parte desse valor é destinado ao consumo de bens e serviços” (Foto: Divulgação) 

 

Tudo mais caro

Lima menciona que os consumidores devem pagar mais caro nos produtos neste fim de ano, principalmente em gêneros alimentícios e de higiene. “Esses produtos tiveram uma majoração bem significativa de preços e devem tirar boa parte do poder de compra dos consumidores, que vão procurar produtos de menor valor agregado, principalmente famílias endividadas. Ou seja, o presente de Natal de 2021 vai ser, em geral, produtos com menor valor agregado, entre R$ 100 e R$ 200 no setor de calçados, perfumes e vestuário”, estima.

O setor de calçados e vestuário, explica ele, manteve os preços estáveis por conta do lockdown ocorrido no início da pandemia. “As pessoas não saíram de casa, transitaram pouco e isso fez com que economizassem em roupas e calçados”, aponta.

 

Projeções para 2022

A conjectura econômica apresentada nestes últimos meses de 2021 no Brasil não agrada aos economistas. “A perspectiva ainda é de queda no PIB (produto interno bruto) e na produção, mas com uma inflação mais estável e mais baixa do que essa de 2021. Infelizmente, a inflação brasileira retirou muito o poder de compra dos trabalhadores e o endividamento também tem dificultado a retomada da economia”, salienta.

Lima espera que o quadro econômico se inverta no ano que vem, porque, “até então, 2022 não apresenta um cenário de retomada, mas, sim, de estabilidade inflacionária, o que também é uma notícia positiva”, considera.

De acordo com ele, o Oeste paranaense cresce impulsionado pelo agronegócio, principalmente nos ramos de proteína animal e vegetal.  “Isso tem feito com que a região mantenha seu ritmo de crescimento indiferente ao movimento da economia brasileira”, observa.

 

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