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Auditoria aponta R$ 1,6 milhão em prejuízos na obra do Hospital Regional

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Secretário de Saúde de Toledo, Thiago Stefanello: “O prejuízo é em torno de 10% do que já foi investido na obra” (Foto: Carlos Rodrigues)

Falhas na execução do projeto, serviços pagos e não executados e má qualidade de materiais são alguns dos problemas apontados no Hospital Regional de Toledo pela auditoria realizada por determinação do prefeito Lucio de Marchi.

O relatório final para verificação da execução do contrato e aditivos da construção foi apresentado na semana passada pelo secretário de Saúde, Thiago Stefanello. As irregularidades deixaram R$ 1.632.642,91 de prejuízos aos cofres públicos. Do total, R$ 1.103.130,78 refere-se às instalações elétricas e R$ 529.512,13 aos serviços estruturais.

Agora a gestão cobra a responsabilidade da construtora e a punição dos servidores fiscais. “Estamos tomando todas as providências para adequar a unidade hospitalar e colocá-la em funcionamento, além de cobrar os gestores fiscais e a empresa. Cabe agora à Justiça tomar as providências cabíveis. O prejuízo é em torno de 10% do que já foi investido na obra”, afirma Stefanello.

 

Falhas

Dentre as falhas estão principalmente problemas na parte elétrica, na qual serviços foram pagos, entretanto não foram executados ou executados em desconformidade. “Para adequar o sistema elétrico a gestão precisa custear R$ 800 mil. Já temos a previsão inicial R$ 168 mil nesta primeira etapa”, diz o secretário. “O material licitado e pago para a cabine de medição, avaliada e reprovada pela Copel, não é o que está na obra. Provavelmente será descartado”, aponta.

Outras falhas graves da obra estão na falta de passagem de diversos cabos, falta de quadros elétricos, painéis, disjuntores e postes. De acordo com o relatório, o projeto não foi executado conforme aprovado. “As portas das enfermarias têm dimensão inferior à do projeto e precisam ser refeitas. Para instalação do ar-condicionado central nas áreas críticas será necessário quebrar o forro de gesso. A obra ignorou completamente os projetos e não é possível garantir a segurança dos equipamentos e dos pacientes”, detalhou o secretário.

 

Medidas

Ele informou que a prefeitura notificou a construtora na última sexta-feira (13), para que ela apresente suas considerações e questionamentos e se posicione sobre a execução dos serviços já pagos.  O prazo máximo é até 30 dias.

O relatório foi encaminhado para o Tribunal de Contas da União, para o Tribunal de Contas do Estado, para o Ministério Público do Patrimônio e da Saúde para responsabilização dos gestores, fiscal e da construtora.

Além da auditoria da execução do contrato, uma sindicância foi realizada para averiguar as responsabilidades do Engenheiro Fiscal e o resultado foi a abertura de um inquérito administrativo que está em andamento.

Conforme o secretário, com a necessidade das adequações, o início do funcionamento do Hospital Regional irá sofrer um atraso. Além disso, a notícia recente de que a Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp) pudesse ser despejada da Casa de Saúde Bom Jesus fez com que a gestão recuasse as tratativas para possível parceria. “Estamos trabalhando apenas com a possibilidade de abertura do Hospital com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no início de 2019”, afirmou.

 

Com assessoria

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