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Municípios Elio Migliorança

Apaixonado por viagens, professor e ex-prefeito nova-santa-rosense já visitou 24 países

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(Foto: Arquivo pessoal)

Viajar é um dos hobbies preferidos de muitas pessoas, seja em qual parte do mundo estiverem. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), as perspectivas acerca do turismo são que o setor cresça de 3% a 4% para o próximo ano. O ano de 2018 atingiu a marca de 1,4 bilhão de chegadas internacionais no mundo todo, um aumento de 6% sobre 2017.

Com os países cada vez mais preparados para receber seus turistas, além das condições para aquisição de pacotes de viagem e a facilidade de acesso ao sistema aéreo mundial, pessoas de todos os países se motivam a viajar, o que justifica o aumento da demanda nesse ramo.

Quem não perde uma oportunidade de embarcar em um avião e conhecer um país novo é o professor aposentado Elio Migliorança, que possui uma paixão singular por conhecer novos lugares. Morador da cidade de Nova Santa Rosa, não faltam histórias desse curioso e aventureiro viajante.

Em entrevista ao O Presente, ele contou que cada viagem é uma experiência única de conhecer um novo lugar, uma nova cultura, nova gastronomia.

Professor aposentado de Nova Santa Rosa, Elio Migliorança, um apaixonado por viagens: “Quando eu voltei da minha primeira viagem gostei tanto que falei que iria viajar novamente” (Foto: Arquivo/OP)

 

DE ONDE SURGIU A VONTADE DE VIAJAR?

Migliorança conta que em 1984 fez a sua primeira grande viagem internacional. Nessa ocasião, ele conheceu quatro países: Itália, Suíça, Áustria e Hungria. “O pároco da minha cidade, na época Dom Severino, era um brasileiro naturalizado, e me convidou para visitar a terra dele, a Hungria. Nessa viagem, a Itália era um país que eu queria muito conhecer por ser uma cultura que eu sou descendente. Então o Dom Severino montou um projeto de viagem para conhecermos um pouco de cada país. Essa viagem foi o primeiro despertar, quando peguei gosto pelas viagens, por influência dele”, relembra.

Outro motivo apontado por ele foi o fato de ter sido professor por quase 40 anos. “Eu tinha esse projeto de vida de que o dia que eu me aposentasse iria conhecer os países que trabalhei nas minhas aulas, durante minha vida inteira”, conta o viajante. Ele relata ainda que sempre via os países, os pontos turísticos e as culturas pelos mapas, pelas fotos, mídias sociais, mas que tinha mesmo era vontade de conhecer pessoalmente tais regiões. “Eu me aposentei em 2010 e a partir daquele ano comecei a intensificar minhas viagens e, desde 2015, todos os anos faço uma viagem. Hoje posso somar no meu catálogo 24 países nos quais eu pisei. Posso não ter conhecido tudo, mas eu visitei. A essência da cultura do país você consegue conhecer e ver um pouquinho da realidade da cultura local”, enaltece Migliorança.

(Fotos: Arquivo pessoal)

 

DESTINOS E SEUS SIGNIFICADOS

Dentre os 24 países que o nova-santa-rosense visitou, alguns chamaram mais atenção do aventureiro, que relata que cada experiência é única e significativa. Ele cita sempre como ponto de partida e grande parâmetro a viagem que fez para a Hungria, em 1984. “Pensando nos dois grandes polos da época, Estados Unidos e União Soviética, e nós conhecíamos muito pouco do comunismo, as informações que vinham para o ocidente eram muito restritas. Na época a Hungria era um dos países satélites de Moscou e sentimos muito essa repressão”, declara.

Uma coisa que lhe chamou muito atenção quando esteve na Hungria foi o fato de que havia muita preocupação das autoridades em tratar muito bem os turistas, inclusive com lugares exclusivos para eles, visando causar uma boa impressão do comunismo. “Mas nós sabíamos que a população local não tinha acesso a esses estabelecimentos comerciais nem a determinados hotéis, então me marcou muito, porque pude conhecer a essência do comunismo, como o povo era realmente controlado”, ressalta.

Outra viagem marcante para o aventureiro foi Israel, em 1997. “Como sou católico, todos os lugares que eu estudei a vida toda na Bíblia, todas as citações, as pregações, toda aquela mística que se criou acerca da vida de Jesus, ir para Israel e poder colocar o pé nos lugares em que a história, a Bíblia conta que aconteceu, foi algo muito significativo para mim”, menciona Migliorança.

Ele expõe o quanto foi emocionante visitar o Santo Sepulcro, o Monte Calvário, a cidade de Nazaré, lugar do nascimento de Jesus, Mar da Galileia, além do monte onde ocorreu a multiplicação dos pães e do local das Bodas de Canaã, todos os episódios conhecidos da sagrada escritura. “Foi uma das viagens que deixou marcas que eu não esqueço nunca”, enaltece.

 

(Fotos: Arquivo pessoal)

 

DESAFIOS DE UM VIAJANTE

Para o professor, dinheiro não é o maior problema para quem quer viajar. Ele menciona que primeiro de tudo é preciso um objetivo para começar a se organizar enquanto um futuro viajante. “Quando eu voltei da minha primeira viagem, gostei tanto que falei que iria viajar novamente, e na época o recurso era mais escasso, para guardar dinheiro era mais difícil. Hoje, no mundo inteiro, a estrutura para o turismo está muito bem montada. Os custos dos voos internacionais eram muito altos, hoje barateou, e a estrutura de apoio para os turistas no mundo era muito mais precária. Então voltei e comecei planejar minha próxima viagem, guardando dinheiro mensalmente um valor. Treze anos depois eu tinha o dinheiro suficiente para fazer a segunda viagem, que foi em 1997, e a partir daí consegui encurtar um pouco esse tempo”, conta Migliorança.

“Hoje eu aponto outro aspecto como maior desafio. A questão cultural, de saber o que você quer conhecer no país onde você vai, porque não basta ter dinheiro para viajar se você não tem a capacidade de absorver tudo o que o país tem para lhe oferecer. É muito importante conhecer o básico, através de pesquisa, de onde você está indo. Por exemplo, não adianta você ir para um país onde a vaca é sagrada e querer comer um bife na chapa. Você precisa abdicar dos seus hábitos alimentares e se inserir nos hábitos dessa cultura”, exemplifica.

 

PROJETOS DE VIAGENS

O nova-santa-rosense relata que possui uma lista com algumas localidades que gostaria de conhecer. O Japão é um país que lhe interessa por conta da cultura oriental. Além disso, Nova Zelândia e Austrália por serem países no extremo do planeta e regiões de muito crescimento e desenvolvimento.

Migliorança também pretende visitar a África do Sul, tendo em vista todo o contexto histórico acerca de Nelson Mandela e sua história junto à defesa dos direitos das pessoas negras. “O próximo país ainda não está definido. Sabemos que em 2020 iremos viajar. Ainda não sei se Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Japão ou a Indochina. Todos esses tenho vontade de conhecer”, adianta.

 

MEU PAÍS É O BRASIL

O professor expõe que se tivesse que sair do Brasil por algum motivo, e tivesse que escolher um país para morar, ele moraria no Canadá. “Lá o povo é muito respeitoso, acolhedor. Lá a legislação vale para todos, não existe meio termo. É um país muito bonito e em crescimento. É um país que tem muito da cultura americana e da cultura da Inglaterra”, argumenta, porém ele ressalta que não trocaria o Brasil por nada.

 

DICAS PARA OS VIAJANTES

O professor aposentado de Nova Santa Rosa dá algumas dicas para quem pretende viajar e nunca teve uma experiência fora do país, para que o passeio transcorra da melhor forma possível:

1 – Não viaje sozinho. Vá em grupo. Uma agência de turismo tem os contatos suficientes para que você não fique desassistido enquanto está em outro país;

2 – Estude inglês. “É uma das dificuldades que eu sinto quando eu viajo. Por mais que tenha sempre um guia falando em português, muitas vezes o guia não está com você no momento. Nunca passei fome por não saber inglês, mas desde que comecei estudar já me foi muito útil na última viagem que fiz”, frisa Migliorança;

3 – Esteja preparado para, em algum momento, passar por uma situação desconfortável. O clima, o ar, a comida, há a possibilidade de contratempos, tem que ser maleável;

4 – Não viaje sem seguro saúde. No geral, o custo de um médico no exterior é muito alto e ninguém está livre de passar por uma situação que necessite de atendimento.

 

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