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Municípios Agosto de 2019 a julho de 2020

Ano epidemiológico termina com presença do Den-2; foi a pior situação que Toledo já teve

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(Foto: Divulgação)

O Setor de Endemias de Toledo divulgou nessa semana o resultado do último ano epidemiológico da dengue no município. Diferente da contagem habitual, para a dengue considera-se o período entre o dia 1° de agosto de um ano e 31 de julho do ano seguinte.

O ano epidemiológico de 2019, concluído no último dia 31 de julho, teve 5.265 casos notificados de dengue. Foram descartados apenas 396. Dos casos confirmados positivos, 4.801 são autóctones (contraídos dentro do município) e 68 são importados (contraídos fora do município).

O contágio seguia um ritmo acelerado e foi controlado com a chegada do fumacê (pulverização de inseticida pelas equipes do Governo do Paraná) e com a chegada do frio. Do dia 02 de maio até 12 de julho as equipes da Secretaria de Estado da Saúde percorreram 10.765 quarteirões para aplicação do fumacê. Cinco ciclos em cada quarteirão foram aplicados.

2018

Fazendo um comparativo com o ano epidemiológico de 2018, os números são bem diferentes. Foram 235 casos notificados de dengue, sendo descartados 184. Dos casos confirmados positivos, 27 são autóctones e 24 foram importados. Nenhum óbito foi registrado.

Avaliação

O médico da Secretaria de Saúde, Fernando Pedrotti, avaliou o último ano da dengue como sendo “a pior situação epidemiológica que o município já teve com relação à dengue”. Pedrotti possui Residência Médica em Medicina Preventiva e Social (Medicina Sanitária).

Segundo ele, também foi a pior situação no Paraná e em vários outros Estados. O médico sanitarista atribui isso a uma soma de fatores: “primeiro, nos últimos três anos tivemos o menor número de casos de dengue, pois vinha circulando o subtipo viral Den-1. Existem quatro subtipos virais da dengue no Brasil (Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4)”.

“A partir do momento que a pessoa é acometida por um desses subtipos adquire imunidade contra ele. Como o Den-1 vinha circulando há mais de três anos, muitas pessoas já estavam imunes, isso fez com que tivéssemos a diminuição do número de casos ao longo desse período e que as pessoas chamassem menos atenção contra ele. Os cuidados acabam diminuindo por conta desse efeito psicológico que esse número de casos menor acaba trazendo”, explica. “No último ano tivemos a entrada do Den-2, a imensa maioria da população não havia tido contato com esse subtipo viral. Isso desencadeou um expressivo número de casos e uma epidemia para a dengue. Essa enorme epidemia para a dengue decorreu do somatório desses fatores. A circulação de um novo subtipo viral. A população entendeu que não era uma ameaça, pois ficou menos visível. E agora, com menos pessoas imunes, ele acabou circulando mais ativamente no município”, acrescentou Pedrotti.

Pandemia

Mesmo quando a pandemia do novo coronavírus surgiu em Toledo, as equipes do Setor de Endemias deram continuidade aos trabalhos de prevenção, na realização das atividades de campo. Isso contribuiu para que o novo subtipo de dengue contaminasse um número maior ainda de pessoas.

Para entender

Para avaliar a situação epidemiológica no geral, nós seguimos o calendário normal, de janeiro a dezembro. O médico Fernando Pedrotti explicou que existe uma convenção internacional, na qual trabalhamos com semanas epidemiológicas. “Mas o calendário epidemiológico da dengue é diferente do nosso. A dengue trabalha com calendário de primeiro de agosto até 31 de julho de cada ano. É uma doença que, via de regra, tende a aumentar no verão, e se você separa o gráfico com as informações no final do ano não consegue enxergar a evolução dela. Você interrompe final de ano e vai começar tudo de novo no outro. Por esta razão, convencionou-se utilizar um calendário diferente exclusivo para avaliar a situação da dengue”, expõe.

 

Com assessoria

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