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Municípios Polêmica

Após BPFron anunciar base náutica de Entre Rios como sede do Pelotão Aquático, prefeito se manifesta

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Prefeito Jones Heiden: “Para colocar a base náutica para funcionar seria necessário aplicar mais de R$ 1 milhão e nem com todo um investimento desse o espaço funcionaria como deve” (Foto: Leme Comunicação)

 

A notícia de que o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) pretende instalar um Pelotão Aquático na base náutica de Entre Rios do Oeste ganhou repercussão na região. Em entrevista ao O Presente, no último dia 12, o comandante do BPFron, tenente-coronel Saulo de Tarso Sanson Silva, revelou que as tratativas para instalação do Pelotão no local já estão sendo feitas com a Itaipu Binacional e que em breve este braço de apoio do Batalhão será constituído para vigiar o Lago de Itaipu.

Em contato com a reportagem, o prefeito de Entre Rios do Oeste, Jones Neuri Heiden, esclareceu que, ao contrário do que consta na matéria publicada sobre o assunto, na edição do dia 13, de que não há interesse do município em investir na base náutica, simplesmente não é possível investir no local. “Ou seja, não se trata de falta de intenção em investir no local, mas, sim, de que isso não pode ser feito. A área não pertence à prefeitura, mas à Itaipu. Apenas está cedida em forma de comodato ao município até 2026”, enfatiza.

Heiden diz que soube de comentários de que o BPFron tinha intenção de utilizar a base náutica, todavia, garante, não tinha conhecimento de que já havia tratativas avançadas neste sentido com a Itaipu.

O chefe do Executivo entrerriense assegura que o município procurou a binacional em várias oportunidades com a finalidade de formatar um convênio. “Tentamos (viabilizar) uma parceria com a Itaipu, sendo que o diretor da época (Jorge Samek) disse que era mais fácil colocar um litro de diesel com trator de esteira e derrubar aquilo do que investir R$ 1 para melhorar. Foi isso o que ele disse para mim”, revela.

Além do mais, Heiden acrescenta ser impossível o município investir recursos significativos no espaço em detrimento de outras áreas essenciais aos cidadãos, como saúde e educação. “Sem falar das questões burocráticas por ser uma área pertencente à Itaipu”, pontua.

O mandatário reitera que a administração municipal buscou soluções. “O município tentou de todas as formas, através de várias conversas com a Itaipu, formalizar parceria, mas sem sucesso. Houve levantamento de valores, sendo que para colocar a base náutica para funcionar seria necessário aplicar mais de R$ 1 milhão e nem com todo um investimento desse o espaço funcionaria como deve”, enfatiza.

Heiden reforça que não há orçamento e nem existe amparo jurídico para investir na base náutica. “O município tem interesse em permanecer com este espaço, pois é um ponto de referência do turismo regional, contudo, não há como fazer grandes investimentos. Precisamos considerar que muitas outras áreas relevantes, como a saúde, por exemplo, necessitam de investimentos”, evidencia.

 

Espaço importante

O secretário de Indústria, Comércio, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Adilson de Oliveira, diz que gostaria que a base náutica continuasse com o município. “É um local importante para Entre Rios do Oeste. Faremos o possível para a base náutica ficar com o município, pois gera turismo e é uma fonte de renda. O pessoal vem de fora e coloca o dinheiro para circular aqui”, salienta.

 

História

A base náutica de Entre Rios do Oeste, assim como todas as outras na Costa Oeste do Paraná, foi construída em 1997 pelo Governo do Estado objetivando a realização dos Jogos Mundiais da Natureza. Posteriormente, estes espaços foram cedidos pela Itaipu para serem cuidadas e exploradas pelos municípios-sede para atividades diversas.

 

“Sabia que o BPFron tinha intenção de utilizar a base náutica, todavia, não tinha conhecimento de que já havia tratativas avançadas neste sentido com a Itaipu”

 

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